JOE LINGTON: arrebata com a grande obra-prima black “Je Pleure”; saiba mais

O que o mercado musical acaba denominando de forma abrangente como BLACK MUSIC é um conjunto suntuoso de gêneros bem díspares entre si, que tem essa característica assentada no rótulo apenas pelas suas origens. Blues, jazz, soul, rock’n’roll (surgiu sendo chamado assim!), R&B, funk, gospel, afrobeat, hip-hop… Olha quanta diversidade temos nesses estilos para ser tudo segregado a esse termo, não faz muito sentido, concordam? Acontece que muitos artistas resolveram encarar esta premissa como desafio conceitual e simplesmente caíram dentro de todos esses permeios estilísticos poderosos para construir a sua própria verdade sonora.

Este é o caso do cantor e compositor irlandês radicado em Cork, JOE LINGTON, que promove uma simbiose musical que exaure personalidade pelos poros, denotando uma identidade altamente prolífera em seu processo arquitetônico de composições. Seus trabalhos anteriores, “Nouveau depart” (2013), “Trust” (2018), “Focus” (2021) e “Black Desire” (2022), contribuíram para uma visibilidade ímpar de público e crítica especializada, e obviamente a expectativa por uma nova empreitada em formato de álbum, aumentou consideravelmente! Finalmente este dia chegou, e podemos afirmar: QUE IMPACTO!

Podemos afirmar sem receio que irá constar em todas as relações possíveis de “Melhores de 2023” ao final do ano, porque é realmente INCRÍVEL. “Je Pleure” é um conjunto avassalador de onze petardos que realmente impressionam e nos acolhem a alma! Nós do portal Music For All ficamos tão tocados perante este lançamento seminal, que iremos esmiuçar todas as faixas do registro na devida ordem para vocês abaixo…

A introdução dos trabalhos inicia com seu título “Black Desire” sendo sussurrado perante a base pesada e repleta de groove. Os vocais declamados com ênfase, são devidamente amparados por corais na melhor tradição gospel (universo onde o artista começou a dar seus primeiros passos na música). E por falar em VOZ, seus agudos se mostram algo MAGISTRAL, desprendendo falsetes que ecoam pelo cosmos e arrebatando todas as galáxias que encontrar pela frente!

E este preceito basicamente serve de encadeamento para “It’s Gonna Be Alright”, que numa versão remixada exaure cadência soul/R&B de extrema excelência em sua condução. Os vocais em francês emendam uma metralhadora giratória rap simplesmente fenomenal, ainda mais com o contraponto (quase um “duelo” na verdade) com as vozes melódicas exultantes em sua condução, nos “abduzindo” basicamente para uma jornada sensorial sem precedentes. Simultaneamente que acena para as pistas pelo balanço irrepreensível, impressiona pela cerebralidade emanada dos arranjos… Sabe aqueles petardos que já nascem com o status indubitável de HIT instantâneo, tamanho o poderio emanado? É exatamente o que temos aqui, um acontecimento de proporções magnânimas!

A latinidade reza a tônica em “Mamacita”, apesar da introdução de uma amiga convocando a outra para a festa ser na língua portuguesa, a música mantém o francês na condução da narrativa. O reggaeton de ares jazzy é imponente em sua elegância, promovendo uma sensualidade em perspectivas plenamente naturais! O refrão é grudento e perfeito para ser bradado a plenos pulmões por uma multidão ensandecida, soando incandescente em sua condução.

A eletrônica “bate-estaca” de “Je Pleure” só enaltece o caráter diversificado que fica comprovado nesta viagem irresistível… O electro-funk “come solto” e passamos a não ter mais controle perante nossas ações, pois os pés levitam do chão e somos totalmente levados para um cenário onde “tudo pode acontecer”! “Marshmallow” abre os trabalhos com uma guitarra incendiária solando enlouquecidamente, enquanto a cadência sedutora do soul sintetizado toma as rédeas num recado urgente, mas envolvente em seu arquétipo conceitual.

“Ce Soir” embarca em preceitos intimistas novamente dotado de um coral de vozes apaixonante, e temos nosso primeiro momento romântico, desprendendo anseios singelos neste registro embebecido em beleza celestial. Um diálogo em inglês abre as comportas deste petardo que trafega por um “liquidificador sonoro” de temperatura tão elevada, que não temos dúvidas que se a saudosa lenda Prince se deparasse, daria um sorriso de orelha a orelha, pois remete a habilidade em transitar por preceitos diversos com extrema habilidade. E os falsetes “matadores” também!

“On Se Complète” mantém a adrenalina cativante nas alturas, o que nos leva para um estado de absoluto inebriamento. Os sintetizadores em profusão só colocam “mais lenha na fogueira” em mais um registro simplesmente primoroso! “Pretty Girl” é uma típica balada soul com ares Motown, e o clima de sução somado aos vocais em inglês, nos remetem ao genial Marvin Gaye.

Este espírito permanece imbatível em “Because Of You”, mais uma pungente condução que exaure feeling exasperado, com doses precisas de sofreguidão emocional e técnica elevadíssima na afirmação de suas linhas. Mais um momento que temos que nos beliscar para acreditar que realmente estamos vivenciando isso de “uma tacada só”, é um conjunto de faixas realmente SENSACIONAL. A grande encore com o pop-rock que nos convoca para continuar as festividades (“On Dance”), só atesta tudo o que vivemos até aqui: trata-se de uma obra-prima incontestável e que merece o OLIMPO, alçando os recantos mais inóspitos do planeta e transmitindo felicidade genuína para TODOS! Disponibilizado abaixo: