Temos aqui um dos maiores expoentes do cenário alternativo atual, sempre atacando com singles que suscitam grande visibilidade de público e crítica especializada. Os americanos radicados em Sarasota do Neverless, lançam o seu álbum auto-intitulado em proporções magnânimas, um belíssimo conjunto de doze petardos irrepreensíveis, denotando toda a fúria criativa que emana das entranhas do grupo, que é formado por TJ Collins (voz/guitarra), Cory Collins (saxofone), Quinton Puleo (baixo), Jake DiTomaso (bateria), Sam Reasor (guitarra principal), além de várias participações no trompete e teclados. Em tempos aonde por incrível que pareça ouvimos DEMAIS aquela balela proferida do “rock está morto”, em virtude do gênero não se destacar via mainstream como em tempos de outrora, ter um Neverless em total combate é o principal antídoto frente a indagações esdrúxulas como essa!
A abertura instrumental “Enter Scene”, utiliza prerrogativas épicas com distorção para nos preparar ao que iremos vislumbrar… “Stomp” sintetiza exatamente o sentido pleno desta jornada: punk rock virulento mas amplamente invadido por melodias sedutoras e uma vibração sinergética contagiante, no amparo da parede sonora pelos sopros furtivos e a voz vigorosa exaurindo personalidade de TJ. O refrão é um capítulo a parte, daqueles opulentos, avassaladores, grudento e perfeito para ser gritado a plenos pulmões por uma multidão ensandecida! Sabe aquelas canções que já nascem com o status indubitável de HINO, tamanho o poderio desprendido? É ISSO QUE TEMOS AQUI!
“Bad Company” é um capítulo a parte já por contar em sua participação com Peter JR Wasilewski, que integra a lenda do skacore Lessa Than Jake. E claro são desmedidas aqui influências inevitáveis do bardo em questão, mas exaurindo personalidade pelos poros, denotando toda a incrível identidade artística do grupo! Mais um petardo magistral, que se permeia como HIT instantâneo, com todo o paradigma ska aliado a doses generosas de lisergia, reafirmando um acontecimento de procedências únicas. O riff cadenciado de “Red Light” dialoga com perspectivas garageras oitentistas, mas sem jamais perder o foco de coesão máxima em sua obra. Vale destacar o protagonismo das guitarras, realmente um trabalho deveras diferenciado na virulência e intentos melódicos discernidos incessantemente durante a faixa. Mais uma grande canção!
“Once and for All” ancora sua introdução em preceitos tribais que desembocam no punk de perspectivas mais old-school, mas o formato de canção “power-balad” rapidamente nos empurra em uma jornada sensorial sem precedentes! É impressionante o nível do Neverless frente a construção de suas composições. Vale destacar os gritos insanos que adornam o caráter sinergético singular, como se um diálogo absurdamente natural estivesse ocorrendo em sua primazia. GENIAL! “Stuck in Place” tem um riff nervoso, que leva a cadência instaurada para prospecções mais hard-rock, com “efeitos de ataque” e pitadas preciosas de resplandecência pop. Novamente entramos no “processo montanha-russa” de gradativamente sermos devidamente surpreendidos pela diversidade impoluta dos americanos radicados em Sarasota, na Flórida.
“Pheromone” mergulha em águas pós-punk com rara excelência, entregando um exemplar precioso do gênero! Poderia perfeitamente fazer parte do repertório do The Mission e do New Model Army, instituições que também extrapolam sua sonoridade para outras instâncias com louvor. Impressionante a quantidade de hinos que os caras nos entregam em sequência mortal! “Think for Yourself” parte para mecanismos funkeados absolutamente impressionantes, carregados de psicodelia e promovendo um aceno poderoso para as pistas. Ao mesmo tempo é dotado de toda a fúria que conduz as ações do grupo, quebrando cadências frequentemente para camadas atmosféricas altamente sedutoras em seu prognóstico. E toma refrão com ares de arena, daqueles que colocam todas as estruturas pelos ares após a primeira audição!
“Come Alive (In The Dead of the Night)” tem uma perspectiva hipnótica em seu início que é logo invadida pela “exaspero” melódico que determina o universo conceitual deste grupo simplesmente SENSACIONAL em sua prospecção. Os sopros “fazem miséria” em contraponto exemplar mediante a coesão avassaladora que o grupo promove, aliando fúria, melodias furtivas e uma diversidade que realmente é para poucos… UFA! A vinheta “Interlude” carrega nos efeitos para desbocar em palhetadas secas e o vocal característico poderoso que permeia esse desenrolar magnífico em “Goin’ Loco”, resultando em outra experiência magnânima para o ouvinte. Temos a sensação de “botar os dois pés na porta”, mas com a fúria diluída em uma grande explosão de cores das mais vívidas no processo promulgado. É para pular, gritar, se esbaldar, andar de skate, exprimir felicidade e garantir plenamente a festa, porque o poderio eclodido aqui nos abduz em contexto instantâneo. É vida no sentido mais pleno e fluido possível!
A encore “Edge of my Dreams” mergulha em sensibilidade e belíssimas instâncias instrumentais (que beiram ao progressivo!) para promover um fechamento absurdamente proeminente. A viagem termina e no segundo subsequente já queremos embarcar novamente na nave que nos proporcionou todo esse espaço cósmico roqueiro imbuído em um “zilhão” de possibilidades! “Neverless” é para ser mergulhado em toda a sua plenitude, dos primeiros segundos da introdução até o último instante de “Edge of my Dreams”, porque É ESSENCIAL! Disponibilizado abaixo:
https://www.facebook.com/NeverlessMakesMusic
https://open.spotify.com/artist/57rz4is1HljGfb6UEVPMtj
https://www.youtube.com/@neverlessband
https://www.instagram.com/neverlessband/