Zsuzsanna Eva Ward nasceu em Abington, Pensilvânia e se radicou no Oregon. Artisticamente conhecida como ZZ Ward é hoje cantora, compositora, multi-instrumentista e agora diretora de vídeo, proprietária de uma gravadora, modista e mãe de primeira viagem. Mas essa versatilidade não se restringe ao seu modo de vida ‘workaholic’.
Em seu mais novo álbum, este “Dirty Shine”, ela transborda variação, apresentando elementos de diversos gêneros e subgêneros, além de mostrar uma energia impressionante. No entanto, o foco principal de suas composições é uma mescla inusitada de hip-hop com blues, obviamente trazendo uma acentuação pop intrincada.
Ela transita por 14 composições em menos de 40 minutos, conseguindo trazer o ouvinte para seu mundo já na primeira audição, tamanha a qualidade e equilíbrio das composições do disco. E isso já toma forma na primeira canção após a intro, “Ride Or Die”, que foi uma escolha mais do que acertada para abrir o disco. Com um violão ‘bluezístico’ de cara, ela já apresenta sua bela voz em uma performance simplesmente fenomenal. Variando o timbre, ZZ consegue um equilíbrio excelente em suas linhas. E a música já apresenta uma participação especial. Na ocasião, VIC MENSA empresta seus dotes e reforça a veia hip-hop da faixa.
Logo em seguida, outro destaque. “Fadeaway” já chama atenção por sua introdução peculiar, com um som de gaita se entrelaçando a batidas eletrônicas dançantes. Logo, em mais uma performance encantadora da artista, um R&B com leves tons dramáticos dá as caras com um ritmo semi cadenciado.
O disco segue uma linha permanente, sem essa de altos e baixos, mantendo a qualidade e não deixando a peteca cair. E isso continua em faixas como “OverdoZZe”, que traz um lado mais orgânico, porém elétrico, do trabalho. Com um baixo marcante, e ZZ mais uma vez surpreendendo em suas linhas vocais, a faixa sai de um indie pop pra entrar num dance comovente.
Com início que parecia entrar nas linhas do country, a faixa “Don’T Let Me Down”, que fecha o trabalho, parece aumentar a energia e sua dinâmica. Com elementos de jazz, R&B e blues, além do próprio country, temos aqui uma composição consistente, e mais um show de ZZ que encarna as verdadeiras divas do pop com sua voz encantadora.
“Dirty Shine”, nome do álbum, é uma forma que ZZ Ward se define e também a seus fãs. “Brilho sujo”, em português, significa ser você mesmo, autêntico, com imperfeições e vulnerabilidades incluídas.