Enforcer: confira entrevista com vocalista Olof Wikstrand

A banda Enforcer está se preparando para sua turnê pela América Latina que começa no dia 9 de fevereiro no México, mas ontem (06) o vocalista Olof Wikstrand tirou alguns minutos para conversar com a nossa redatora e o papo foi bem interessante.  

Na entrevista conseguimos saber sobre novidades da banda, expectativas sobre a turnê e até conversamos sobre o futuro do heavy metal.  

Vocês conferem tudo isso abaixo.  

Como você está? 

Olof: Estou bem! Nós viajamos amanhã para a tour então tem sido um dia agitado para colocar tudo em ordem. 

Eu posso imaginar. Você está animado? 

Olof: Sim! Estou muito animado. Tem um sido anos mais lentos por muitas razões, mas eu sinto que as coisas estão voltando a ser como eram antes, o que é ótimo. 

É o começo da turnê desde a pandemia ou vocês já tocaram antes? 

Olof: Não apenas por causa da pandemia. Nós tivemos uma turnê já, mas faz 4 anos que tivemos o último lançamento e não aconteceram tantos shows como quando estamos lançando um novo álbum.  

E vocês estão saindo amanhã para começar a tour na América do Sul? 

Olof: Sim, nós estamos indo para o México amanhã. 

Ah, que legal! Eu queria falar sobre o último lançamento da banda que é o videoclipe para “Running in Menace”. Como surgiu a ideia de fazer e como você se sentiu quando os fãs escolheram essa canção? 

Olof: A gente queria fazer esse vídeo, pois tínhamos muito material de turnês anteriores, então queríamos um clipe com ele. E sentimos que devíamos gravar algo novo e faria sentido lançar algo que fosse do gosto dos fãs. Uma canção que não tínhamos tocado antes e pareceu inspiradora e divertida.  

E vocês também lançaram um álbum ao vivo. Como veio a ideia de lançar esse ao vivo e não um novo de estúdio que vocês não lançam desde 2019? 

Olof: Nós lançamos o último álbum em 2019 e o ao vivo seria para 2020, então gravamos tudo no final de 2019.  

Vocês filmaram no México, como foi a energia do show e como vocês se sentiram tocando? 

Olof: Foi muito bom, eu meio que sabia que seria uma das últimas vezes que tocaríamos todos juntos, com aquela formação, por muitas razões. Então eu decidi usar a oportunidade de gravar aquele show. E também porque foi um show muito bom já que vendemos muitos ingressos, então seria com bastante gente e seria uma boa oportunidade. E também sabia que seria um bom palco para gravar sabendo que poderíamos fazer o nosso show sem ter as limitações do tamanho do lugar. 

Eu só queria dizer que estava no último show de vocês aqui em São Paulo e foi a primeira vez que eu trabalhei como jornalista e fotógrafa em um show internacional. 

Olof: Nossa, faz bastante tempo! Foram boas lembranças. Eu lembro que foi um bom show. 

Sim, eu não conhecia a banda e fiquei impressionada com a energia do show. Como você se sente quando sobe no palco para tocar? 

Olof: Eu não penso muito a respeito, eu apenas deixo a situação me consumir por completo e foco no que vou fazer no palco. Como eu vejo é que conseguimos criar essa interação entre a gente e o público e esse é a minha maior motivação. Uma forma de mediar essa energia, para mim, é quando conseguimos conectar com o público e sentir a energia entre eles e a gente. 

Nós falamos um pouco sobre a pandemia antes. Como foi esse período para vocês de isolamento? Vocês conseguiram fazer algo juntos? 

Olof: Para mim foi bem de boa. Na Suécia não tivemos grandes restrições e podíamos sair normalmente. Foi tranquilo. O problema é que não podíamos ensaiar porque nosso baixista saiu durante a pandemia e não tivemos uma reposição por um tempo. Meu irmão vive nos Estados Unidos e foi difícil trazê-lo para cá. Então não conseguimos fazer nada durante a pandemia. Eu escrevi muitas músicas e são que as serão lançadas em breve. São as canções que virão no novo álbum. Foi como eu passei meu tempo. 

