Este é um álbum fruto da parceria de dois grandes músicos poloneses, Piotr Krępeć e Kris Górski. “Impromptu Session 1” é um trabalho de improvisações com dezesseis faixas do mais alto bom gosto musical. É uma pequena marca de encanto no coração das pessoas, também é um antídoto terapêutico para amenizar os maus sentimentos, as dores e angústia de quem busca a paz. Para acompanhar toda essa qualidade, a produção do full-length também agrega muito valor à obra que é apresenta uma experiência única de limpidez e harmonia, estando em conformidade com o talento que cerca os músicos.
Piotr Krępeć é um violonista clássico com vasto conhecimento na literatura musical. Já criou trilha sonora para filme, e em 2013 lançou o primeiro álbum “In Substance”. Em seguida, Piotr lançou “Movement in Silence” (2018) com mais provas de seu talento e, atualmente, promove o álbum “Earth” (2023). Kris Gorski é um artista musical engenheiro, compositor, criador de trilhas sonoras, educador e intérprete. Suas colaborações como músico ou produtor já lhes renderam aproximadamente cinquenta lançamentos. Agora, com essa nova união Gorski mostrará a todos como se transforma notas musicais em encantamento, ao deslizar seus dedos no teclado.
O primeiro momento de “Impromptu Session 1”, é a melodia de “Myst and light”, que chega suavemente pelos toques leves de violão. No mesmo instante percebemos o quão carinhoso é Piotr com o seu instrumento, quando ele desliza sobre as cordas ao mudar as notas. Isso representa uma doce relação de respeito. A mesma relação está em “Flight of the Crane”, onde Kris promove um verdadeiro balé de notas musicais ao piano. Um ponto a se destacar é o entrelaçamento que os dois instrumentos fazem, em uma execução de perfeita simetria, onde piano e violão dialogam harmoniosamente dando mais vida à música.
O mesmo acontece em “Intertwined”, onde os músicos através de suas perícias promovem uma manifestação de sentimentos em quem a escuta. A música possui um efeito tão relaxante quanto concitativo, te fornecendo suporte para guardar energias, ao mesmo tempo em que te encoraja a refletir, meditar e tomar boas decisões. Mas tudo bem, é fato que você encontrará essas qualidades não apenas nesta, mas em todas as outras músicas, pois a textura sonora que chega em nossos ouvidos, como em “Winding down” abre um espaço em nossa mente onde só podemos pensar em coisas como a natureza e bem estar.
Mas se for para não pensar em nada, apenas viajar pelo desconhecido se deixando tocar apenas pela melodia produzida a partir dos toques sensíveis de Piotr e Kris, que seja acamado pela magia de uma música como “Within”, que entre o conforto e a tensão, trata tudo muito sutil. E este é um item muito presente também em “On Two”, que inspira solitude, calmaria e pôr do sol. Uma bela trilha sonora para os seus finais de dias que merecem um descanso, um tema que após ouvi-lo vem à sua cabeça um desejo de mudança na rotina.
A música instrumental nunca esteve tão cheia de sentimentos como neste álbum, onde ao se expor às suas melodias você se atira em um imenso campo invisível, que te toma pela alegria, tristeza, amor ou solidão, conforme o seu estado de espírito. Músicas como “Barely” são exemplos dessa louca condução. Mas tem outras que potencializam ainda mais o seu estado de espírito, falo de “Up north”, por exemplo, com a nota do violão entrando como navalha em sua mente, enquanto que a base de piano faz a sua parte filtrando as partes menos interessantes dos seus pensamentos, fechando a porta para não retornarem.
Anos de carreira destes dois músicos só poderiam resultar em um álbum cheio de pompa e elegância como este. Este crossover é de longe um dos mais espetaculares desse estilo, pois tanto Piotr quanto Kris não são músicos engessados, como “Unvoiced” mostra isso. Este é um encontro que deveria ter existido há mais tempo. Até mesmo em músicas com menos complexidade, como “Musky” sentimos a massagem espiritual que seu clima gera. Não há nada além de doçura, nada além de ternura doadas de mão beijada aos nossos ouvidos, ou seja, às nossas vidas calejadas pela atribulação do dia-a-dia.
Se procuras por modernidade, sintetizadores e efeitos distorcidos de guitarra, este não é o seu álbum. Mas se procura por virtuose, esteja à vontade para permitir “Waterdrops” te impressionar, assim como “Highlands” com a sua dupla camada de protagonismo, apresentada pelo violão e piano ao mesmo tempo, mas de mãos dadas com a harmonia. Em “Dancing Lights” o destaque já é mais voltado aos teclados, com uma doce condução de dedilhados formidáveis e cuidadosamente bem tocados. É incrível como a cada faixa, a dupla parece evoluir mais em um espaço que não se espera mais evolução, pois o seu talento já é tamanho que não há mais o que precisa ser feito.
“Coming Back” é outra que tem um destaque maior do violão. Mas o deslizar característico dos dedos nas cordas, como em um espetáculo acústico, também possui uma sutil camada de piano. Mas em “In Time”, a brisa sopra mais forte para finalizar o álbum então, com a serena “Dusk”. Como eu poderia dizer a você, “Impromptu Session 1” é um álbum necessário a todas as pessoas que devem pausar as suas vidas, refletir sobre o que fazem, sobre a atenção aos familiares e, depois de ouvi-lo, resetar a sua vida com renovação.
Ouça “Impromptu Session 1” pelo Spotify.
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