O segundo dia de MITA era particularmente o que eu mais queria ver porque tinha como headline a mais fada e bruxa que existe no mundo da música, a Florence Welch do Florence and The Machine. Vale ressaltar também algo muito interessante do festival que é a forte presença feminina no lineup.
Ver artistas ou bandas femininas nesses eventos acaba sempre sendo a minoria tendo uma ou duas atrações e o que é mais comum de vermos são homens em cima dos palcos. Apenas quando em festival é totalmente voltado para artistas femininas é que conseguimos ver mais mulheres cantando ou tocando.
Mas o MITA veio revolucionando por ser um festival com o tema voltado única e exclusivamente para música e trazendo um forte lineup com a maioria de mulheres e tendo os headlines dos dois dias sendo feminino também.
Falando nisso, nosso segundo dia já começa no Palco Deezer com a força e personalidade da banda Far From Alaska que tem a potência vocal de Emmily Barreto sendo uma das características mais marcantes da banda. Mas eles não estavam sozinhos e convidaram um dos mais recentes sucessos da música nacional, o Supercombo para abrilhantar ainda mais aquela tarde e começar com tudo o segundo dia de festival.
Indo para o Palco Centro, nos encontramos com os grandes nomes do rap nacional atualmente com Don L que convidou Tasha e Tracie para participar e continuamos com a força e empoderamento feminino, mas dessa vez em um dos estilos mais poderosos e verdadeiros da música.
O sol aquecia aquela tarde e os artistas no palco deixavam tudo ainda mais quente e animado colocando a energia lá em cima para quem estava ali.
Primeira atração internacional do dia foi um dos maiores nomes da música pop atual, Sabrina Carpenter que se apresentou no Palco Deezer.
O que mais chamava atenção para o público que esperava por Sabrina eram os looks feitos especialmente pensando na cantora e sua carreira. Muitas roupas com corações bordados, fotos da cantora e escrito “Sluts” (vadia) que faz referência a canção “because i liked a boy”. No momento em que a artista vai cantar essa música, ela até instiga os fãs a gritarem “Eu sou uma p*ta” como uma tradução livre para a frase que tem na canção.
Além das canções que animavam o público que cantavam todas do começo ao fim, o que mais chama atenção em Sabrina é seu carisma e interação direta com os fãs como quando ela pede um chapéu que eles estão usando e coloca na cabeça para cantar, ou quando ela joga pedra, papel e tesoura com a fã apostando uma foto com ela. Sabrina ganha o melhor de três e fala que vai tirar a foto mesmo assim porque ela sabia que era muito boa nesse jogo.
Carpenter também fala sobre como estava feliz de voltar ao Brasil e provar as comidas maravilhosas daqui e também a caipirinha porque da última vez ela ainda era menor de idade e não podia.
Após o show de Sabrina Carpenter, era possível ver que o público já se posicionava para ver seu artista favorito e pegar o melhor lugar para isso.
A concentração de fãs a frente do Palco Centro era grande para ver Capital Inicial e todos estavam bem agitados para o show e cantando todos os sucessos. Tinham fãs ali já posicionados para ver as próximas atrações, mas não perderam a oportunidade de ver uma das bandas mais significativas do rock nacional.
E por falar em animação, era visível ver como os integrantes, principalmente seu vocalista, Dinho Ouro Preto, estavam felizes por estarem ali. Além de cantar, Dinho pulava, dançava e sorria para os fãs que estavam ali.
Para quem, assim como eu, viveu o ápice da MTV Brasil e o sucesso que eram os acústicos MTV, puderam saborear a nostalgia de ouvir os grandes sucessos do Capital ao vivo e ter um gostinho de saudade daquela época.
Porém, como eu disse anteriormente, o público já começava a se dividir e, mesmo que o show estivesse rolando no Palco Centro, o Deezer já se encontrava lotado de fãs esperando ansiosamente pela volta do NX Zero aos palcos.
