O projeto “DCxPC Live” tem sido um dos bálsamos de energia e ineditismo perante o cenário musical mundial. Trazer talentos roqueiros de probabilidades diversas, podendo ser veteranos ou expoentes com brilhantismo no cenário alternativo, em gravações ao vivo captando toda a virulência possível dos shows, tem gerado um acervo imponente em se tratando de material orgânico e com excelência.
A visibilidade frente a público e crítica especializada desse material que surgiu durante o isolamento social da pandemia, e posteriormente foi sendo lançado como álbuns ao vivo em vinil com capas que prestam homenagem aos discos do VMLive dos anos noventa, cada vez mais cresce em proporções monumentais mediante o espectro independente. Além shows ao vivo completos, tem-se a iniciativa de distribuir apresentações do passado, sempre se atendo a novidades em um novo formato, como temos aqui agora: “Live & Dead” (ao vivo de um lado e estúdio “dead” do outro) é a nova incursão estilística, tendo como protagonista a sensação do hardcore de Orlando, o MOAT COBRA.
Formado por Brett Beavers (vocais), Dave Moreno (guitarra), Al Serrano (bateria) e Roberto Oppenheimer (baixo), desde 2013 vem impactando com seus lançamentos e shows absolutamente ensandecidos, e nada mais provinda do que a participação nesta SEMINAL empreitada! “DCxPC Live & Dead Vol. 1” com o MOAT COBRA é antológico, e vamos esmiuçar a obra faixa a faixa para vocês…
O “lado LIVE” inicia com a distorção metálica quase extrema e garagera “Bloods Croup”, onde o incrível vocal subliminarmente gritado, exaspera toda a identidade do bardo americano nos palcos! É um petardo, caótico, apocalíptico e avassalador, onde sentimos cada premissa de caos em patamares gradativos. Cru, direto e magistralmente visceral!
O riff quebrado de “Devour”, remete a uma metralhadora disparada automaticamente sem que as balas acabem, assim como nos filmes de ação dos anos oitenta. A sensação de corrida eminente traz tensão e perigo, e como trunfo “mágico”, ainda traz um refrão deveras poderoso, daqueles grudentos e perfeito para ser gritado a plenos pulmões por uma multidão ensandecida!
Batidas ensandecidas e uma introdução mais arrastada conduzem o espectro de “Bad Star”, onde a “sujeira” desta gravação dos palcos juntamente a variação rítmica ensandecida, remete a grandes petardos do grindcore e do doom simultaneamente, na mesma “cápsula” e isto é FANTÁSTICO! “Singularity” é uma daquelas “pedradas” embebecidas de permeios metálicos que já nasce com o status indubitável de HINO supremo, tamanho o poderio desprendido. É realmente IMPRESSIONANTE como somos adentrados automaticamente neste processo sensorial, nossos corpos se movimentam para stage-dive e roda de pogo como se tivéssemos nos teletransportado em imediato para esse estado!
“Gladius Vulgarius” reafirma o talento de Al Serrano frente a bateria, onde novamente temos esse diálogo furtivo de uma melancolia arrastada com paradigmas ensandecidos furiosos. “Soffo Cone” é hardcore em sua quintessência máxima, sem deixar de remeter ao groove irresistível que assola o momento do refrão. Remete a lendas novaiorquinas como o Agnostic Front, mas sempre exaurindo personalidade pelos poros em sua concepção, denotando a incisiva identidade artística do grupo.
“Permian” tem a convocação de Brett Beavers junto ao público para a detonação final, e é exatamente isso que se desmembra em cada acorde, urro e batida da cozinha azeitada. Realmente temos uma sensação iminente de “fim do mundo” absurdamente exaurida, com direito a microfonias certeiras e participação mais do que certeira da audiência. INCRÍVEL!
Aliás, esta é a primeira canção do nosso “Lado Dead”, e só temos a insanidade musical mais “limpa” nesta versão de estúdio, nas passadas mais cadenciadas. De resto, percebemos que nada placa a fúria sonora de um petardo irrepreensível como “Permian”! Assim como acontece com “Bad Star”, “Gladius Vulgarius” e “Blood Crops”, obviamente temos uma audição mais “límpida” em virtude da gravação, mas em nenhum momento o “poderio desalmado” da banda é ameaçado…
MOAT COBRA é sempre uma jornada sensorial pesada e extrema, nos levando para um mundo sem precedentes, dentro de uma “montanha-russa desgovernada”! “Prelude” é densa e carregada de preceitos atmosféricos, mostrando uma influência maior do cenário alternativo experimental, inclusive com efeitos na voz trafegando por uma viagem rumo ao desconhecido. Parece ser a porta de entrada para a “porradaria” seminal de “Lick The Knife”, com seus riffs sendo martelados a exaustão, paralelamente que melodias certeiras são desprendidas sem dó nem piedade!
A supremacia doom novamente se faz presente, e só reafirma a brilhante diversificação proposta nesta simbiose MAGNÍFICA acentuada em “DCxPC Live & Dead Vol. 1”. “Singularity” traz uma introdução soturna que adentra em percalços cadenciados e carregados de quebradas rítmicas primordiais, contribuindo para mais um HINO de dimensões estratosféricas neste trabalho que fatalmente irá figurar em todas as listagens de “Melhores de 2023” ao final do ano.
Não temos dúvidas que alçará patamares dentro do gênero, chegando até os recantos mais inóspitos do planeta, porque é realmente SENSACIONAL em seu resultado final! MOAT COBRA não poderia ser a estreia melhor para a empreitada “DCxPC Live & Dead Vol. 1”. Disponibilizado abaixo:
https://drive.google.com/file/d/1nHUchwNY6YxVKczxbcu-NsYCvirV9jyQ/view?usp=sharing
https://www.dcxpclive.com
https://www.facebook.com/MoatCobra/
https://twitter.com/dcxpcl
ttps://open.spotify.com/artist/08NFFwPNKW7asOf5FpGbyg
https://on.soundcloud.com/GLKhG
https://moatcobra.bandcamp.com/
https://www.youtube.com/channel/UCe8WxDFvE0ebcFDelGblTEQ
https://www.instagram.com/moatcobra/
https://www.tiktok.com/@dcxpc_live?is_from_webapp=1&sender_device=pc