Uma das coisas mais instigantes que percebemos em produções musicais é quando a obra em questão se fecha em um conceito. Pode ser uma história determinada com começa, meio e fim, ou simplesmente uma mensagem (s) hipotética sobre a vida, impondo sutilmente reflexões que podem levar o ouvinte a experiência que extrapola a da maior parte dos casos, a música como entretenimento. A experiência artística pode nos arrebatar em prognósticos dos mais variados possíveis, e principalmente acarretar um aprendizado em forma de conhecimento que nos transforme solenemente após a audição.
O artista tem este poder em proporcionar uma troca que pode ser mais incisiva mediante o seu público e isso fica altamente perceptível no trabalho do artista denominado FlyFly, que já havia abalado as nossas estruturas emocionais e sensoriais em seu registro anterior, o álbum “Crowns”. “Exploramos a jornada transformadora que começa com uma introspecção profunda, onde alguém se encontra enredado nas teias da confiança e da caridade, apenas para ver seu mundo se desenrolar como um emocionante drama de Hollywood”, atesta o autor perante este contexto que gerou grande visibilidade de público e crítica especializada. Obviamente a expectativa pelo próximo passo seria bastante incisiva, mas finalmente esse dia chegou!
Com o sugestivo título de “Second Chapter”, temos nossos estados alterados da percepção ainda mais postos a prova, com um magnânimo conjunto de nove faixas incríveis. Os temas de autorreflexão e desenvolvimento pessoal continuam a todo vapor, mas temos uma nítida maturidade musical perante o disco anterior e somos devidamente “abduzidos” para este jornada sem precedentes! A abertura com a faixa-título desprende uma introdução soturna que mais afrente dialoga com o estupendo vocal, daqueles que emanam timbres suntuosos, feeling exasperado, doses precisas de sofreguidão emocional e técnica em nível elevado na formulação de suas linhas.
Os sintetizadores em profusão corroboram para a densidade lúgubre altamente sedutora, que é surpreendentemente “atacada” por insights eletrônicos, com beats ensandecidos trazendo uma perspectiva futurista simplesmente irresistível. INCRÍVEL! “Endboss” é um espetáculo a parte, electropop nervosíssimo que abala nossas estruturas, levando nossos pés a levitar do chão em propulsão imediata. O peso do refrão é algo simplesmente avassalador, temos estrofes com ares de arena, soando grudentas e perfeitas para serem gritados a plenos pulmões por uma multidão enlouquecida!
Sabe aqueles petardos que já nascem com o status indubitável de HINO, tamanho o poderio desprendido e a força emanada? Pois é, exatamente o que temos aqui! Mas chega de destacar faixas, “Second Chapter” é para ser mergulhado em toda a sua quintessência, pois é ESSENCIAL e SENSACIONAL em seu patamar de excelência! Disponibilizado abaixo, FlyFly: