RYAN WAYNE: promove o magistral álbum “Crow Amongst the Sparrows”; saiba mais

É sempre entusiástico nos deparar com uma história de vida repleta de adversidades, e que acaba proporcionando ensejos artísticos que denotam claramente que aquele indivíduo e artista teve a força matriz para dar a volta por cima. E ainda contribuir para que o público tenha acesso a esse desopilo da alma, e seja totalmente agraciado e elevado com uma obra que além da qualidade conceitual musical, ainda o  leva a profunda reflexão. Esta premissa passeia exatamente pelo ex-integrante do aclamado grupo The Warped 45s, o cantor, compositor e multi-instrumentista canadense RYAN WAYNE.

Após sofrer dois AVCs em 2022, resolveu emergir durante seu processo de recuperação em uma carreira solo altamente intuitiva e calcada em repertório de excelência, remetendo a lendas irrepreensíveis como Tom Waits, Nick Drake, John Prine e Leonard Cohen. Mas sempre exalando personalidade pelos poros apesar das claras referências, denotando uma identidade artística das mais primorosas!

Toda a maturidade musical que foi emanada em uma sólida carreira construída no cenário canadense, onde acompanhou uma série de artistas do mais alto extirpe, juntamente com a inspiração poética perante este duro momento de saúde, resultou em “Crow Amongst the Sparrows”. Seu mais recente lançamento em formato de álbum, é um primoroso compêndio de oito faixas irrepreensíveis! Fatalmente estará em todas as listas possíveis de “Melhores de 2023” ao final do ano, porque é realmente INCRÍVEL. Nós do portal Music For All ficamos extremamente tocados com esse poderio e iremos esmiuçar cada uma dessas faixas para vocês…

A abertura “Forty Paces to te Bottom”, com sua intimista introdução calcada em melodias melancólicas e sedutoras simultaneamente, dialoga em seu decorrer gradativo com a singular voz do artista que exaure timbres suntuosos, feeling exasperado, doses precisas de sofreguidão emocional e técnica elevadíssima. Os patamares épicos com várias prerrogativas ambient (o ruído de vento soa sensacional!) desembocam no primoroso refrão, daqueles com ares de arena, grudento e perfeito para ser bradado a plenos pulmões por uma multidão ensandecida. A guitarra assume muitas das vezes o protagonismo da experiência proposta, como no magistral solo, e a encore se dá de forma amplamente surpreendente!

“Maybe I’m To Blame” vem carregada de preceitos country embebecidos na raiz do estilo, que se contrapõe as camadas atmosféricas que brotam em patamar grandiloquente. Aliás, o arranjo é algo enaltecidamente magnífico, e novamente temos uma narrativa embebecida em sensibilidade atroz (lidar com o término de um relacionamento e suas consequências) que culmina novamente num refrão de sonhos! O contraponto entre sua voz com as femininas do coro, emergem num cenário psicodélico que propõe deliciosa e intensa nostalgia que propões estágios de contemporaneidade mediante a precisa ousadia.

“Wherever You Land” é uma daquelas baladas pungentes, desbragando profundidade pelos poros em prognósticos singelos e que nos comove profundamente… “Uma oração a todos os que sofreram, sobreviveram ou morreram devido ao impacto da pandemia”, atesta o autor perante o conceito promulgado e que acaba fazendo todo o sentido durante a audição pela forte catarse emocional. Assim como parte esmagadora da classe artística, que durante esse período nefasto na história da humanidade, desprendeu seus demônios internos resultantes de medo, ansiedade e temos em forma de incessante produção artística.

“Oh My Maria” avança pela tradição folk imbuído em belíssimas camadas etéreas emergentes do instrumental reconfortante para descrever uma narrativa no qual dependência emocional e romance promovem faíscas, tamanha a incompatibilidade repleta de dúvidas se intensifica cada vez mais perante o olhar da protagonista exaltada no título. Maravilhoso! Chegamos na metade do álbum e estamos totalmente consternados por dois motivos: pela genialidade imposta nestes registros e por sabermos que ainda temos ainda um promissor caminho para percorrer…

“Bonafide Drifter” é um registro fidedigno de uma história acontecida com RYAN WAYNE e sua família: um blackout de larga extensão, onde a viagem no carro para encontrar a luz, gerou vários acontecimentos inesperados. Novamente (como de praxe!) temos uma base instrumental formidável, e se torna premissa inevitável não destacarmos a produção do vencedor do Grammy, Daniel Lanois. O som deságua em uma jornada sensorial sem precedentes que rememora momentos clássicos de Neil Young e sua Crazy Horse (com certeza faria parte do seu repertório!).

“Crow Amongst the Sparrows” tem um groove nobre e acolhedor dentro de sua viagem de preceitos acústicos e memoráveis. O violino ao fundo enaltece esta preciosidade soturna e clarividente ao mesmo tempo, com mais um precioso refrão, “assobiavel” e bastante terno aos nossos ouvidos. The Byrds agradece pela continuação do legado! “Overhead in all I Night Dinner” é um daqueles “coelhos tirados da cartola” que precisamos enaltecer de joelhos, pois soa chorosa e vibrante em patamar simultâneo, soando como uma daquelas preciosidades que atingem carinhosamente nossos corações.

O encerramento com a “floydiana” “I Wil Always Be Here For You”, sintetiza toda a SENSACIONAL viagem que nos deparamos em “Crow Amongst the Sparrows”. ESSENCIAL, e precisa chegar até os recantos mais inóspitos do planeta, porque alça dimensões estratosféricas em qualidade. Disponibilizado abaixo;       

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