Joe Lington mostra ainda mais versatilidade em novo disco

Que trabalho memorável de Joe Lington, um irlandês que vem da cidade de Cork, mas que parece entender todos os conceitos da música ocidental. Desde o pop norte-americano, passando pelas influências latinas, bebendo na fonte sensual da música francesa, até o rock and roll britânico e afins.

E não é por menos. O artista multifacetado, começou tendo aulas de canto e piano com Lisa Gold Gervais, se juntou a um coral gospel, tornou-se um dos solistas. Ao mesmo tempo, foi buscar se aperfeiçoar como produtor, mixer e masterizador, onde conheceu soul e R&B, os estilos que são mote de sua carreira, através de nomes como Sisqo, Keith Sweat.

Neste seu novo disco, intitulado “Focus”, ele soa ainda mais versátil, entregando um trabalho coeso, porém sempre mantendo sua identidade. Enfim, estamos diante de um artista que sabe manter seu equilíbrio e entregar tudo que pode sem se perder. Além do mais, Lington é um poliglota em suas letras, cantando em inglês, francês e camaronês, sem perder em momento algum suas características.

Com objetividade, o artista entrega canções que variam seus ritmos, arranjos e até mesmo estilos, porém com a assinatura de Lington sempre prevalecendo. Ele ainda é objetivo, entregando músicas diretas, porém dentro de seu tempo, explorando melhor e tudo dentro das possibilidades.

São dezesseis músicas em pouco mais de meia hora, incluindo alguns interlúdios. E mesmo transitando por diversos estilos, as canções parecem se interligar. E, segundo o próprio Joe, o tema comum do disco é focar no seu projeto e sonhar com consistência, determinação e persistência para poder atingir seu objetivo, portanto precisamos focar em cada passo que estamos dando na vida.

A faixa título chega com uma misteriosa introdução e futurista, que serve como um leve convite. Logo em seguida, a mescla de soul, funk e R&B fica evidente já na introdução de “Are You Ready”, uma canção que revela a excelência das linhas vocais de Lington. Incrível como ele consegue soar maduro e jovial ao mesmo tempo.

Cantando em francês e dialetos camaronês, em “Changerais” ele aumenta a dose de groove, com um baixo marcante e guitarras que começam a revelar que Lington gosta de flertar também com o peso. E mais uma vez temos em mãos uma canção de primoroso trabalho vocal.

“You & Me” chega com uma potência incrível e participação especial de frederic. A faixa de batida marcada, traz um violão certeiro e soa dançante, porém imponente ao mesmo tempo. O contraste das vozes é a cereja do bolo. Enquanto isso, em “Issa”, Joe foca de vez nas linhas vocais, mostrando uma performance simplesmente maravilhosa, cantando mais uma vez em camaronês. Aliás, ele prova que a língua é bem musical.

Logo surge “My Way”, que vai para o lado mais visceral do hip-hop. Sua levada ‘old school’ se entrelaça com uma pegada mais R&B, nos revelando uma das composições mais enérgicas do disco. Sem dúvidas, as linhas vocais rappeadas e seu refrão contagiante são os grandes destaques, desta canção que é um hit imediato.

“Maman Interlude”, como o próprio nome diz, é um interlúdio imediato, que abre passagem para a primeira balada do disco. Intitulada somente “Maman” é uma canção melodiosa e lenta na linha do pop / R&B, que revela ainda mais detalhes da voz de Lington, que arrisca até falsetes. E logo em “Call Me Maybe”, o soul e o R&B se unem novamente, com direito a metais, e mais uma aula de cantoria. O mais legal dessa canção é sua progressão, onde a intensidade se contrasta com a suavidade e mais uma vez um refrão magnífico.

Com menos de 1 minuto, “Alone” também serve como um interlúdio, sendo precedida pela enigmática e diferenciada “Tout Seul”, um soul moderno e acústico. “Partir” é a primeira faixa mais atmosférica de “Focus”, continuando com o teor soul, mas com ênfase nos teclados e sintetizadores, além de sua batida eletrônica levemente sensual.

Apesar de objetiva, “I Wanna Be” não é um interlúdio, mas seus poucos mais de um minuto nos deixam com gosto de quero mais. Isso porque a música entrega linhas vocais maravilhosas e uma melodia emocionante. Enquanto isso, “Accusé”, com suas linhas faladas, acompanhada por ‘backings’ certeiros, nos remete a uma transição maior, ou seja, um interlúdio gigante.

E logo “SMB” chega como um pop excêntrico, onde o R&B e o hip-hop dão as cartas, com uma levada dançante e cheia de groove. Enfim, com um ritmo mais alegre, porém com vocais dramáticos, “Ce Monde” mostra que Lington preferiu fechar o disco como ele deve ser, abrangente e contrastante.  

E “Focus”, mesmo sendo explorado da melhor forma possível, é um disco que deixa um gosto de quero mais e isso jamais aconteceria se o trabalho se resumisse a algo ruim. Belíssimo. Fãs de hip-hop, R&B, soul, funk e afins, devem ouvir sem restrições, mas os apreciadores da boa música não podem perder.

‘discovered and supported via Musosoup #sustainablecurator’

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