Prince of Sweden apresenta seu trabalho mais maduro em single “Kicking Out Time”

Apesar do nome, o Prince of Sweden (‘príncipe da Suécia’, em uma tradução livre) vem de Londres, no Reino Unido. Trata-se de uma ‘one-man-band’, onde o músico por trás (que não revelou sua alcunha) iniciou-se na música de uma forma habitual, isto é, aprendendo a tocar violão com um senhor na fazenda que frequentava.

Essa essência do campo parece presente na sonoridade do projeto até os dias atuais, mesmo sua música sendo elétrica e fundamentada no indie contemporâneo. Afinal, o que podemos constatar é que o Prince Of Sweden é influenciado, acima de tudo, pelo rock clássico e seu caminho trilhado até os tempos atuais, incluindo a organicidade e inocência em sua essência.

Desde sua criação, o projeto já entregou diversos singles e um EP intitulado “Live From a Dark Room”, gravado ao vivo em estúdio e lançado em 2021. Em parâmetro a esses trabalhos, nota-se que este “Kicking Out Time” é um disco evoluído em praticamente todos os aspectos, mas que preserva algumas características de seus antecessores.

Mais próximo do single “Garrison Lane” (2022), último antes do lançamento do novo EP, onde as guitarras elétricas dão mais a cara, o trabalho inicia uma nova etapa na carreira do projeto, que por muito tempo primou em entregar uma sonoridade mais voltada às cordas acústicas, e com um ênfase maior ao folk,

Claro que evoluir não é problema, ainda mais quando se preserva sua essência, apenas agregando novos elementos à sua obra, fortalecendo sua sonoridade e a aproximando ainda mais do público, que é o que acontece em “Kicking Out Time”. É como amadurecer sem esquecer suas raízes.

Entre os principais pontos, está a coesão do trabalho, onde a execução é um dos pontos fortes, mostrando técnica, mas mantendo o feeling, que é fundamental. A estrutura e arranjos das composições também são partes essenciais do EP, soando orgânica, mas explorando os recursos atuais, com uma lapidação na captação e mixagem impressionantes.

A dinâmica das canções e a ordem do repertório, que conta com quatro músicas (sendo uma instrumental) também colabora e muito para que o trabalho flua de uma forma que não canse o ouvinte. Muito pelo contrário, assim que o disco termina, fica aquela sensação de quero mais e é automática a ação de apertar o play novamente.

“Kicking Out Time” abre com “The View From The Top Rope”, uma faixa com um ritmo semi cadenciado dançante, rememorando os clássicos sessentistas. Mas, um trabalho primoroso de guitarras, com riffs consistentes a traz como teletransporte para os dias atuais.

Um órgão fundamental é inserido ao fundo, dando um ar ainda mais clássico à canção, que também revela a serenidade das linhas vocais do Prince Of Sweden, e mais uma diferenciação em relação aos trabalhos anteriores, pois aqui ele emana uma energia mais para cima.

“A Little Candelight” é quase uma balada rockabilly, com guitarras simples em sua base, a levada mais branda ainda e um clima ingênuo em sua execução. Curiosamente, aqui o artista emposta sua voz com um timbre mais grave. Os teclados são mais ativos e fundamentais e a melodia, apesar de equilibrada, aparece com mais ênfase e com um ar mais melancólico.

Precisamos falar da seção rítmica nessa canção, que abre a faixa e mantém uma pegada impressionante, principalmente em se tratando desse tipo de sonoridade. O baixo é consistente, vibra no tempo e medida certos, enquanto a bateria reta não destoa um momento sequer da música.

“For Kathleen” é a faixa mais moldada aos tempos atuais, ganhando contornos do indie rock, mas sem perder a aura vintage que permeia o trabalho. Com um violão como base, acompanhado por uma guitarra pontual e os teclados continuando fazendo a diferença, é a faixa mais dinâmica do trabalho.

Com um solo de guitarra propício muito bem desenvolvido, ela tem uma cozinha certeira, que eleva o ritmo com coesão. O interessante é que a melodia da faixa é a menos romântica, mas sua letra a mais amorosa.

A faixa título, que encerra o trabalho, é instrumental trazendo a melancolia de um teclado viajante, causando uma sensação de despedida. A música, de menos de um minuto, soa mais como um ‘outro’ do que um componente fundamental do EP, mas consegue transmitir sua função.

Objetivo, “Kicking Out Time”, como dito antes, deixa um gosto de quero mais e isso nunca é algo ruim, muito pelo contrário, se passa rápido e causa essa sensação, significa que é bom. No entanto, o trabalho cumpre com seu papel, que é de entregar boa música e agradar a todos os públicos, isso porque soa rock, classic rock e indie rock, caminhando pela linha do tempo do estilo e flertando com o pop.

Já o Prince Of Sweden apresenta seu trabalho mais maduro e consistente, talvez o melhor de sua curta discografia. Isso porque o EP traz equilíbrio, coesão e estrutura, além de, é claro, composições maravilhosas, reflexo do molde que o artista criou durante os lançamentos anteriores. Passou de ano!

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