Então há planos para um novo álbum? 

Olof: Sim, acho que será anunciado na sexta. 

Legal! E o que você pode me contar desse novo álbum? Você acha que tem diferença do último por causa do tempo? 

Olof: Sim, eu acho que trabalhamos de forma experimental no álbum anterior, mas esse é mais um retorno do que foi o “From Beyond” e acabamos nos mantendo em uma zona de conforto, mas ao mesmo tempo estamos explorando novas coisas. Meu objetivo é fazer heavy metal e não soar previsível. Para mim será o melhor álbum. Eu nunca me senti tão bem com o nosso extremo trabalho e já que tivemos muito tempo para ele.  

Eu queria perguntar algo que está fora do meu roteiro, mas para continuar a conversa. 

Olof: Sim! 

Nós vemos hoje em dia uma mudança no metal. As bandas antigas estão acabando. Essa semana o Ozzy anunciou a aposentadoria e isso acaba abrindo o espaço para novas bandas como vocês. Como você vê a nova cena heavy metal agora? Você acha que algo finalmente vai mudar? 

Olof: Eu espero que algo mude no future. Obviamente nós vamos acabar em um momento em que esse gigantes da música vão aposentar ou morrer. E eu acho que estamos prontos para assumir esse lugar, mas eu penso que as pessoas não deixam porque a indústria, produtores, gravadoras, agências não querem que a coisa mude. Nós estamos em um gênero que nunca nos dão a chance. Eles nos ignoram e olham para o outro lado. É bem frustrante, mas eu acredito que vai chegar um momento em que seremos reconhecidos pelo que fazemos porque a Enforcer é sobre levar o heavy metal ao futuro. 

Eu também consigo ver isso. Eu vejo muita gente reclamando que o rock morreu, mas nós temos tantas bandas incríveis ao redor do mundo. Até mesmo aqui no Brasil que não aprecia o que temos nacionalmente, mas eu espero que seja um novo começo para as bandas que estão vindo. 

Olof: Eu acho que as pessoas da minha geração, quando elas começarem a tomar posições sobre festivais e turnês, a gente vai começar a ver alguma diferença. Porém para as pessoas que nasceram antes, eles ainda acham que nada aconteceu depois dos anos 90. E você vê os festivais ao redor do mundo com o mesmo lineup desde aquela época. E eles não querem que as coisas mudem em suas pequenas bolhas, mas deixa eu te dizer que muita coisa aconteceu desde os anos 90 e temos uma nova geração de heavy metal por aí. 

Eu concordo! E vocês estão animados para tocar aqui no Brasil? 

Olof: Com certeza! Vai ser ótimo! Faz muito tempo. 

Foi em 2017?  

Olof: 2016. E eu acho que foi em fevereiro, então quase sete anos. 

E o bar que vocês tocaram aqui nem existe mais. 

Olof: Eu ouvi falar. 

E vocês prepararam algo diferente? O que podemos esperar?  

Olof: Eu acho que acabamos focando em criar o melhor setlist, então vamos escolher o melhor dos nossos álbuns e também vamos promover os lançamentos mais recentes. Estamos planejando tocar uma música nova. Em três semanas já teremos anunciado o novo álbum e algumas outras coisas então estaremos bem ocupados. Mas vamos poder mostrar para o mundo o que estamos fazendo. 

Que legal! Agora eu vou deixar você fazer as suas malas e se preparar para a turnê e espero vê-los no show de São Paulo. 

Olof: Nos vemos em três semanas. Será bem-vinda.  

Obrigada!  

A Enforcer toca no Brasil nos dias 24, no Rio de Janeiro, e 25 de fevereiro em São Paulo.  

Para compra de ingressos: https://pixelticket.com.br/eventos/11832/enforcer 

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