Música experimental é um grande risco que o artista corre e a maioria deles sabem disso. Logo, trata-se de algo que, se der errado, pode colocar tudo a perder e essa é uma chance maior. E até se der certo, o trabalho pode passar despercebido por não despertar atenção.
Mas, não há como não admirar a ousadia e, principalmente, a criatividade de quando se tem tal trabalho em mãos. Aos amantes da música é sempre uma jornada de descoberta, onde se prende aos detalhes e, a cada audição, descobre-se novos elementos, tendo ainda mais perspectivas perante o trabalho.
“Rolling Corpse Pathetiqué” é o primeiro disco do Output 1:1:1, um trio formado em Toronto, Canadá. Sua proposta é experimental e o disco traduz bem os parágrafos acima, sendo impossível compreendê-lo em apenas uma audição. Isto não é pejorativo, muito pelo contrário. A saber pelo que a banda entrega, é mais que um objetivo alcançado.
A banda se autorrotula avant-goth, e sua sonoridade tem muito de avantgard e gótico sim, mas a abrangência é maior do que se imagina. Em sua sonoridade excêntrica, o disco possui toques de noisy, industrial, new age e rock, tudo na medida certa e com bastante equilíbrio.
Fruto do confinamento do momento pandêmico, “Rolling Corpse Pathetiqué” é um trabalho também de temas peculiares e, como a própria banda diz, “o disco é a devastação contínua de um apocalipse mundano. É um medo tão cansativo que você fica cansado dele, mas tão vasto que o domina. É a cidade que te suga e exige mais. É o homem-bomba de férias. É uma doação de caridade feita em desgosto pelos sem-teto…”
Como grandes destaques do trabalho, temos a faixa de abertura “Ruined Piano”, que parece que vai nos levar a um caminho mais tranquilo, com sua pegada dark e industrial. A música tem um ‘quê’ de mistério e soa introspectiva, mas introspecção é quase o sobrenome do disco.
“Man Godiva and the Rolling Corpse” é outro grande destaque do disco, trazendo uma veia mais épica e psicodélica, mostrando que, além de tudo, o Output 1:1:1 também é inovador. Enquanto isso, “Impossible Sweat Machine” traz o rock noisy à tona, com seus elementos distorcidos, e agressividade acima do que é encontrado no geral do trabalho.
Se você aprecia algo excêntrico e cheio de experimentalismos, com sintetizadores usados em longa escala, não tenha dúvidas que “Rolling Corpse Pathetiqué” é o trabalho que você deve conferir!