Sky Island é o resultado de anos de improvisação entre os amigos de longa data Niilo Smith (vocal, guitarra, sintetizador) e Ben Fagerness (bateria). E talvez você não encontre tantas referências em apenas uma sonoridade como podemos encontrar neste projeto, que acaba de lançar seu primeiro disco cheio.
Intitulado “Real Life”, o disco dos suecos, segundo eles mesmos, tentam resgatar um pouco da sonoridade emo que foi moldada num passado recente. Logo, o trabalho pode ser considerado um ‘pós-emo’. Mas, para este que vos escreve, com todo respeito e já pedindo licença à dupla, o que ouvimos aqui vai muito além disso.
Sim, “Real Life” carrega alguns elementos do referido som, mas é muito mais rico e menos piegas que o normal dentro do estilo. Aliás, chega a ser mais original do que se imagina, revelando uma banda com leques abertos e influências as vezes até mesmo impensadas.
Ambos os membros vêm da cena local do metal, embora de extremos ligeiramente diferentes do espectro do gênero. E é sabido a abrangência e relevância que a Suécia tem dentro deste estilo. Incrível não? E eles conseguem mesclar o metal, o rock com o ‘pós-emo’ de uma forma surpreendente, inclusive dando um tempero pop.
“Red Rose”, faixa que abre o disco depois da introdução, já dá as cartas e encanta com a originalidade com que o duo executa suas músicas. Cadenciada, com guitarras e sintetizadores se entrelaçando, ela traz uma veia épica atual e até elementos do doom metal. Destaque para o solo melodioso de guitarra de arrepiar!
Apesar de trazerem músicas trabalhadas e com detalhes nos arranjos, eles são objetivos com músicas que não passam de 3 minutos e meio, mas conseguem explorar tudo que propõem de uma forma intensa. A produção do disco é outro fator preponderante, soando atual, mas muito bem sacada. Lembrando que a banda gravou o disco sem edições, colocando o que realmente executaram no álbum.
Voltando aos destaques, talvez “Ghost In A Room” seja o melhor exemplo do famigerado ‘post-emo’ que eles apresentam, trazendo influências das canções do início dos anos 2000, mas também ganhando uma roupagem atual e com a identidade da banda.
Ouça também “Friend Is Me”, que é uma das mesclas perfeitas do disco em todas as influências citadas e “Remedy”, que encerra o trabalho de forma magistral, com um dos refrãos mais bonitos do disco. Um trabalho primoroso, que pode agradar a diversos públicos.
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