O Japão sempre se primou por ser um celeiro musical de proporções incandescentes ao longo da história. Temos álbuns ao vivo gravados no país que alçaram dimensões clássicas, pela intensidade que o público local louva seus artistas preferidos, de gêneros dos mais díspares possíveis. A resposta da plateia nestes registros alçaram a comunidade japonesa como o público mais fervoroso do planeta, e este mercado local específico como um dos mais desejáveis para ser conquistado. Só que grande parte das pessoas esquece que independente da relação com sonoridades externas, o país tem uma cultura local realmente magnífica, onde uma profusão incessante de novos talentos sempre aporta com grandes realizações.
O cenário é magnífico neste patamar e com a globalização deste milênio, acabou tomando o efeito contrário: obras produzidas no Japão tomaram o mundo (principalmente o Ocidente) e muitos trabalhos foram aclamados de forma fervorosa! Sempre temos notícia de algum nome recente que abala as estruturas em seu trabalho de estreia, inclusive cantando no idioma local. Este é o caso da cantora e compositora radicada em Vasto, a ítalo japonesa OTO MAYUMI, o seminal debut em formato de álbum “Good and Bad Shades”, um conjunto irrepreensível de dez faixas que prometem sacudir as estruturas roqueiras mundiais.
A terminologia J-Rock é apenas para acentuar as produções neste gênero que recebem a língua japonesa e alguns preceitos de influência local. O registro em questão IMPACTA pela maturidade musical desprendida e por fugir de qualquer um destes rótulos, exaurindo personalidade pelos poros e denotando uma identidade artística absolutamente singular. Não temos dúvidas que irá figurar em todas as relações possíveis de “Melhores de 2023” ao final deste ano! Nós do portal Music For All ficamos tão tocados após as várias audições que iremos esmiuçar esta preciosidade faixa a faixa para vocês abaixo.
A abertura dos trabalhos com “Kagami mite goran”, aposta no protagonismo das seis cordas, com a guitarra promovendo um riff altamente sedutor que transita entre instâncias roqueiras e a funk music com absoluta destreza, para logo iniciar um furtivo “duelo” com o naipe de metais explosivo. A voz magistral da artista é a famigerada “cereja do bolo” em toda esta conjunção “matadora”: timbres suntuosos, feeling docemente exasperado, doses preciosas de sofreguidão emocional e técnica em níveis elevadíssimos na formulação das suas linhas (muitas das vezes declamadas!)!
O refrão é algo de espetacular, soando com ares de arena, grudento e perfeito para ser gritado a plenos pulmões por uma multidão totalmente ensandecida e hipnotizada pelo poderio das estrofes. Sabe aquelas canções que já nascem com o status de Hino supremo tamanha a força emanada? Pois é, EXATAMENTE o que temos aqui e detalhe: estamos apenas começando… “Haisuikou no gomi” tem ares “vintage alternative”, uma simbiose primorosa de preceitos nostálgicos e sentimentos inseridos em paradigmas contemporâneos.
A narrativa que aborda questões profundas referentes ao desprezo do ser humano para quem se encontra em dificuldades, é devidamente “incandescida” em uma canção realmente sedutora ao extremo. Haja destreza no vocal similar a uma “montanha russa desgovernada”, assim como o brilhante solo de guitarra.
“Asso” tem uma levada pop-rock descompromissada, reverberada em ensejos punk e adornada com sintetizadores em profusão propagando insights robóticos e futuristas. A verve poética que enfatiza “uma garota que está se apaixonando por um garoto já noivo” promove várias surpresas em seu decorrer, onde o instrumental é parte integrante deste verdadeiro SHOW de composição.
“Datte” mergulha numa paixão desbragada em uma balada pungente e singela ao mesmo tempo. Mais uma candidata a HIT instantâneo, entrega uma jornada sensível e sensorial sem precedentes! “MNHR” vai ainda mais fundo desde os primeiros segundos em seu arrebatador arranjo de piano, e as alternâncias que o arranjo promove com este estado, consistindo numa sucessão de elementos surpresa realmente irresistíveis. Outra grande performance da voz de MAYUMI, com agudos impressionantes sobre a figura feminina que no Japão moderno é chamada de “Menhera”, uma personalidade que requer atenção constante do seu par afetivo. INCRÍVEL!
“Owl” embebecida em groove poderoso, com aquela linha de baixo que estala em nosso peito, assim como os estados alterados da percepção ao longo da faixa. A narrativa beirando o rap e guitarras distorcidamente garageras, enfatiza uma garota que passa noites sem dormir, a “coruja do título! “Zenbu” assola camadas atmosféricas com funk-rock arrasa quarteirão. Nossos pés levitam do chão e o corpo promove espasmos involuntários com esta maravilha! “Lavender” mergulha em referências da cultura nipônica nos vocais, mas sem abrir mão do peso que as guitarras tornam praxe no disco. E tome refrão de ecos insanos!
O rockaço “Tsuki ni kiku” só acentua que se depender das composições de OTO e companhia, o estilo está devidamente salvo pelo restante dos tempos! E não podemos esquecer que se trata de uma ESTREIA, o que torna esse punhado de registros antológicos ainda mais grandiloquentes. A magnífica encore “Red, Blue and Violet” sobre uma relação carregada de dores físicas e emocionais, só reafirma o quão SENSACIONAL é esta obra. O planeta precisa inteiro descobrir, seja nos recantos mais inóspitos possíveis! Disponibilizado abaixo:
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