Diretamente de Portland, mas a cidade de Maine e não a conhecida do Oregon, Cooper Formant, cantor, compositor e multi-instrumentista, chega para mostrar a que veio. Mas, não utilizando seu nome, ele apresenta-se como ‘one-man-band’ sob a alcunha de Wastelander, o que na verdade pouco importa diante do que ouviremos a seguir.
Intitulado “What is Left of Me”, este é o álbum de estreia do jovem artista, que trabalhou ao lado do co-produtor Paul Defiglia, conhecido por seu trabalho com The Avett Brothers e Langhorne Slim, além de músicos talentosos ao seu redor, como Erin Rae, Jo Schornikow (Phosforescente), Spencer Cullum Jr. (Coin Collection, Miranda Lambert), Larissa Maestro (Hozier, Allison Russell) e Dom Billet (Courtney Marie Andrews, Andrew Combs).
Seu primeiro disco é bem característico, onde ele consegue emaranhar elementos gerais do indie, passando pelo indie rock, indie pop e indie folk, além de apresentar flertes com o rock alternativo, post-punk e até dream-pop. Tudo bem temperado e cozido na medida certa. Além disso, as faixas, que parecem simples, apresentam uma sonoridade rica em arranjos e cheias de detalhes, resultado que ele consegue com maestria, pois não extrapola a técnica ou faz experimentos desnecessários.
Com uma produção primorosa, o disco traz trezes composições gabaritadas, com uma sonoridade orgânica, mas lapidada sinteticamente, o que faz com que o repertório soe atemporal dentro daquilo que lhe é conveniente. Difícil mesmo é destacar uma das faixas dentre os 43 minutos de boa música.
Se bem que “Get It Right”, um indie folk com diversas referências, abre o álbum dando uma boa de uma explicada do que teremos adiante. Com um refrão agressivo, a ponto de botar o pé no rock, a faixa tem sintetizadores que trazem uma atmosfera dream-pop. Deu pra sacar como ela resume o disco, ok?
“Be Where”, uma das que conta com a participação de Erin Rae, é outro grande destaque. Sua atmosfera bem ambientada e o baixo totalmente presente, com linhas marcantes, farão os fãs de The War on Drugs prestarem atenção no Wastelander. Enquanto isso, “Caduceus” mostra o indie rock com garage rock beirando o punk vem pra provar que o negócio não se trata só de boas melodias.
Enfim, ainda poderíamos mencionar as faixas “Figure It Out” e “What Is Left Of Me”, além de outras composições, pois estamos diante de um tracklist mais que equilibrado. Logo, a recomendação é para ouvir tudo e mais de uma vez.