Antes que qualquer elemento sonoro orgânico seja ouvido, quem surge como abre-alas são chiados perfeitamente audíveis. Inserindo delicados requintes de lo-fi à composição ainda em processo de desenvolvimento, esse detalhe logo dá passagem para que um violino de riffs macios, levemente acelerados e com densas doses melancólicas tomasse conta do entorno melódico.
Recebendo notas de um swing fresco, mas igualmente entorpecido em um curioso adorável senso entristecidos inseridos por um violão solista, a canção ganha requintes de doçura a partir da inserção das delicadas notas do piano, as quais entregam um aroma floral ao ambiente sonoro. Ao mesmo tempo, a melodia é completada por uma voz marcantemente forte em seu veludo original.
De posse de Quiana Major, ela é a responsável por ampliar o senso de delicadeza, mas também de incutir nessa textura uma sensibilidade curiosamente mais sensual. Ganhando surpreendentes respiros bojudos entregues por uma groovada contribuição do baixo em movimentos cuidadosamente escolhidos para auxiliar não apenas na crescente harmônica, mas também na construção de um corpo rítmico-melódico mais encorpado, Damsel acaba por destacar a sua essência dolorosa e lamentosa.
Sensitiva, mas não densamente lacrimal, a canção, quando encontra seu ápice, tem, finalmente, na figura da bateria aquele elemento que a guia em um sentido rítmico, mas também sugere uma consciência mais lúcida. Afastando, mesmo que levemente, então, a dose generosa de emoção, o instrumento auxilia o personagem-lírico vivido pela voz de Quiana a compreender o descontentamento amoroso por um viés mais racional.
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