RJ Archer & the Painful Memories se mantêm no topo com novo álbum “Horseplay”

Interessante como alguns trabalhos nos trazem impressões iniciais bem diferentes daquelas que temos depois de concluí-los. Principalmente quando se trata de um disco que a primeira faixa não resume o seu conteúdo. E aqui estamos diante de um deles.

‘Horseplay!’, segundo álbum de RJ Archer & the Painful Memories, tem uma faixa inicial muito bacana e enérgica, mas que não nos leva exatamente no rumo que o disco tem. Afinal, “Cabe Car To Your Heart” se inicia agressiva, rápida e com uma guitarra empoeirada bem nervosa. Logo imaginamos que teremos uma aula de garage rock. Ledo engano, apesar de beber um pouco nesta fonte, o leque aqui é muito mais aberto.

Carregando muito do rock dos anos 60, principalmente dos anos 70, as dez faixas de “Horseplay” nos mostra uma aula de como ainda soar atemporal, respeitando essas raízes e entregando um disco praticamente perfeito nesta proposta. Melhor ainda, o trabalho mostra que a banda tem uma forte identidade.

O álbum foi gravado, mixado e masterizado por Greg Stephenson em um total de 24 horas. Se formos pensar bem, nos dias atuais isso não significa tanto. Talvez isso também tenha colaborado pelo fato de o som soar visceral e de parecer que a banda fez tudo ao vivo.

Outro fator preponderante é a organicidade que o disco traz. A produção natural casa perfeitamente com os timbres escolhidos, com guitarras sujas, cozinha precisa, com destaque para leves toques percussivos que engradecem a sonoridade do grupo. O trabalho vocal, com as linhas de voz muito bem postadas e ‘backings’ pontuais é outro ponto forte.

Logo na segunda faixa, vemos que o rumo da sonoridade da banda é o clássico, já que “I Can’t Lose You” ganha uma batida com ‘groove’, guitarras a lá Grand Funk Railroad e ainda possui um refrão poderoso. Aliás, os medalhões mencionados, principalmente na fase do disco “Survival” (1971), são a maior referência aqui.

Mas, ao ouvir faixas como “Do You Want My Love?”, “The Making Of Me” e “High Horse”, sabemos que MC5, Rolling Stones e até country music são grandes influências do grupo, além de elementos do alternativo, que colaboram para deixar o som um pouco mais atual.

Fato é que estamos diante de 35 minutos de uma sonoridade muito bem desenvolvida, feita por quem tem conhecimento de causa, além de um equilíbrio impressionante no tracklist. Tanto que mesmo os não rockeiros irão se familiarizar com o trabalho. Menção honrosa para a belíssima arte da capa.

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