O que a introdução propõe ao ouvinte não é fácil para ser colocado em palavras. Existe, na maneira como o teclado se movimenta ao lado do violino, elemento que forma uma espécie de casulo protetor e aveludado, um toque de melancolia capaz de ultrapassar os limites do som e fazer com que o espectador fique momentaneamente entorpecido. Assim que o violoncelo preenche certas lacunas sensoriais, as lágrimas passam a cair sem controle e a banhar o seio da face em uma clara demonstração da gradativa libertação do sofrimento há muito represado. Solstice é uma canção que, embebida em uma delicadeza estética espectral, permite ao ouvinte sentir, chorar e se beneficiar pelo extravasar da dor.
É, no mínimo, curioso. Afinal, após um enredo pegajosamente sofredor de paisagens místicas, o ouvinte é levado para um ambiente de conotação surpreendentemente lúdica e levemente sorridente. Delicada e conseguindo ser, inclusive, açucaradamente perfumada, a presente composição sugere risos frouxos, um brilho no olhar e uma alegria de caráter enigmático. Estimulada por um céu límpido e pelo barulho das ondas em seu tom azul-turquesa, a mente do espectador se permite viajar no tempo e reviver certas emoções experimentadas em vivências marcantes. É por isso que, embebido em gratidão, a alegria se faz e as sensações de plenitude e bem-estar abraçam o espectador em Memories.
Starlight, por sua vez, traz o drama com um toque visceral. Cada pausa. Cada respiro proporcionado pelo espaçamento das notas agudas proferidas pelo teclado são como uma viagem sensorial. Um deleite emocional. Um transitar entre melancolia e nostalgia. Experimentando um comportamento ondulante a ponto de soar hipnótica, a canção sugere uma introspecção profunda, mas não inquietante. É como o descobrimento do indivíduo em relação à sua própria essência. O lindo processo do autoconhecimento.
Para um músico com tamanha sensibilidade, é difícil se manter em apenas um trabalho. Afinal, Winter Solstice é apenas uma amostra de toda a discografia pertencente a Michael Evan Moore, uma celebridade musical com diversos CDs a serem descobertos por quem quiser se aventurar pelos seus vários itens de merchandising.
É verdade, porém, que produto algum se equipara à experiência sensorial de Winter Solstice, EP com lançamento previsto para 06 de dezembro. Afinal, ele é delicado, mas também consegue ser intenso, visceral, dramático e até mesmo dramatúrgico através de suas narrativas instrumentais. Do torpor à alegria, o material surpreende pela vasta gama de emoções que faz o espectador vivenciar. E é aí que as suas três primeiras faixas se destacam. Elas trazem desde a dor à alegria em uma trajetória inquietante e penetrante que faz a mente funcionar não seguindo o cérebro precisamente, mas seguindo o coração.
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