O casal de Nashville, Tennessee (EUA) Brian e Regina Russell, formou a dupla Wishpenny e, há aproximadamente dez anos, lançou o primeiro álbum “Bound To”. Atualmente, o duo retorna ao estúdio e acaba de lançar o novo full-length “Day After Dark” com oito canções. A primeira delas é justamente a faixa título, que tem uma mistura gostosa de country, pop e jazz. A melodia calorosa da voz de Regina é muito bem assistida por uma instrumental igualmente encantadora. Desde a base tranquila da guitarra de Brian, até o ritmo cadenciado da própria Regina na bateria a canção externa prazer.
O encantamento do álbum está só no começo, pois a perícia artística desses dois não se mede pelo tamanho, mas sim, pela genialidade. Não seria diferente, pois desde os tempos da faculdade, quando se conheceram, Brian e Regina descobriram o entrelaçado gosto em comum e partiram para produzir. Um pouco dessa parceria que gerou amor e afinidade musical está traduzida na brilhante instrumental “Glide and Cover”, com um conceito harmônico transcendente. Por aqui, se pode absorver toda uma melodia gerada a partir de notas delicadas e acordes que transitam entre dedilhados e um riff doce.
Talvez se o Wishpenny não tivesse enfrentado esse hiato de dez anos sem lançar um álbum, a sua posição no universo musical estaria escancarada pelo mundo. Mesmo assim, os felizardos que acompanham o seu trabalho e que agora testemunham mais este acontecimento, podem se aliviarem da espera. “Day after Dark” dá continuidade a um fenômeno musical que, entre simplicidade e complexidade, é capaz de fazer parar qualquer pessoa para ouvi-lo. Um exemplo está em “Better than We Found”, com o seu poderoso poder hipnótico gerado pela voz marcante de Regina, pelas notas cristalinas de Brian e a boa produção musical.
Aliás, a produção das músicas é feita pelo próprio Brian. Dessa maneira, a intenção de como deve soar o trabalho Wishpenny é mais do que assertiva. Mas a construção das canções também merece total respaldo pela beleza apresentada. Mesmo as composições com pouca letra, como em “Close” resguardam em si uma grande mensagem. Neste caso, a linguagem musical com arranjos de sopro e uma atmosfera de primavera realça a sensação de estarmos sendo purificados. E a voz uníssona de Regina é o principal agente dessa purificação, sem falar na melodia consolável de um baixo com grave livremente guiado pela harmonia.
As influências da dupla são as mais variadas. Desde as canções folk, onde Regina cresceu ouvindo no Akansas, até algo mais elétrico como o rock and roll dos anos setenta, onde Brian costumava ouvir com amigos em Memphis, tudo ajudou a moldar a identidade do Wishpenny. O resultado, é o que você ouve em todas as suas canções, ou seja, uma espetacular atmosfera de folk / rock, onde músicas como “Not About Love” traçam uma linha tênue entre o clássico e o arrojado. Depois que o casal desenvolveu essa fórmula, a sua magia só tem crescido a cada música composta.
Uma banda que não se preocupa com andamentos rápidos, nem notas difíceis de serem executadas, como este projeto, precisa ter habilidade para criar e chamar atenção. “Escape Velocity” é uma prova disso, pois a sua melodia construída a partir do soar de violões e pela sedosa voz da cantora, são o bastante para que alguém escute essa canção e mergulhe naturalmente em um estado de ternura. Essa sessão mais folk pode ter sido ideia de Regina, já que ela é autora de todas as letras, ao mesmo tempo que Brian concebe a parte musical. Esta execução em formato de balada, foi grande sacada.
Mas para ampliar mais essa vibe suave, o Wishpenny ainda faz um reforço com “Step into the Sun”. Outra música cantarolada com delicadeza e textura sonora lapidada. Aqui, a condução tem um suporte da cozinha, que é bem encaixada com marcações presentes do baixo, formando um clima harmônico de leveza. Acompanhe também as linhas límpidas da guitarra e se sinta guiado por um encantamento, que te levará a um estado de relaxamento e consciência neutra. Não pode faltar mais nada em um álbum como este, que foi gravado para qualquer tipo de nicho, essa é uma das vantagens da ‘world music’.
A jornada de “Day After Dark”, de fato, acaba em “Believe”, uma música da ala mais pop. A versatilidade deste álbum acaba por beneficiar a dupla em alguns tópicos, como o de parecer tão bom para a radiodifusão, como para tocar em restaurantes e acampamentos. Nele, existe clima para muitas ocasiões. E há de frisar que ao longo desses dez anos, Brian e Regina obtiveram colaborações importantes de músicos, como do baixista Dan Seymour e de Mario Davidson com o seu trombone. Para finalizar, “Day After Dark” é uma oportunidade que esse casal dá às pessoas de ouvirem música com emoção.
Ouçam “Day After Dark” pelo Spotify:
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