Siren Section inicia uma nova fase com o single “Glass Cannon”

A música não é apenas arte, é também um espaço onde cabe diversas expressões, além de ser uma linguagem universal. Dos estilos mais comuns e aceitos pela sociedade, como os que são difundidos por meio das rádios aos mais incompreendidos pela massa popular como o noisecore, tudo leva emoção. Nos Estados Unidos, mais precisamente em Los Angeles / CA, o Siren Section se destaca pelo talento de tornar sons abstratos em ricas melodias. Atualmente, a dupla promove o single “Glass Cannon” que é pura sofisticação, mas antes de falarmos sobre isto, vamos entender um pouco como atuam esses norte-americanos no cenário musical.

Por si só, Los Angeles é uma cidade vibrante musicalmente. Foi de lá que saiu alguns dos nomes mais badalados da cena rockeira mundial, então seria natural que John Dowling (guitarra e vocal) e James Cumberland (teclados, sintetizadores e efeitos) nutrisse gosto pela música. No entanto, as referências que a dupla absorve são de nomes como Nine Inch Nails e alguns da Europa como My Bloody Valentine e Radiohead. Por mais que as músicas do Siren Section percorra um direcionamento harmonioso nas composições, o principal destaque é o experimentalismo inserido em cada uma delas, pois a banda é adepta de efeitos “glitchgaze”.

Essa sistemática se fundiu bem aos elementos shoegaze da banda, como vocais ácidos entoados em cima de distorções quase caóticas. Porém, a impressão que nos toma não chega a ser de estranheza como foi o clássico incompreendido de Lou Reed “Metal Machine Music” (1975). Na verdade, a música do Siren Section tem muito mais a ver com a compreenção, pois a dupla, de certa forma, conseguiu abrir brecha no seio da cena indie rock. Por conseguinte, arrancou sorriso dos milhares de jovens representados por seus temas. Além disso, algumas melodias extraídas do piano chegam a confortar a mente.

Em linhas gerais, o Siren Section tem poder de estimular emoções até a sua essência usando métodos peculiares do som. Não chega a ser psicodelismo tradicional, pois os artifícios encaixados em seus temas trazem um pouco da new wave oitentista e, como não poderia faltar, a magia do pós-punk. Esses dois estilos da música contemporânea alimentam uma vanguarda que perdura até hoje e que, nas mãos dessa dupla, encontra inovação. E isso a gente já percebe logo no primeiro álbum lançado em 2017, “New Disconnect”, que é um perfeito demonstrativo do potencial de John e James que produziu tudo sozinho.

Este começo da banda é bem interessante, pois tudo era feito mesmo de maneira doméstica. Até chegar ao patamar que alcançaram com “Glass Cannon”, John e James já apontavam – com o seu “debut” – a um caminho bem centrado na missão. O álbum chegou matando com nove canções, onde algumas como “Yes All of the Time” cumpriria exatamente a promessa de buscar na essência do ouvinte o seu sentimento mais lúcido ou melancólico. E olha que a união desses dois caras por muito tempo foi improvável, pois na escola eram como rivais, porém o amor em comum pelo mesmo tipo de música os aproximaram.

Quem quiser conferir o primeiro álbum do Siren Section, ele está disponível nas plataformas digitais, mas no Spotify você ainda encontra uma versão remasterizada do álbum lançado já em 2025, chamado “All We Want All At Once”. Este, não por acaso, possui dez músicas e traz uma dupla mais madura, mas não menos experimental. Em canções como “Tied to the Shore” observamos essa evolução, uma vez em que John executa os seus vocais menos ácidos. Em outros momentos, James presenteia o ouvinte com criações mais soturnas como em “Bad Advice”, que toma o espaço com poucos acordes, mas profundos do piano.

Siren Section também é criterioso quanto às artes que ilustram os seus lançamentos. Em “New Disconnect”, por exemplo, a figura de uma subestação elétrica no meio do deserto, parece convergir um pouco com ideia de conexão. Já a capa do segundo álbum, nos remete à mistura de cores azuis e violetas em forma de ondas, emulando algo que seria ondas sonoras ou ondas do mar refletindo luzes de raios e relâmpagos. Já a arte de “Glass Cannon” é um verdadeiro mistérios, pois apresenta dois corvos voando sobre a cidade em um clima cinzento. Por outro lado, temos silhueta desses mesmos pássaros a formar olhos de uma entidade medonha sobre o céu da cidade.

Agora vamos nos concentrar neste single que traz mais profissionalismo à banda. Não que os elementos anteriores já não nos causasse boa impressão, mas o fato é que, pela primeira vez, encararam um estúdio de gravação profissional. Dessa vez, o produtor foi Nels Jensen, mas a magia e o prendimento de atenção sempre recai sobre a qualidade de John e James. “Glass Cannon” é uma música melancólica que fala de relações diluídas em um mundo destrutivo. Uma música cuja letra e parâmetros sonoros mechem com você. Vamos aguardar o próximo álbum?

Ouça “Glass Cannon” pelo Spotify:

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