A introdução já se apresenta sob uma postura imponente, impositiva e autoconfiante graças à maneira como a guitarra, com seu riff ácido, se movimenta sob uma cadência acelerada. Rapidamente, ela é acompanhada, a partir de um punch, da bateria e do baixo, elementos que acabam completando e preenchendo as bases rítmica e melódica, respectivamente. Assim que entra para uma segunda metade introdutória, a canção passa a contar com um curioso frescor ofertado por uma guitarra solo que surge por meio de uma agudez marcante na superfície sonora. É nesse momento que, sob uma atmosfera mista de rock alternativo com ligeiros toques de pop punk, Shaun Lewis entra em cena, com seu timbre agudo, afinado e rasgado, desenhando a esfera lírica. Eis que, ao entrar no refrão, Holding Up The World se torna intensa, explosiva e, também, interessantemente dramática em sua essência.
O baixo, acompanhado de sonares tremulantes e de caráter assustador vindo da distorção da guitarra, é o elemento que salta aos ouvidos durante a introdução do novo cenário. Fluindo para um ambiente de textura rítmico-melódica ácida e crua a ponto de inserir, também na receita sonora, o lo-fi, Dillinger é uma obra que se apoia em certo grau de linearidade estética que chega a hipnotizar o ouvinte, que é subitamente reposicionado no controle de consciência por meio de um rápido solo de guitarra.
SL EP 2 é um material que mostra bem a identidade sonora de Shaun Lewis, o que, de fato, é algo importante e notável. Promovendo uma sonoridade crua que rememora o grunge com pitadas tímidas de um pop punk dos anos 90, o cantor conseguiu mostrar atitude, imponência e intensidade através das canções que compõem o presente material, aqui, com especial menção às duas primeiras faixas. Um trabalho bruto, sem qualquer excesso de lapidação, que mostra um artista na sua mais pura originalidade.
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