“Sem pressa”, de Oscar Arruda, lembra que é preciso tempo para perceber o novo

“Sem pressa” é uma balada psicodélica sobre a possibilidade dos encontros em um mundo cada vez mais alvoroçado, onde o tempo da vida é escasso, consumido e descartado. A canção lembra que é preciso tempo para perceber o novo, tempo para o entendimento, tempo para encontrar e para se perder noutro mundo, tempo para sair de si e entrar no mundo do outro, sem pressa. O single “Sem Pressa” inaugura um novo processo de produção para o terceiro álbum de Oscar Arruda com previsão de lançamento em 2026, em parceria com o produtor musical Felipe Couto (Ex Astronauta Marinho) que também co-produziu o seu segundo álbum (Egomaquia).

A produção musical da faixa contou com a participação de Oscar Arruda (Voz e guitarra), Felipe Couto (Guitarra, synths e shakes), Briar Aguarrás (Baixo e backing vocal), Ayla Lemos (Bateria e backing vocal). Música e letra são de Oscar Arruda, a gravação e mixagem são de Felipe Couto, a masterização é de Fernando Sanches (Estúdio El Rocha) e a arte é de Tais Monteiro.

Destaque para a participação de Ayla Lemos (bateria) e Briar Aguarrás (Baixo), musicistas jovens que estão se destacando na produção musical contemporânea de Fortaleza. A arte do single foi elaborada por Taís Monteiro. Segundo a própria artista: “a ideia nasceu do desejo de criar uma imagem em dupla camada. Assim como na canção há um entrelaço, busquei, na imagem, evocar esse mesmo encontro. Um entrelaçamento sensível, visível. Para isso, utilizei dois processos fotográficos distintos, cujos modos de fazer também se cruzam: a cianotipia, técnica histórica, solar e química, que imprime em azul o vestígio da luz e a fotografia analógica realizada com filme vencido, cuja instabilidade provoca desvios de cor de nuances inesperadas. Ambas as técnicas exigem olhar cuidadoso ao tempo do papel, do tecido, do filme, dos reagentes, do sol e, sobretudo, ao acaso. Escolhê-las foi também um gesto de escuta e aceitação do imprevisível, do acontecimento e do inesperado; uma entrega àquilo que escapa ao controle. Na cianotipia, tradicionalmente azul, fiz uma infusão com chá matte e camomila, transmutando o tom para um marrom-dourado, que se aproxima de tonalidades de pele. O azul do céu encontra agora a carne como matérias do mesmo sensível”.

A imagem da capa nasce, então, como gesto de encontro. Nela, o leve toque dos dedos de duas mãos distintas se aproxima, sobreposto ao céu de uma cidade, onde prédios e pipas desenham linhas de voo rumo ao encontro. Mesmo distintas, as imagens se encontram. Como as mãos, como as técnicas, como os tempos se entrelaçam. 

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