OLIVER JORDAN: arrebata com a obra-prima em formato de álbum “Songs in the Key of Crazy”

O músico, cantor e compositor  OLIVER JORDAN, definitivamente é um artista que usa seu fazer criativo para fins curativos e o resultado impressiona DEMAIS! Aproveitando um processo de internação para cuidar de sua saúde mental, aproveitou a passagem por cada ala psiquiátrica para transformar esse processo em música da mais alta excelência. E não pense que trata-se de produção enaltecendo o processo em questão, a diversidade musical do cara nesses registros é algo que impressiona em níveis estratosféricos!

O seu “mecanismo de enfrentamento” trouxe um caminhão de probabilidades altamente sedutor para o ouvinte, que reafirma bastante o caráter transgressor da sua obra. Este processo resultou no lançamento em formato de álbum, “Songs in the Key of Crazy”, um conjunto irrepreensível de quinze canções incríveis em seu resultado final! Não temos temor em afirmar que estará em todas as relações possíveis de “Melhores de 2023” ao final do ano, tamanho o poderio desprendido.

A capa do registro é outro espetáculo a parte, com o músico caminhando na direção de um OVNI e devidamente sendo recepcionado por uma alienígena do sexo feminino. INCRÍVEL! Nós do portal Music For All ficamos tão tocados por estas canções que iremos esmiuçar cada uma delas para vocês abaixo.

A abertura com “Dr Prinzhorn” adentra com uma introdução que já nos passa o contexto do que iremos encontrar pela frente: guitarras pesadas, insights eletrônicos, sintetizadores promovendo estados atmosféricos e o vocal de alta intensidade, “tudo ao mesmo tempo agora”. Apesar de remeter diretamente a lenda Faith No More, exaure personalidade pelos poros , denotando uma identidade artística grandiosa! As quebradas de cadência vão se sucedendo gradativamente, e formulam uma sucessão imagética de elementos surpresa. A prerrogativa hipnótica deste duelo entre voz ensandecida e arranjo, nos encaminha para uma jornada sensorial sem precedentes!

“Take  The Tranquilizer” navega em mares pós-punk com vocais emergidos em lisergia, mas sem abrir mão dos ataques guitarreros de praxe em mais um cenário apocalíptico de condução melódica. É inevitável não mergulharmos de cabeça, com nosso corpo produzindo espasmos descompensados e os pés levitarem automaticamente do chão!

“Abuse Of A Corpse” tem um riff dilascerante em sua estrutura primal, que é devidamente invadido por prospecções etéreas vinda do synth, além do belíssimo vocal que eclode em um refrão de máxima grandeza: ares de arena, grudento e perfeito para ser bradado a plenos pulmões por uma multidão ensandecida. “Raped By a Robot”  parte de preceitos acústicos, trafegando por ares intimistas em uma canção que atinge patamares singelos. Grandes bandas garageras como o Jesus And Mary Chain e Dinossaurs Jr a teriam facilmente em seu repertório!

“Pedestal” tem uma batida coesa no formato de um estrondo, enquanto Oliver conduz sua narrativa imersa em sensibilidade. O arquétipo sinergético trafega em melodias densas e envolventes, como a condução das ondas do mar… Belíssimo petardo! “Cryptic” é um “psicodelic-folk” no melhor estilo Syd Barret do seminal “The Madcap Laughs”, e trata-se de um comovente e lúgubre discorrer dessas experiências desprendidas em uma ala psiquiátrica. Nosso interlocutor conseguiu transmutar uma rotina de “pensamentos nocivos e comprimidos” em arte da mais sublime!

O peso volta a tomar conta em “1521”, mas em um contexto altamente sedutor de melodias soturnas em marcha contínua, efeito de uma viagem por caminhos tortuosos, mas sem pensar em olhar para trás! Toca profundamente… Sabe aquelas canções que já nascem com o status indubitável de HINO, tamanho o poderio emanado? Pois é, exatamente o que temos aqui!

“Molotov” mantém a epopeia sensorial só que em proporções espaciais, nos remetendo obviamente a capa do disco e fazendo todo o sentido sonoramente. Impressionante a capacidade criativa do autor no prisma de diversificação das possibilidade emanadas aqui!

“We Hate The Light” é atmosférica em intensidade máxima, novamente imprimindo aquela lisergia garagera sedutora ao extremo. Essa é uma das canções que achamos que funcionaria melhor nos palcos, que refrão arrebatador! “The Government Wants You Dead” capricha enfurecidamente nas distorções, com o feeling exasperado da voz trazendo um cenário abruptamente esfumaçado para o discorrer desta jornada. E o protagonismo das guitarras é enaltecido neste contexto explosivo!

“Mexixan Standoff” tem um clima dançante que acena diretamente para as pistas, remetendo a lenda de Manchester, Happy Mondays, e isso definitivamente não é pouca coisa em termos de inventividade… A frase da estrofe se repetindo de forma intermitente é absolutamente INCRÍVEL! “True Crime” transita por caminhos dark/new-wave, mas vale frisar que independente desses preceitos nostálgicos, acena diretamente com a contemporaneidade pelo ineditismo em suas escolhas.

“The Past Stands Still Forever” é mais uma balada pungente e com o swing garagero “abduzente” que o artista gosta de transitar com excelência máxima. A instrumental “Akashic Record Remover” é basicamente um compilado de toda a experiência que vivemos até aqui e sintetiza com primor o seu álbum, assim como a brilhante e letárgica encore “Let’s Summon Demons”, comovente canção de ares “floydianos” que resulta em peso “decarrilhado” como uma “montanha-russa desgovernada”. Simplesmente SENSACIONAL! É obra-prima que se diz, não é? Disponibilizado abaixo: 

https://open.spotify.com/artist/0Dq2RIDWQWfBtSeIcM8l5r?si=8aXGofBkTWu30aenuDh0Og&utm_source=copy-link
https://youtube.com/user/Autorezeptor
https://www.facebook.com/profile.php

(‘discovered and supported via Musosoup #sustainablecurator’)

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