The Przmatics expande a sua versatilidade em novo álbum “The Hope & The Hurt”


O novíssimo álbum do quarteto de Chicago, The Przmatics, se chama “The Hope & The Hurt” e já pode ser conferido pelas plataformas digitais. No entanto, o seu lançamento oficial está marcado para 10 de novembro, em Illinois. Com onze faixas, este segundo disco presenteará às pessoas de bom gosto musical com muito sentimento embalado pelo blues, R&B, soul e jazz com tempero moderno. São canções versáteis, harmonizadas por construções inteligentes e ricas em melodia. Gravado no Electrical Audio Studios, os temas das músicas abordam assuntos existencialistas que impactam no comportamento social ou intimista do homem. Uma verdadeira obra de arte.

O repertório do álbum começa com “Find Love”, que traz leveza e sensibilidade. Com uma cozinha bem cadenciada, alguns elementos como execução do baixo trazem pompa às linhas harmônicas. Não é uma música complexa, pois a sua melodia encanta pela fluidez. Em outra seção, destaca-se também o trabalho de acordes tocados por um violão introspectivo e solos de piano salutares. Musicalmente, cabe outra característica para a banda, como sendo inspiradora. A diversidade musical inserida neste primeiro momento do disco, é certamente uma aula de coerência harmônica para quem busca qualidade e sofisticação. E olha que aqui é apenas o ponto de partida.

O álbum que é distribuído pela Oakley Avenue Records, segue com “And I Mean It…” que, por ser uma instrumental curta, poderia estar no repertório como introdução do disco, mas opiniões à parte, a faixa que tem pouco mais de um minuto é um embelezamento do compositor e multi-instrumentista Mike Przygoda, que promove uma verdadeira alvorada com um elegante sintetizador. A seguir, as raízes psicodélicas dessa música dão passagem à belíssima balada “Don’t Give up on Me”, com mais um talento vocal de Nu Moon, que também assume função de guitarrista base. Dessa maneira, o caminho segue livre para mais melodias.

Falando um pouco mais sobre o estilo de voz de Moon, é perceptível o estilo ‘bluesy’ da cantora, que passa em músicas como “Blame”, um sentimento frágil, puro e introvertido. Tais impressões são captadas em uma introdução quase à capella, embora no decorrer da faixa, surjam bases com uma nota solitária de guitarra e arranjos soturnos. Em contrapartida, canções como “When I’m Breaking (Rock of Ages)” trazem um lado mais empolgante do grupo, com belas frases instrumentais. A banda em si, faz um som voltado às influências clássicas, e esta música não fica tão longe disso.

Como coautora do álbum, Moon mostra em faixas como “Wait a Minute” o porquê de ser uma artista especial. Em algumas ocasiões, investe em uma entonação amarga, em outras investe em poderosa escanção vocal, mostrando o seu leque versátil. Contudo, a galera que compõe a cozinha, como o baixista Ausberto Acevedo e o tecladista Nick Gutierrez são essenciais na execução dos climas e linhas melódicas, não apenas nesta, mas em todas as outras músicas. Uma banda como esta, nos anos cinquenta, seria fácil estrela da Motown, embora sua obra esteja aqui no presente para qualquer explosão futura. Já abri até um bourbon aqui para acompanhar-me na audição.

Você deve lembrar da primeira faixa do disco, pois bem, aqui tem outra música com o mesmo nome, mas como interlúdio. Portanto, não há letra nem longa duração, apenas um soar de despedida nomeado como “Find Love (Interlude)”, onde notas de piano se misturam com sussurros em pouco mais de um minuto. Talvez o contraste maior entre uma faixa e outra está aqui, pois a seguinte “Look at the Stars”, é uma música pesada calcada no hard rock. Aqui, há de se destacar as partes complexas do baterista Barry Bennett que voa rasteiro com suas baquetas.

Nos momentos finais de “The Hope & The Hurt”, a banda parece ter pousado mesmo na estrada do rock’n’roll com “Phoenix” sendo mais uma nessa linha. Com uma parte moderada e outra mais exaltada, a música reproduz direitinho em analogia o significado da ave mitológica. Aqui, pela duração da música, apresentação melódica e um lirismo envolvente, lembra trilhas sonoras de filmes épicos. Por outro lado, seria ideia lançá-la como música comercial em rádios pelo mundo. Se é que, antes, as plataformas de streaming não conseguirem fechar todas elas. Mas o que importa é esse tipo de talento alcançar as pessoas.

Falando em músicas épicas, “Highground” não pode passar batida nessa. Aqui, temos outra instrumental com estética e textura de leveza, com show de efeitos legais e estimulantes, trazendo de volta a raiz psicodélica de Przygoda. Para fechar, a canção título arrasta as cortinas, mas não antes de deixar um supersolo de sax executado por Chris Greene. Fica aqui uma sensação leve e feliz de ter escutado um álbum que, pelo menos em minha playlist, já está salvo. É importante dizer que esta obra, onde banda e colaboradores, como o antigo professor de guitarra de Przygoda, Cruinne Cothrom, é um registro emocionante e virtuoso de quem sabe trabalhar com amor. Obrigado The Przmatics!

Ouça “The Hope & The Hurt” pelo Spotify:

Confira tudo em:

https://theprzmatics.bandcamp.com

https://instagram.com/przmatics

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