JOHN BASILE: arrebata com o grandioso álbum de jazz “Satisfied”; saiba mais

Uma das maiores expressões da música norte-americana é o JAZZ, estilo que atravessou décadas desde sua visibilidade na década de vinte do século passado, sempre promovendo revoluções estilísticas dentro da sonoridade, além da promoção incessante de novos talentos. Aliás, é basicamente uma tradição instaurada essa troca entre nomes que se impuseram dentro do cenário no passado com representantes da nova geração. Nostalgia e contemporaneidade sempre dialogaram em caráter furtivo quando se trata de JAZZ, não existe a premissa de um bardo geracional querer se reafirmar perante o outro.

E também observamos o fenômeno daqueles musicistas que transitam com uma trajetória sólida de carreira, mas que chegam completamente renovados em suas novas empreitadas no momento vigente. Este é o caso do novaiorquino JOHN BASILE, com seu mais recente lançamento em formato de álbum “Satisfied”, um conjunto primoroso de nove registros INCRÍVEIS!

Após quinze álbuns autorais que trouxeram visibilidade de público e crítica especializada perante seu nome, impressiona bastante a capacidade do artista em se reinventar perante este arquétipo sinergético, dialogando com referências das mais díspares em seu processo de construção artística promulgado. Nós do portal Music For All ficamos bastante ARREBATADOS com esta verdadeira obra-prima dentro do gênero e iremos esmiuçar cada uma dessas faixas para vocês abaixo.

Com a parceria de Gary Versace e Carmen Intorre JR., inicia-se o trabalho com a primorosa suíte instrumental “Deja Vu” (versão de um grande sucesso da diva Dionne Warwick), onde a imponente guitarra embebecida de elegância conduzida por Basile, promove um espetáculo de excelência perante esta condução irrepreensível. Somos devidamente adentrados em um universo de desafios e sonhos carregados de cores das mais vívidas, a jornada sensorial sem precedentes nos “abduz” em caráter imediato! As harmonias somadas a quebradas de cadência que funcionam como uma espécie de elemento surpresa crescente e gradativo, mostra nessa chegada com “os dois pés na porta” o que iremos presenciar pela frente…

“I’ll Close My Eyes” diminui a intensidade e passeia por paradigmas singelos, que exasperam feeling “bossanovístico” em seu desenrolar. Os fraseados promovem um swing altamente sedutor em parâmetros naturais, é inevitável não construirmos imagens de dança conjunta a dois em um ambiente esfumaçado de grande densidade romântica simultaneamente. Realmente o patamar incorrido aqui é cinematográfico, podendo figurar entre os maiores clássicos do estilo ao logo da história!

“Animations” (“valsa impressionista”, como atesta o autor!) promove um encadeamento com este sentimento, um diálogo pleno e comovente de sua guitarra com órgão e bateria como se fosse um jogo preciso de “pergunta e resposta”. Nesse ínterim, percebesse que a química entre os integrantes dessa viagem é realmente visceral nas instâncias alcançadas. Apesar de remeter a momentos sublimes do saudoso gênio Chick Corea, exaure personalidade pelos poros, denotando sua grandiosa identidade artística!

“Spring Howard” mantém as minúcias estelares dos seus acordes, desprendendo todo o feeling exasperado que permeia além da técnica, toda a sofreguidão emocional que norteia o instrumento. Vale novamente ressaltar a coesão do trio, é realmente um trio deveras azeitado que sabe como “revezar” os protagonismos, como na chamada de protagonismo por parte dos teclados de forma fantástica defronte os “passos caminhados” nesta experiência simplesmente fascinante.

Voltamos ao doce swing em “I’m a Fool to Want You”, onde novamente nossos corpos são devidamente convocados para mexer nossas estruturas em propensão imediata! Temos que enaltecer a suntuosidade na condução de JOHN, com linhas intrínsecas e fraseados sensíveis, realizando um contraponto que é absolutamente arrasador em sua perspectiva conceitual. Acabamos de passar da metade do álbum e boquiabertos com o MAGNÍFICO resultado é surpreendente saber que ainda vem mais “pérolas preciosas” por aí…

A maturidade musical de uma carreira vencedora e consolidada no circuito jazzístico fica bastante clara quando nos deparamos com o time irrepreensível que o musicista gravou ou tocou junto em sua trajetória: Peggy Lee, Sylvia Sims, Rosemary Clooney, Tony Bennett, George Mraz, Michael Brecker, “Sweets” Edison, John Abercrombie, Tom Harrell e Red Mitchell. IMPRESSIONANTE!

“Starcrossed” é um desbunde musical de resultados magnânimos em sua essência, que “revigora” nosso coração em prerrogativas inalcançáveis. Sabe aqueles petardos que já nascem com o status de HINO, tamanho o poderio emanado? Pois é, exatamente o que temos aqui! ESPETACULAR! “All Day” nos remete a aqueles musicais da Metro, e novamente a dança irrestrita povoa meu campo imaginário, visualizando um sapateador de grande extirpe percorrer os caminhos de mais uma pérola de patamares de excelência em sua prospecção contextual.

“Satisfied” transcende o virtuosismo dos integrantes em “ataques” sonoros que fomentam a prerrogativa do jazz fusion em sua essência mais primal, um mergulho fidedigno as raízes deste estilo. A encore é acometida com a ESTUPENDA “Straight Punches”, basicamente um compêndio de toda a maestria, sensibilidade e genialidade emanada até então, mediante esta narrativa irreparável aos nossos sentidos. Simplesmente SENSACIONAL!

Fatalmente irá figurar em todas as relações possíveis de “Melhores de 2023” ao final do ano, e alçará seu nome (ele que trabalha em funções díspares, de juiz de boxe a técnico em Radiologia) aos recantos mais inóspitos do planeta. Esta obra-prima MERECE isso! Disponibilizado abaixo:   

https://johnbasile.net
https://open.spotify.com/artist/6hxrreawxHZSmzE6rLtaGg?si=x4T3vatmRD2K3DqqQBeaLA
https://soundcloud.com/jbasile/sets/john-basile-satisfied

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