The House Flies faz sua estreia com boas doses de pós-punk em “Mannequin Deposit”

O pós-punk que, durante os anos oitenta, alcançou expressão pulsante e algum domínio nas rádios da Inglaterra e Estados Unidos, ainda hoje influencia várias bandas pelo mundo. Essa realidade não é diferente para o The House Flies, que nesse momento lança o seu primeiro álbum “Mannequin Deposit”. Essa obra, que é distribuída pelo selo digital Wilhelm & Sons Entertainment Company, já está disponível em sua plataforma digital preferida. Ao se deparar com a obra debutante desses norte-americanos, você encontrará um repertório de oito canções, onde “She Hums Mozart” te presenteará com linhas de guitarra bastante ácidas, além de um vocal sussurrante.

A exemplo de algumas músicas como “Sequin”, a construção sonora desse disco é bastante densa, não havendo nenhuma intenção de soar bonitinho. Na verdade, o que se pode extrair daqui são pequenas peculiaridades concebidas por três músicos que gostam de experimentar. Se a música sai dentro de padrões da indústria ou desafiadora demais para o gosto da grande massa, pouco importa. No entanto, é impossível não se envolver nessas experiências assertivas e, ao mesmo tempo, ousadas. Para melhor entendimento, ouça as linhas de baixo dessa segunda faixa e, quando menos esperar, você já estará tomado pela magia embriagante da melodia.

Encoberta por uma espessa atmosfera dark, “Twilight Eyes” deixa a sua contribuição de acidez e melancolia na playlist do álbum. O seu andamento lento, com riff gerado por notas mínimas da guitarra, é tão atormentador quanto o vocal meio desligado da vida, como pede o clima da canção. Alguns artistas procuram conquistar renomes pelo alto astral de suas músicas e letras, fazendo parte de um incrível circulo de hipocrisia. Outros, como The House Flies, apenas tocam o que há no coração e dissertam sobre sentimentos reais de dor, renúncia, transformação, além de crises emocionais. Nada mais perfeito do que a vida de muitos imitando a arte.

Mas nem tudo é melancolia, pelo menos por enquanto. Voltando o olhar mais para dentro do álbum, notamos que existe alguns títulos mais cativantes, como “Queen Underground”. Embora caóticas, algumas linhas de guitarra impulsionam a música e chegam a dar mais vida à performance. Em contrapartida, solos introvertidos complementam os arranjos com uma sensação de serem executados à distância. Porém, o que marca mesmo é a explosão ocasionada por trechos nervosos nas seis cordas. Para pessoas que curtem vertentes mais pesadas da new wave, eis aqui uma bela ressuscitação, ou mesmo um prato perfeito para a nova geração, a partir desse som moderno, se interessar em procurar referências.

Na sequência, a banda externa um lado mais cheio de virtuose em “Hounds”. Essa música, embora simplista, mostra um lado mais zeloso no que diz respeito aos timbres, pois a sujeira e crueza fica um pouco de lado para ceder espaço a acordes limpos. Da mesma forma, contempla-se a cozinha em um momento mais íntimo com baixo e bateria formando uma única camada de peso. Não devemos esquecer também, as linhas vocais que em relação as outras músicas, mantém a mesma ação e frieza nas entonações.

Falando mais sobre a cozinha, em “Apple” esse setor consegue se destacar pela sequência de cadência. Com fluidez e linearidade, as frases de bateria junto com o suporte do baixo, revelam um momento pomposo no repertório do álbum. Por outro lado, as sessões de guitarra inserem mais tensões, sem deixar perder a identidade inicial do trio que é a acidez. De todo caso, essa combinação se encaixou perfeitamente bem e, de quebra, ainda credibiliza o principal compositor da banda, Alex Riggen, como uma pessoa de criatividade inquieta. Em apenas oito músicas, o cara já mostrou um nível de criação singular.

Apesar de praticar uma rica vertente pós-punk, The House Flies também absorve algumas influências do pop. O tema mais presente nesse sentido se chama “Marrow” que, embora classudo, possui em seu DNA uma produção mais polida, em outras palavras, mais moderna. Aqui, se percebe linhas mais complexas de baixo e uma bateria mais solta no ritmo. Efeitos mais limpos de guitarra também ajudam essa música a se inserir na sessão mais virtuosa do álbum. Esse pouco de divergência aos climas ‘dark’ proposto na maioria das outras canções, revela a nós um outro lado do trio, que é a versatilidade.

A última faixa de “Mannequin Deposit” não poderia deixar de ser algo para impressionar ainda mais. E essa surpresa veio com o nome de “Ghosts Will Speak Again”, uma canção que durante os seus mais de oito minutos, muda da água para o vinho de maneira súbita. Aqui, definitivamente, é a sessão mais pesada do disco, embora as mudanças de andamentos aconteçam alternadamente. Ao final dessa obra, fica a satisfação de escutarmos algo novo resgatando, ou aflorando, sentimentos de nostalgia diante de tanta reverberação de uma época de ouro para a música underground. Atualmente, poucas pessoas sabem responder a essa energia.

Ouça “Mannequin Deposit” pelo Spotify:

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