BABA KUBOYE: arrebata com o magistral álbum afrobeat “Cultural Canvas”; saiba mais

A influência do afrobeat frente ao planeta é realmente estrondosa, e até hoje sua imponência conceitual reverbera pelos caminhos mais díspares possíveis. O impacto do “pai do estilo” Fela Kuti é realmente monumental, exprimindo através de sua suntuosa simbiose sonora uma série de perspectivas políticas e comportamentais, que realmente revolucionaram a cultura negra como um todo.

Artistas dos mais variados âmbitos e pesos tiveram influência direta neste “movimento” altamente prolífero e sedutor, que colocou o continente Africano em perspectiva de destaque na época. E não se ateve em perspectiva nostálgica, até o momento vigente temos representantes do gênero que ainda se permitem dialogar com outros parâmetros musicais que adornam a contemporaneidade. Este é o caso explícito do cantor, musicista e compositor radicado em Los Angeles, criado por uma família de músicos, BABA KUBOYE, que “abraça” com exatidão permeios de dancehall, hip-hop e paradigmas assertivos de big-band em sua mais recente empreitada, o magistral álbum “Cultural Canvas”!

Trata-se de um primoroso conjunto de dez faixas absolutamente irrepreensíveis perante este “liquidificador sonoro” instaurado, e não temos dúvidas que irá figurar em todas as relações possíveis de “Melhores de 2023” ao final do ano. Nós do portal Music For All ficamos tão tocados com essas preciosidades explosivas em formato de canções, que iremos esmiuçar cada uma dessas faixas para vocês abaixo…

O groove chega “chutando a porta com os dois pés” na abertura “Soft Life”, um excepcional cartão de visitas mediante este jornada sensorial sem precedentes que encontraremos pela frente. Seu saxofone alto começa a ditar o “enquadramento” desta obra, em diálogo perene com os vocais sublimes do artista e suas backing femininas. referência de insight étnico, maneirismos soul e pitadas de “metralhadora giratória” na melhor tradição rap, colocando um molho incisivamente sedutor neste caldeirão de possibilidades saborosas! Recebeu consideração do GRAMMY AwardsⓇ na nova categoria “Minha Cultura” de Melhor Performance Musical Africana. INCRÍVEL!

“Carry Go” imerge nos beats ainda com mais intensidade, tirando nossos pés automaticamente do chão, assim como em transe possibilitar que o corpo seja “balançado” mediante qualquer prisma frenético! Os fraseados que configuram o estilo, de alta prospecção “jazzy”, se fazem presente de forma magnânima e caímos dentro dessa grande celebração musical, trafegando por instãncias diversas exaurindo personalidade pelos pros e denotando uma identidade artística singular.

“Chilling” é uma ode afrobeat: percussões tradicionais, ritmo dançante, momentos de improvisação e vocais carregados de sensualidade. É realmente impossível não ser devidamente “abduzido”! Vale destacar o protagonismo do órgão, que nos rende momentos de beleza irresistível. Aqui temos o ensejo “Konko”, que enfatiza o caráter experimental de BABA ao longo das composições. Haja desprendimentos tribais que são plenamente desafiados pela voz primordial do artista: timbres suntuosos, feeling exasperado e técnica em níveis elevadíssimos neste potente timbre que formula linhas fenomenais!

“Dey for you” tem uma vibração sensual menos quebrada ritmicamente, simplesmente embarcamos em um tráfego hipnótico que gradativamente vai incorrendo para preceitos de intensidade diversificada ao extremo. O refrão é um capítulo a parte: com ares de arena, grudento e perfeito para ser bradado entusiasticamente por uma multidão ensandecida, festa TOTAL! Além da verve poética de cunho amplamente feminista em seu discorrer…

“Parara (Sax Appeal)”, como o título nos determina, promove um duelo instigante e transgressor entre a potência da voz de KUBOYE e os metais que se desprendem em processo SUBLIME. Os saxofones realmente dizem para a audiência ao que vieram, e desprendem um espetáculo de proporções apocalípticas! E o groove que provém deste acontecimento é realmente impressionante… E pensar que ainda temos mais surpresas nos aguardando. A introdução jazz/hip-hop no melhor estilo Kendrick Lamar, obviamente é “atacada” pela africanidade que é de praxe, e o resultado mais uma vez nos impressiona, e MUITO!

“WA ZO BIA” tem o poderio de uma “montanha-russa” desgovernada, o andamento mais do que acelerado nos embarca nesta viagem emergida em força rítmica e conceitual emanada com primor! O autor celebra sua herança e cultura africanas, adentrando nas ricas tradições da África Ocidental e Austral, “para celebrar o seu amor pela vida e a sua jornada rumo à autodescoberta”, como o próprio atesta impreterivelmente em prosa, ritmo, musicalidade e verso! “Igbàla” tem um significado especial ao extremos para o artista, pois é uma colaboração com uma canção sobre libertação do final do século XIX composta por seu tataravô. Nascido em Lagos (Nigéria), BABA KUBOYE chega ao ÁPICE de sua promulgação referente a linhagem e origens, nos proporcionando realmente um espetáculo que atinge nossas almas em cheio, tamanha a força emanada no resultado final.

A encore se dá com uma versão estendida da avassaladora “Soft Life”, nos deixando estupefatos pelo incrível conjunto de canções presentadas a audiência que já nascem com o status indubitável de HINO supremo, e que fatalmente alçará seu nome para instâncias mais estratosféricas dentro do cenário afrobeat. Ainda temos como divulgação disponibilizada, um vídeo de uma performance junto a banda em Dallas (Texas), simplesmente SENSACIONAL! Abaixo:

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(‘discovered and supported via Musosoup #sustainablecurator’)

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