Surpreenda-se com o novo álbum do Criative Vibrations

É mais comum do que imaginamos nos depararmos com algumas situações em que julgamos o livro pela capa (e não por mal). Dentro da normalidade e quando se encontra algo melhor do que o esperado, sem dúvidas o prazer é ainda maior do que se as nossas expectativas fossem atendidas.

Digo isso porque ao deparar com este trabalho do projeto chamado Criative Vibrations, principalmente na imagem de seu mentor e único membro, o produtor, guitarrista, pianista e compositor norte-americano Pete Sahaidachny, esperamos que algo dentro da música clássica ou mais popular será apresentado. E se fosse, não seria problema. Fato é que estamos diante de algo além disso e muito mais versátil.

Sim, Pete investe em música instrumental e não comum, aliás, nada comum. Mas, o que ele traz nas sete composições do trabalho, distribuídas em quase meia hora, é simplesmente fascinante, envolve experimentalismo, mas sem perder o foco musical.

Inspirado por texturas ambientais, ritmo mundial, filosofia junguiana, o álbum, intitulado “Electric Wom” é inspirado na música eletrônica, new age, new wave e cinematográfica, mas nos surpreende trazendo elementos orgânicos, claro que em minoria em relação aos sintetizadores. Mas, o senso de composição do artista de San Rafael, na Califórnia, simplesmente prova o quanto ele os inclui somente por necessidade.

E claro, o leitor (futuro ouvinte) sentirá que se trata de um disco bem estruturado, executado e maduro, afinal de contas álbum foi produzido durante um período de 15 anos em locais como Indiana, Califórnia e Oregon, nos Estados Unidos. A qualidade sonora, não tenha dúvidas, é um dos grandes trunfos.

Destrinchando as composições, a primeira delas, “Carnival”, é aquela que já nos mostra que não estamos diante do que esperávamos. Afinal, ela já traz o teor eletrônico à tona, com modulações repetidas, que praticamente hipnotizam o ouvinte, soando como uma grande introdução.

Com um teclado que segue a linha synthwave, se inicia a intensa “Sacrifice & Bliss” que, ao ganhar uma guitarra bem sacada, além de uma batida levemente caótica, se transforma num verdadeiro eletro-punk a lá The Prodigy, só que sem vocais. Outro diferencial fica por conta de seu fundo atmosférico.

Mais surpreendente que o disco em si, “Beyond The Animal”, que começa com uma fala sintetizada, parece nos levar a um mundo mais dançante, pois seu trabalho tem um investimento sério nos conceitos percussivos. Aliás, ela é a primeira música que traz elementos realmente orgânicos, com conjuntos de percussão, conjuntos de cordas e coro de flautas.

Com seu ar misterioso, “Filaments” pode agradar as almas sombrias ou até mesmo fãs de industrial. Apesar de ser uma música sem percussão, ela tem todo um teor mais urbanista, com apenas um som de sintetizador parecer anunciar os fins dos tempos.

“New Air (Electronic Remix)” é sem dúvidas uma das melhores composições do trabalho. Iniciada por um baixo todo arrojado, acompanhado com um sintetizador futurista ao fundo, logo ela ganha uma guitarra intimista, que vai se soltando aos poucos, sendo a maior responsável pela condução de melodia da faixa. Esta é outra que conta com conjuntos de percussão, conjuntos de cordas e coro de flautas, mas numa pegada ainda mais discreta.

“Jung Forever”, que deixa claro a paixão de Pete pelo psicoterapeuta suíço Carl Jung, é uma das composições que mais se aproximam do teor comum. Não, isso não é pejorativo, mas sua estrutura acaba sendo a mais acessível. Tudo pela batida empolgante e sintetizadores suaves, além de conter falas do próprio Jung distribuídas em tempos intercalados. A música ainda traz um piano discreto, mas simplesmente maravilhosos e que acaba se tornando essencial.

Eis que surge “Paragon”, e antes de falar sobre a música, fica a sensação de como tudo passou tão rápido no álbum! Sim, é um trabalho instrumental, um tanto quanto experimental e o fato de passar rápido, é que chama atenção e a absorção é mais fácil do que se imagina.

“Paragon” traz uma instrumentação diferente, mas seu teor hipnotizante é tão comum quando a faixa de abertura “Carnival”. O grande diferencial é que ela contém mais elementos e camadas, soando até mais musical, mas não menos introdutória que a sua irmã de repertório. Fato é que a faixa nos remete às estrelas.

E é exatamente isso que o trabalho faz, mas vai muito além. “Electric Wom” é um disco que pode te levar às estrelas, ao futuro ou em uma jornada musical qualquer, mas também é um trabalho que pode soar ambiente e, o mais incrível de tudo, ser um disco dançante. Há momentos que é pra isso puramente.

E essa foi a intenção de Pete, ser abrangente principalmente nestes aspectos, além da meditação. E ele consegue. Sem dúvidas, o descendente de ucranianos atinge seu objetivo, mas melhor ainda, ele consegue entregar algo que os mais leigos possam ouvir tranquilamente. E mais, é um propósito para que possamos nos reconectar internamente!

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