Brian Lambert pode ser considerado um incansável no cenário musical. Não porque insiste em buscar um lugar ao sol, mas sim por ser prolífico e, o melhor de tudo, por sempre estar entregando trabalhos de qualidade com uma sonoridade abrangente. Claro que isso lhe dá experiência, mas ele nunca se dá por satisfeito e tudo que lança acaba tendo um frescor extra.
Vindo de Denton, no Texas, Lambert tem algumas influências que fazem parte de sua estrutura natural. O country e a música americana são algumas delas, mas sua sonoridade não os tem como mote e sim apenas como tempero, o que já mostra a versatilidade do artista.
A experiência do músico não se resume a lançar trabalhos e sempre estar em voga no cenário, afinal Brian é o vocalista da banda de rock alternativo The Star Crumbles, do qual mantém em atividade e fazendo um certo estrondo na cena musical alternativa. A sonoridade é baseada na new wave oitentista, ou seja, mais uma das influências que ele carrega e pode ser encontrada em seu trabalho solo.
Agora Brian Lambert chega a este seu mais novo álbum, “Wild”, onde toda a amálgama de referências, do qual ele trabalhou neste tempo, se encontra. Tudo de uma forma bem natural, com a assinatura de Brian e em momento algum se perdendo em meio a este emaranhado de elementos.
“Wild” é um trabalho onde Lambert traz algumas parcerias, músicas autorais, além de dois covers muito bem escolhidos. A diversidade do trabalho só faz com que ele seja ainda mais fácil de digerir, além dos covers de Gorillaz e Nirvana que caíram como uma luva no álbum, e têm uma função de cheirar café, ou seja, para recuperar o olfato e sentir novos perfumes.
Em pouco mais de meia hora, o texano consegue transitar pelo rock, post-punk, pop, hip-hop, country e synthwave sem forçar nada, em apenas nove composições, as deixando fluir da melhor maneira possível. E sem perder suas características em momento algum, pelo contrário, quanto mais o álbum flui, mais a identidade de Lambert fica forte e ele molda sua assinatura como deve ser.
O trabalho começa com a faixa título onde Brian aparece acompanhado por Harmony Kelly e Marc Schuster onde o rock alternativo dá suas cartas, com um trabalho de guitarras bem interessante, além de um teclado descendente direto do horror-punk. Sem dúvidas uma faixa peculiar, mas que não resume o álbum. Até porque logo em “Nobody Seems To Understand”, um pop punk esperto com tempero indie, as coisas mudam consideravelmente e a energia ganha doses extras.
“Don´t Tease The Zombies” traz um darkwave unindo-se ao horror-punk como se as guitarras estivessem se aposentando. A batida eletrônica traz sintetizadores sombrios, além de uma aura onde o gothic iria se sentir bem tranquilamente. A faixa é seguida por “Clint Eastwood”, canção que ganhou o mundo em 2001 com o grupo Gorillaz. Sucesso atemporal, nela Brian apresenta uma versão fiel à original, mantendo sua essência e dando um ‘punch’ maior aos arranjos.
Novamente com Marc Schuster, Lambert chega a “The Start Has Begun” com uma veia post-punk / space rock digna de Bowie, o que jamais seria visto (ou ouvido) de forma pejorativa. Que bela canção, aliás, com uma levada, sintetizadores e baixo estupendos. Em seguida, “These Days”, mantendo os teclados post-punk, encara uma veia indie de melodia dócil e uma levada mais que interessante, além de uma interpretação muito emotiva de Brian. Duas faixas maravilhosas, que não estão interligadas, mas nos proporcionam uma das melhores partes do disco.
“Breed”, o segundo cover em “Wild”, já se difere da abordagem do outro cover do trabalho. Na canção do Nirvana, Brian deu uma veia acústica sintetizada, deixando a faixa, que é agressiva, um pouco mais branda e sarcástica, mantendo apenas sua base inicial.
O ritmo de despedida começa com “Eyes Wide Open”, um indie mesclado com pop rock, de ritmo ingênuo e arranjos empoeirados, onde a descontração é o mote principal. Uma canção que cairia muito bem em uma trilha sonora de comédia romântica. A faixa dá passagem para “I Just Wanna Have Good Time”, que mantém a descontração, mas se envereda drasticamente para o synthwave, sendo totalmente sintetizada e inusitada para o fechamento do disco.
“Wild”, enfim, é um disco versátil, mas que tem toda a identidade do artista por trás. Brian Lambert sabe muito bem onde pisa e entende que é dessa forma que se caracteriza uma sonoridade própria e sem precisar fechar seu leque.
Não bastasse ser um talento inegável em unir influências diversas, Lambert consegue transitar por diversos temas em suas letras, que vão desde de metáforas para a vida rotineira, passando pelo horror, fantasia, até momentos mais descontraídos e românticos. Um trabalho que prova que a diversidade é o mote no mundo, incluindo o da música.
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