Olivia Penalva chega ao seu primeiro disco esbanjando energia e criatividade, como pede o protocolo. Mas, quem imagina uma cantora insegura e imatura vai se surpreender com o quanto ela já demonstra experiência e controle daquilo que ela propõe. Até porque Olivia é compositora e sabe como destilar seu próprio som, sempre bem inspirada.
Segundo ela mesma, “Spiderwebs”, seu debut, “representa ficar preso nas teias da vida e lutar para encontrar a luz, que era muito do que eu estava sentindo quando comecei a escrevê-lo. Explora temas de desgosto, controle, amor, raiva e independência, e leva os ouvintes a uma jornada de como nossas mentes podem se tornar confusas”.
Essa explicação de Olivia pode nos fazer entender o porquê de estarmos diante de um disco que traz climas e ritmos variados, afinal de contas, os temas mostram que há sentimentos que oscilam. Isso pode parecer perdido, mas ela mantém o controle, entregando um trabalho bem equilibrado.
Fato é que na audição, notamos que ela transita por canções mais introspectivas e outras um tanto quanto mais agitadas, mas todas tendo algo em comum, que fica por conta dos sentimentos sempre à flor-da-pele, o que prova que “Spiderwebs” é um trabalho sentimental.
Mas e a sonoridade, do que se trata, enfim? Em pouco mais de 36 minutos, a cantora entrega um pop atmosférico, atemporal, onde a suavidade de sua belíssima voz comanda o trabalho, que não prima por melodias intensas, mas sim por uma sonoridade simples e objetiva, ditada, em sua maior parte, por bases eletrônicas.
“Paper Rose”, a faixa de trabalho e segunda do disco, é um destaque proeminente. Pode não ser a faixa ideal para resumir o álbum, mas, sem dúvidas, é a que destaca o talento de Olivia, mostrando um senso de melodia e versatilidade vocal que se sobressai diante das demais.
Mas, claro, há outros destaques, sem contar que o repertório é muito equilibrado em termos de qualidade. Simplesmente não há uma faixa abaixo da média, além de cada uma poder atingir gostos distintos.
Neste caso, ouça a pegajosa (no bom sentido) “Feels Like Falling” e seu ótimo refrão, “Who You Love” e toda sua vibração, além de “Tell Me Who You Want Me To Be”, uma canção que foge um pouco à risca, mas sem que Olivia se perca. “Violet” eleva os brios de nossos corações, sendo uma das mais belas do álbum. Estreia magistral e que venha mais!