O hip-hop e sua tendência tradicional de ir moldando paradigmas sonoros que dizem respeito ao conceito promulgado pelo estilo ao longo dos tempos, sempre consegue CADA VEZ MAIS nos surpreender… Impressionante como desbrava uma produção incessante de novos talentos pelas gerações subsequentes, que fazem com que o estilo esteja sempre sendo reverenciado pelas mudanças estilísticas proporcionando sempre um “sacolejo” na cultura pop vigente. A liberdade promulgada no fazer artístico pelo rap, consta como uma propulsão revolucionária, sempre temos uma “nova carta escondida na manga” que nos impacta e suscita influências desprendidas por caminhos dos mais inusitados!
O artista londrino CAKbeats dialoga em sua base com uma tendência sonora que vem brotando de forma incisiva desde o processo da pandemia, a música ambient. A necessidade do ser humano em “desacelerar” perante a quantidade abrupta de informação, junto a uma maneira nostálgica de se degustar a experiência, vem cada vez mais angariando mais adeptos. Afinal de contas, houve uma pesquisa recente que mostrou um fator alarmante: a maior parte dos ouvintes de streaming tem uma média de trina segundos de audição perante cada registro!
Então o rapper inglês teve o brilhante conceito de levar seu canto falado para uma trilha-sonora dentro de uma viagem de avião… E o resultado é espantoso, como pudemos decodificar em seu mais recente lançamento em formato de álbum, o impressionante “PILOT”, um conjunto de treze faixas incríveis, resultado curto e urgente, mas deveras sedutor! Mas vamos esmiuçar faixa a faixa esta preciosidade para vocês:
A abertura com a faixa-título, já denota exatamente o que iremos encontrar por aqui: camadas etéreas adornadas por efeitos de natureza diversa, introduzindo o ouvinte abruptamente frente a uma jornada sensorial sem precedentes! Os sintetizadores em profusão dialogam com os beats embebecidos em groove de primeira, nos alçando num paradigma instrumental altamente sedutor. Sim, o avião está decolando da pista e acabamos de tomar voo rumo aos céus!
“Ball” é uma vinheta que sintetiza este momento, inclusive com narrativa similar a de um comissão de bordo… Caímos diretamente em “Do Somethin”, um arquétipo amplificado em efeitos lisérgicos, novamente um ponto urgente, mas significativo junto a trama! “Luv214$t” envereda por um permeio R&B irresistível, onde o suntuoso vocal feminino desprende um prognóstico sedutor altamente natural, como se o amor estivesse sendo eclodido fidedignamente em pleno céu dentro da aeronave. O encadeamento entre as faixas nos permite discernir todas essas conexões que a música do artista proporciona nesta viagem relaxante para um mundo desconhecido…
“Be Cool” se ancora diretamente numa base elegante e rebuscada, e que deixa aquele “gostinho de quero mais”, o que se mostra uma estratégia acertada de CAKbeats, pois sua diversidade que abraça gêneros dos mais díspares sem deixar de exaurir personalidade pelos poros, reforçando a poderosa identidade artística, está sempre promovendo mudanças repentinas de estágio que funcionam como uma sucessão gradativa de elementos surpresa. Olha a maravilha que vem sendo concebida: dentro da calmaria do voo, estilisticamente temos um efeito de montanha-russa desgovernada. MAGISTRAL!
“Anotha” trafega por insights ambient poderosos, principalmente mediante o diálogo furtivo entre os sintetizadores e os beats que se emulam com força. Belíssimo momento! Os muitos efeitos dispensados em “Daytrip” fazem jus ao título da faixa, pois temos um percalço que bebe em fontes psicodélicas, e nos elevam primordialmente para estâncias bastante elevadas em termos de consciência, independente da altura no qual promulgamos dentro deste voo. Funciona como uma bela continuação para o registro anterior… “Spoochi Interlude” com seus vinte e quatro segundos funciona como uma vinheta de transição para o processo que estamos prestes a emular neste estado elevado em todos os sentidos.
“Hepatitis” tem incisivo saxofone compondo a base e o maravilhoso vocal feminino volta a tona em tons sussurrados, onde novamente temos uma digressão urgente, mas que não deixa de desprender poder! “Turning Point” bebe mais nas tradições old-school do gênero, mas sem deixar escapar o conceito no qual está sendo determinante para que “Pilot” seja um grande acontecimento. Aliás, um suspiro dos mais abruptos frente ao cenário… E tome “swing esfumaçado” com quebradas de cadência baruptas e impressionantes!
“Talk Like This” tem clima festivo inerente e realmente dá vontade que essa experiência congele e “a festa continue”, é impressionante o resultado destilado neste processo incandescente! “Next” evoca ondulações chafurdadas em mistério, onde é percebível um sutil ensejo futurista, mas também uma certa propulsão lúgubre/poética. A encore com “To Think” desbarata intentos soul sublimes, e percebemos nosso voo sendo concluído em paradigmas de altíssima temperatura. SENSACIONAL!
Fatalmente este petardo de proporções irresistíveis e essenciais, alçará seu nome para dimensões estratosféricas, chegando até os recantos mais inóspitos do planeta. MERGULHE em toda a quintessência de “PILOT”, pois é uma viagem absolutamente essencial para todos nós, e só mostra o quão genial esse trabalho de CAKbeats emulará em nossas mentes! Não temos dúvidas que estará em todas as listas possíveis de melhores de 2023! Disponibilizado abaixo:
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