O cantor afro – irlandês Joe Lington possui trabalhos incríveis lançados, com um estilo dançante e ao mesmo tempo relaxante. A sua carreira é marcada por uma série de canções que, além de passar boas mensagens, é espetacularmente bem produzida. Por causa de sua criação em um ambiente familiar ligado à música, Lington aprendeu cedo esta arte. “Meu avô e seus amigos tocavam Kora e Djembê e eu cantava, brincava e dançava com eles. Foram nessas horas que me despertei para compor música e cantar”, revela o artista. Por conseguinte, Lington começou também a produzir as próprias músicas e, assim, se tornou um artista completo, pelo menos no que se diz respeito à composição, interpretação e produção. O Soul e o Rhythm and Blues são os estilos que mais traduzem os trabalhos do cantor, que também usa ele mentos do Pop e HIP – HOP. Sobre as suas inspirações na música, ele assume influências de nomes como Mary J. Blige, Toni Braxton e Usher. Sobre os temas que Joe explora, maior parte está ligada à diferença de culturas entre o mundo ocidental e o “Terceiro Mundo”. E tem mais! Além de o cara ser monstro em estúdio, os seus lançamentos são cantados em três línguas: inglês, francês e camaronês.
Joe, que teve aulas de canto e piano, também foi solista de coral gospel. Sobre a sua relação com as culturas inglesa, francesa e africana, ele comenta: “Essas diferenças trazem algumas questões sobre nós, humanos. Podemos realmente confiar na opinião e nas emoções do ser humano? Porque, dependendo de onde você cresceu, isso pode ser variável e ter um impacto forte ou menor no intercâmbio entre nossas interações, e até mesmo às vezes ser muito problemático ter conexões sólidas”. Ao mesmo tempo em que Lington se preocupa com as questões culturais, o número de lançamentos aumenta. O cantor debutou em 2017 com o álbum “Nouveau Départ”, em seguida, mais um full – length “Trust” (2018). “Focus” foi lançado em 2021 e, em 2022, lançou “Black Desire”. O mais recente lançamento é o EP “WTPA” de 2022. Nas próximas linhas falaremos sobre o seu segundo álbum completo “Trust”. Este disco foi criado conforme as coisas que Joe percebeu enquanto crescia. É sobre a diferença cultural e o olhar do mundo ocidental aos países subdesenvolvidos. Ou seja, é bem dentro do assunto que acabamos de tratar. Dessa forma, falaremos agora sobre os seus aspectos musicais, como harmonia, melodia e ritmo. Então, vamos nessa!
O primeiro ato do álbum é representado por “She Got Me”, que na verdade é só uma pequena introdução de pouco mais de trinta segundos, com um clima HIP – HOP. Esta pequena canção deságua em “Ce Soir” que, como pode perceber, é cantada em francês. Esta não tem as batidas de trap como a anterior, mas possui um groove gostoso de ouvir, complementado pelo dialeto franco – irlandês que põe mais charme na música. A terceira canção “I Gotta Be With You” possui um coral muito legal no refrão, que cai muito bem para o tema e tem participação de Bryan G., o que dá mais versatilidade ao som. Quem dá sequência é a balada “Ce Monde” que, mais uma vez, traz uma letra em português. A melodia dessa faixa relaxa o corpo, mas quando entra o solo de guitarra, aí relaxa a alma. O que vem depois é “Africa”, e não precisa nem dizer sobre o que expressa essa linda canção com belas vocalizações, uma percussão típica da cultura africana e a maravilhosa participação de Lady FI. Os beats pesadões retornam com o Otaku Black em “Yeah”. Isso mostra a versatilidade de Lington, não apenas nos estilos musicais, mas também na qualidade de seus convidados. Todos de considerável respeito e respaldo.
Para dar seguimento ao álbum, “Trust” faz as honras. E esta não é exatamente uma música. A faixa título é simplesmente uma mensagem de amor e respeito às culturas que já abordamos aqui diversas vezes. A oitava execução se chama “Je Sais”, que presenteia os seus ouvidos com um bom gingado e uma linha melódica sem muito exagero, logo, muito boa para ouvir. A seguinte, “Intro My Mother” também não é uma música, apesar de se iniciar com um toque soturno de teclado. O conteúdo principal, no entanto, representa uma discussão entre duas pessoas. E este mesmo clima soturno continua em “My Mother” que, adiante, ganha um belo conceito de balada. Mas a melodia é bem triste. O clima mais festivo vem com “Remember”, que promove não só o retorno de Otaku Black, mas também chama Tidou B. na participação. Mais um solo de guitarra bem encaixado aparece em “Elle”, e não sei para você, mas para mim essas músicas cantadas em francês são as melhores. Esta, então, que tem um belo acompanhamento de teclado, é incrível. O álbum termina com “You Better Be Ready”, uma música mais solta que nem preciso comentar porque a esta altura, você não precisa mais de recomendações do talento de Joe Lington.
Confira o álbum “Trust” no Spotify: