Wake Me In The Sunrise | Wilhelm lança álbum com desenvoltura minimalista

Seu despertar é denso e tenso. Ainda assim, é possível de se perceber certo grau de delicadeza na maneira como o violão se movimenta, criando, assim, uma atmosfera emotiva que convalesce de imediato o espectador. Sem qualquer sinal de dificuldade, Midnight Caller On The Moon é capaz de propor ao ouvinte um inevitável processo de introspecção, algo que só é amplificado quanto mais a canção avança em seu desenvolvimento dramático. O interessante, aqui, é notar que, com a entrada de uma voz masculina de timbre agudo e ligeiramente ácido, o sombrio e a melancolia acabam tornando a atmosfera bastante pegajosa.

Ondulante em sua delicadeza imersa em uma suavidade mais aconchegante do que aquela ofertada anteriormente, o que a presente canção oferece é uma desenvoltura mais frágil e fresca. Ainda assim, o ouvinte não escapa da motivação perante o intimismo e a introspecção. Em Obituary Page, ele só é convidado a experienciar novos tipos de emoção. Da gratidão, passando pelo saudosismo e pela melancolia, o espectador se percebe flutuando perante suas próprias memórias, de tal forma que lhe permite se apoiar em lapsos de alento e conforto.

É inevitável para o ouvinte se desvencilhar das investidas introspectivas e introvertidas propostas pelo álbum. Afinal, Wake Me In The Sunrise é um produto em que o Wilhelm explora o minimalismo estético, o que acaba acarretando na construção de atmosferas mais calcadas na temática do folk. A partir daí, o acesso ao inconsciente se torna algo inevitável.

Ainda que formado por um total de nove composições, o álbum possui seus dois primeiros títulos como os principais destaques. Afinal, eles incitam diferentes tomadas emocionais e permitem que o ouvinte vivencie desde a máxima melancolia ao desconforto até chegar em um toque de aconchego, mesmo que pareça ludibriante.