É sempre importante ressaltar as mudanças no qual atravessamos ao longo dos tempos na relação do ouvinte perante a música. Hoje temos uma gama de arquivos muito extensa praticamente exclusiva para todos, e esse excesso de conteúdo levou a uma urgência de caráter perene nesta relação… Recentemente foi executada uma pesquisa que atestou que o tempo médio de audição de uma faixa nos canais de streaming é de trina segundos apenas. E obviamente teríamos algum tipo de resposta frente a esse fenômeno, pois temos praticamente a extinção do produto físico. Antes havia todo um ritual para ouvir música ao se adquirir, e os estilos não eram tão divididos em nichos quando a execução se dava massivamente por rádio e TV.
A música instrumental de prerrogativas ambient resgata esse ensejo nostálgico como algo profundamente contemporâneo, pois temos uma imersão a todas as probabilidades sonoras que realmente impacta o público mais jovem! Soando com muito mais extensão prolífera dessas convenções, o multi-instrumentista (guitarra, teclado, baixo, programação de bateria/loops), produtor radicado na Califórnia, Brian Kassan, o cérebro por trás do projeto BLOOMFIELD MACHINE. Seu mais recente lançamento em formato de álbum, “Left to our own devices”, é um conjunto primordial e fantástico de dezesseis faixas! Nós do portal Music For All ficamos tão impactados com esta obra-prima instrumental que iremos esmiuçar o disco com detalhes para vocês abaixo.
A abertura com “Reality Collapse” já nos mostra o que encontraremos pela frente: uma jornada sensorial sem precedentes, onde o crescente gradativo vai sendo emoldurado por intentos minimalistas que dialogam perante a parede de sintetizadores fortuita, que emula percalços progressivos e futuristas bastante instigantes! Como em um encadeamento natural, “The Imperative” segue a emulação de uma perspectiva cinematográfica sedutora ao extremo, onde imagens vão se sucedendo em caráter instantâneo perante a experiência promulgada. Os insights ambient assumem protagonismo através de ruídos que exalam mistério e determinam uma certa tensão no ar…
“Looking For Leverage” embarca em preceitos garageros de alta propulsão hipnótica, com paradigmas eletrônicos exalando um groove monumental realmente irresistível e instigante. A quebrada de cadência para uma dimensão impressionante funciona como elemento surpresa, e trata-se de um dos grandes momentos desse registro! “Ghost Pasenger” é uma ode futurista pesada e urgente, embebecida em intentos progressivos experimentais, mas conduzindo uma coesão primordial para o sucesso absoluto da faixa!
As camadas atmosféricas que transcendem uma atmosfera soturna, “rezam” a tônica do petardo “Greeble”. Transfigurando uma aura de mistério aparente, impressiona em seu desenrolar envolto em simplicidade mas atrativo na mesma proporção! “Impression Management” em tons contemplativos, configura exatamente o conceito instaurado de “refletir a natureza de nossa tecnologia avançada”, como atestou o autor mediante a fonte máxima de inspiração para essa criação.
“Inventing Hope” tem uma construção caótica, emulando preceitos apocalípticos em paredes de synths incandescentes ao extremo, soando perigoso e imagético ao mesmo tempo. Esse espírito eclode em “Minister of Loneliness”, que a introdução remete a um blues “lúgubre” que vai se esfacelando lentamente perante insights eletrônicos, nos proporcionando um verdadeiro HINO dentro desta simbiose FANTÁSTICA desprendida por BLOOMFIELD MACHINE. Completamente extasiados, chegamos na METADE do álbum sabendo que ainda tem muito mais, INCRÍVEL!!!
“Supernormal” novamente denota sua diversidade virando completamente a chave em um petardo que acena para as pistas. Mas como de praxe com uma mudança de paradigmas que mais uma vez nos deixa de boca aberta! FENOMENAL! “No Explanation” é envolta por melodias que beiram a patamares singelos, totalmente emergidos em doses precisas de sofreguidão emocional.
“Zep Tepi” configura como este trabalho exaure personalidade pelos poros, solidificando uma identidade artística proeminente até a medula: guitarra toma seu protagonismo enfileirando feeling exasperado em instâncias progressivas poderosas! “Illuminaughty” desprende artífices eletro-rock repletos de misticismo, imprimindo um patamar étnico absolutamente irrepreensível. Mais um momento absolutamente COMOVENTE nesta experiência climática contundente e suntuosa!
“When Is Done Really” promove um incisivo passeio por todas as influências decantadas aqui até então, como rock progressivo dos anos setenta, música clássica, ambient, trilha-sonora scfi, My Bloody Valentine, entre outros… INSTIGANTE! “Soul Crusher” transita por um duelo entre batidas que beiram ao tribal com uma catarse de sintetizadores em prismas artesanais expansivos ao extremo. E pensar que esse contexto FORMIDÁVEL foi produzido solitariamente em seu estúdio caseiro em em Huntington Beach, na Califórnia!
“Inner Beauty Pageant” rumo para pretensões épicas belíssimas em seu urgente desenrolar, enquanto a encore climática “Levels of Infinity” (com seus “ataques” sonoros envoltos em camas instigantes de synths) nos arrebata em absoluto e só endossa toda a viagem percorrida até então: estamos defronte um verdadeiro acontecimento, que fatalmente estará em todas as listas possíveis de “Melhores de 2023” ao final do ano! Não temos dúvidas também que alçará seu nome para dimensões estratosféricas, chegando até os recantos mais inóspitos do planeta, porque é realmente SENSACIONAL! O sexto álbum de Brian Kassan frente ao BLOOMFIELD MACHINE, é HISTÓRICO! Disponibilizado abaixo:
https://www.facebook.com/Bloomfield-Machine-103682937878586/
https://open.spotify.com/artist/40TqrPQTQQSdQxAo0JKcrV?si=GAOjbyXeSJiwY9APlJlt-Q
https://soundcloud.com/popguy68/sets/units-of-uncertainty-1?si=2c8d4eb37cde41c5835e1c5d64ea9578
https://bloomfieldmachine.bandcamp.com/
https://www.youtube.com/watch?v=vmwrkqG0YoQ&list=OLAK5uy_ny-_3NtMd-3rWBEM_7IrF45XZRCiY_lvg&index=2