hangtime: revoluciona a música eletrônica com o álbum “Lights Out”; saiba mais

A música eletrônica é um dos gêneros que mais se desdobrou conceitualmente ao longo da história, até pela tradição inerente da tecnologia e transgressão estilística com ensejo no futuro, uma das principais prerrogativas do estilo. Oriundo de experimentações psicodélicas que encontraram os sintetizadores na seara progressiva, o Kraftwerk foi o início da centelha para que DJs e produtores ao redor do planeta se desdobrassem frente a revoluções sonoras que sempre carregavam impacto direto perante o grande público e crítica especializada.

Dos pequenos clubes esfumaçados com ares underground até verdadeiras multidões em grandiosos eventos ao ar livre (inseridos em eloquentes festivais mainstream), ditou várias tendências e promulgou novos rumos a música pop frente as perspectivas apresentadas! Vide na década de noventa, onde grandes lendas como Prodigy, The Chemical Brothers, FatBoy Slim, Underworld, entre outros, assolaram as paradas de sucesso e entraram com força total nas largas vendagens de CDs, numa época que o produto musical físico era proeminente mediante a indústria fonográfica.

Esse “período de ouro” obviamente não “engessou” as empreitadas conseguintes das décadas posteriores, mas obviamente serviram de referência para artistas explorarem sua capacidade criativa até o momento vigente, como é o caso do coletivo americano (grupo de duas “cabeças criativas” de Socorro – Novo México e Seattle), hangtime, com o suntuoso EP “Lights Out”! Uma imersão sensorial das mais provindas, onde somos devidamente “abduzidos” por essa experiência verdadeiramente sensorial no seu poderio.

A abertura com “pwn-age” desbarata um duelo fenomenal entre beats ensandecidos e sintetizadores em profusão, trafegando pelo groove lisérgico que acena diretamente para as pistas com a cerebralidade emanada de um arranjo que recebe ataques de virulência amplamente pesados e sedutores! Climatizações soturnas proporcionam ares de trilha-sonora irresistíveis, onde várias imagens são desprendidas frente ao nosso campo imagético sugerindo cenários de ficção-científica dos mais propensores possíveis!

Robótica e propulsões lúgubres dialogam em caráter incessante, onde espasmos hipnóticos conduzem o ouvinte para um mundo inexplorado e cercado de mistérios… Apesar dos insights ambient, a convocação para “tirar os pés do chão” é notória, onde temos essa “bela contradição” a todo momento nos instigando plenamente! Devidamente temos um novo suspiro que desbarata os limites tradicionais do gênero, e mostra o vanguardismo que hangtime propulsiona soltando muitas “cartas embaixo da manga” nesse patamar.   

Apesar das similaridades com imponentes nomes como Aphex Twin, o som exaure personalidade pelos poros, denotando a fulgurante identidade artística promulgada. A faixa-título inicia imprimindo uma sensualidade natural que remete diretamente a cena trip-hop, com murmúrios sendo professados em tom constante e abrasivo, remetendo a prognósticos étnicos neste “mantra”. A batida se manifesta em groove daqueles subsequentes e constante, onde sentimos cada um desses beats “estatelar” em perspectivas proeminentes frente ao nosso peito!

É absolutamente irrepreensível não sermos devidamente “enclausurados” neste mecanismo de imersão soturna, com quebradas de cadência incríveis que se desdobram numa parede que promove fusão de rap com uma perspectiva garagera/underground digna dos períodos iniciais e desbravadores do gênero. Música eletrônica esfumaçada e amplamente exaurida frente ao espectro de perigo iminente, mais um daqueles acontecimentos simplesmente geniais, que só reafirmam o caráter de “Lights Out” como obra-prima imensurável!

A encore com “imadeit” arregaça “pancadões grooveados” sem dó nem piedade, o que nos faz pressentir que poderemos ter uma experiência funk pela frente… Mas na verdade no meio dessa “batucada” toda, recebemos uma gama ainda mais rica de referências, como os preceitos futuristas e seus synths notáveis, o vocal que esbanja personalidade, além do peso incandescente que remete a aquelas “porradas” que o Prodigy tanto enalteceu em sua obra.

As narrações trazem contexto para a narrativa e o crescente que toma conta da faixa nos induz para um mundo distópico, onde tudo é possível acontecer a cada segundo… A quantidade absurda de variações rítmicas transfigura a diversidade criativa deste coletivo incrível que é o hangtime, contribuindo para tudo que trouxemos lá no início desta matéria: virar a música eletrônica do avesso emergindo em ousadia e a total ausência de temor no que diz respeito a revolucionar este segmento, dar um passo a frente e simplesmente marcar seu nome na história!

A jornada sensorial de “imadeit” apenas conclui o poderio ostentado em cada segundo que “Lights Out” emanou. Ao trafegar por instâncias de naturezas inóspitas, configura seu papel perante o cenário musical mundial: transgredir as estruturas, não se atendo a fórmulas fáceis para se estabelecer no mercado. A experiência discorrida aqui é algo que precisamos mergulhar de cabeça e assimilar cada segundo, permitindo aos sentidos essa troca, porque com certeza além do contexto “entretenedor” que a música transpira, ainda temos contato com sentimentos, sensações, euforia e muitos estágios sinergéticos neste contexto!

Esta obra singular hipnotizadora, repleta de diálogo inerente entre nostalgia e permeios imersos na contemporaneidade, arrebata texturas exuberantes e cenários industriais sombrios, em total concordância com um chamado primordial de SE DIVIRTA, pelas muitas passagens que nos convocam para simplesmente DANÇAR! SENSACIONAL! Disponibilizado abaixo: 

https://open.spotify.com/artist/0jjQwStj78YkmsthLIWyM6
https://soundcloud.com/0hangtime

Digite o que você está procurando!