Eram fãs com camisetas da banda e comentando entre si que estavam ali especialmente pelo show da banda brasileira que estava em hiato desde 2017. E os fãs não deixaram de aproveitar o momento e cantavam todas as músicas do começo ao fim e estavam muito empolgados com a banda que demonstrava carinho para o público.
O vocalista Di Ferrero agradecia a todos que estavam ali e mostrava como estava emocionado com o momento.
Próximo do fim do show, eu decidi ir para o Palco Centro e achar um lugar para ver a próxima banda, mas continuei assistindo ao show pelo telão e peguei um momento muito especial: as pessoas que estavam no outro palco cantavam todas as músicas do NX Zero, até mesmo quem não é fã tem um momento especial em que a banda foi trilha sonora e sabia, de alguma forma, cantar as músicas.
Com o fim do show do NX Zero, era hora de uma das atrações mais esperadas do dia, a irmãs HAIM. Enquanto o show não começava, estava tocando Ilariê da Xuxa, na semana antes no show do Rio de Janeiro, elas contaram ser fãs da Xuxa e que assistiam quando criança. No meio do show, Este comenta novamente sobre ser fã da Xuxa e agradeceu os fãs porque ela tinha conhecido a Rainha dos Baixinhos naquela semana, a artista também conta que foi andar por São Paulo e achou um chapéu da Xuxa que ela não resistiu em comprar e usou por uma parte do show.
As irmãs HAIM são cantoras e musicistas tocando diferentes instrumentos durante o show e se revezando para cantar os sucessos da banda, já a plateia cantava junto e vibrava a cada canção que começava.
Além das canções incríveis e bem performadas, as artistas transbordavam em carisma e bom humor fazendo piadas e comentários engraçados para os fãs.
Era um show que não dava vontade de acabar, se elas ficassem por horas no palco a gente sabia que o entretenimento era certo, mas estava na hora de show acabar para acompanharmos o The Mars Volta que fechava o Palco Deezer.
A banda que mistura diferentes estilos de rock com jazz encontrou uma massa de fãs fervorosos e animados. Muitos que estavam ali era só para ver esse show que é cheio de personalidade e música boa.
Estava chegando a hora da última atração daquela noite e os fãs já comentavam suas expectativas sobre o show de Florence and the Machine. Era possível ver muitos vestidos esvoaçantes, enfeites de cabelo e muitas ruivas que se pareciam com Florence Welch.
Você se enfeitiça pela doçura, personalidade e poder de Florence logo quando ela entra e isso só ressalta com a voz poderosa e grave da cantora.
Entre rodopios, danças e corridas, Florence interage com o público e entrega um espetáculo cheio de magia, beleza e delicadeza.
A artista trouxe para seu setlist várias canções do seu mais recente álbum Dance Fever misturada com outros hits de sua carreira como o clássico “Dog Days Are Over” que ela já cantou logo no começo do show e pediu para os fãs desligarem os celulares e curtirem o aquele momento especial de sintonia entre ela e a plateia. O público obedeceu de prontidão e aproveitou cada segundo pulando e cantando junto com Florence que também interagia com eles.
Em muitos momentos, a cantora descia do palco para abraçar os fãs e cantar perto deles, algumas vezes ela até precisava pedir para eles não empurrarem e respeitarem quem está na frente. Um dos fãs deu uma coroa de flores para a cantora que usou perto do fim do show.
Além das canções que já estavam no set, após o bis, Florence avisa os fãs que tentou ensaiar com a banda no fundo do palco, mas que ela não lembrava toda a letra, mesmo assim, a pedido dos fãs ela cantaria “Queen of Peace”.
A última canção da noite ficou por conta de “Rabbit Heart (Raise it Up)”, que pessoalmente é a minha favorita. Antes de cantar a canção, Florence pede para erguerem as pessoas para aquele “sacrifício” e muitos fãs foram colocados nos ombros de outros naquele momento e Florence apontava para cada um. A canção foi cantada a plenos pulmões e a animação era a mesmo do começo do show. A energia não abaixou nem um minuto e era possível sentir a troca de vibrações entre Florence e o fãs.
Um encerramento perfeito para um ótimo festival que esperamos que tenha cada vez mais.