Sophia Stephens estreia com debut versátil e consistente

Logo quando recebemos algo de uma artista jovem, como é o caso de Sophia Stephens, de apenas 18 anos, a primeira coisa que instintivamente analisamos é o talento e a maturidade. Parece um clichê, mas se faz isso sem querer realmente. Principalmente quando se ouve o trabalho e ele soa impactante, já confirmando o talento. Não tem como não se surpreender quando se descobre que a responsável por isso tem apenas 18 anos.

Mesmo sabendo que ela escreve músicas desde que descobriu como usar um lápis e que, ao longo de seus dezoito anos de vida, ela escreveu cerca de 500 músicas completas que toca com seu violão, ainda é surpreendente a qualidade que encontramos neste seu trabalho de estreia.

Ressaltando que estamos diante de um álbum debut, já que ela lançou seu primeiro trabalho, porém no formato de EP, quando ainda tinha 17 anos. Sob o título de “Remnental”, o trabalho a apresentou ao mundo.

Agora, sob o título de “Love & Grief”, ela estreia com o disco cheio e busca sua consolidação. Se depender dos poucos mais de 34 minutos distribuídos em 10 música, Sophia tem uma chance imensa de marcar seu território, porque ela entrega um disco de repertório equilibrado, músicas bem estruturadas e uma versatilidade que consegue ser distinguida mesmo diante de uma forte identidade.

E isso é o mais importante de tudo aqui. O fato de já em seu disco de estreia ela soar tão característica. E, quem vive o mundo da música sabe que isso não é algo comum, criar uma assinatura imediata. Mas, Sophia consegue e com muito êxito, mas por um fator primordial e que ninguém pode tirar dela. Sua voz é única. Por mais que ela carregue influências, tem um timbre imponente, que vai dos graves femininos a falsetes providenciais de uma forma super natural e sem perder a feminilidade.

O disco não é exatamente conceitual, mas Sophia se baseou em um cerne para escrever letras que falam sobre a relação entre amor e tristeza ao longo da vida. As letras trilham um caminho que pode confortar àqueles que estão passando por perdas ou tocando uma música que fica na cabeça de todos, inspirar os apaixonados ou confortar os amores não correspondidos. Outro ponto de maturidade que ela demonstra. A produção do trabalho também merece destaque, com uma veia orgânica que ganha o ouvinte e faz com que o som não caia em armadilhas modernas.

Destrinchando “Love & Grief” notamos também que o trabalho traz diversos estilos, as vezes os mesclando e em outras os intercalando, sempre mantendo a identidade da artista. A faixa de abertura, “Muscle Memory” já é um bom exemplo disso, trazendo uma veia indie pop, com arranjos detalhados, inclusive com elementos folk bem ao fundo.

O riff inicial de guitarra de “Get Go” já denuncia que estamos diante de uma canção pop rock. Dito e feito, inclusive os elementos sintetizados aparecem aqui em menor escala, tendo a música uma dinâmica e refrãos muito bons. Enquanto isso, a terceira faixa, “Up In Flames” é a primeira balada do trabalho e enfatiza a voz de Sophia, provando seu talento e versatilidade.

A faixa-título continua com o um teor sentimental à flor-da-pele, mas ganha contextos percussivos que a dão uma veia mais pop, dando todo um diferencial em relação à sua antecessora.

Em “Enough is Enough” a agitação retorna com um pop intenso, mas que prima pelo equilíbrio que Sophia impõe, incrementando incursões atmosféricas reflexivas que dão um respiro à faixa. Enquanto isso, “Things Will Never Be The Same”, que abre a segunda metade do ‘tracklist’ ganha um toque sublime e mostra a artista cantando de uma forma um tanto quanto mais intimista em seu início e impondo sua voz conforme a música cresce dentro de si.

Eis que chega “Little Things”, com uma beldade impressionante, mostrando que Sophia sabe como fazer indie pop, revelando um lindo violão acompanhado de um piano encantador. E ela mantém essa beleza, principalmente o piano, na faixa seguinte, “Time Pass By”, que ainda conta com o violoncelo providencial enriquecendo os arranjos. Talvez essa seja a mais emotiva das canções, ao menos é o que ela gera no ouvinte.

Já entrando na reta final, “I’m Still Here” carrega um clima atmosférico, mostrando um pouco da veia ‘new age’ da cantora, que mais uma vez arrasa em seu trabalho vocal. “Beautiful Life” fecha o disco como um hit imediato. Seu início brando parece nos levar para um lugar comum, mas assim que ganha arranjos comandados por um violão e uma batida eletrônica, crescendo cada vez mais, prova que veio pronta pra estar nas principais playlists do pop.

Depois de ouvir essa pouco mais de meia hora de um pop versátil e consistente, fica a prova de que Sophia Stephens estreia acertando o alvo em cheio e que “Love & Grief” é um álbum fenomenal, pronto para ser ouvido por todo e qualquer amante da boa música.

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https://open.spotify.com/artist/0u3rpTUnVkv6hnfzVTWIne

https://soundcloud.com/sophia_stephens

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