Plasma Chasms te convida a embarcar em uma viagem psicodélica com o álbum “Chrysalis”


Influenciados pelo som psicodélico, a dupla formada pela australiana Jane Drewett e pelo norte-americano Adrian Guerrero, recebeu o nome de Plasma Chasms. Em estúdio, os primeiros passos foram com os singles “Echoes” e “Empty Spaces” de 2020, mas o lugar ao sol aconteceu mesmo com o EP autointitulado de 2022. Neste momento, o duo lança o primeiro álbum completo chamado “Chrysalis”. Com treze faixas, o álbum é uma espécie de continuação do que se trabalhou no EP. O tema central recorre ao cosmos em uma viagem sensorial conduzida por um elevador. Essa questão, literalmente, está representada em “Enter the Chrysalis”, que é a introdução do álbum.

A parte musical começa com “Coolangatta”, onde você, caso não tenha ouvido a banda ainda, perceberá que a imensidão criativa da dupla vem dos anos setenta. Se o ouvinte for adepto de nomes como King Crimson, ELP, Genesis e outros certamente ficará feliz em ouvir o trabalho de Jane e Adrian. O clima desta música, por exemplo, é de uma reverberação imprescindível da psicodelia vanguardista. Desde os vocais suaves, embora ácidos, à guitarra de timbre metalizado e atmosfera abstrata, a música te envolve formando um casulo flutuante. Além disso, os sintetizadores e bateria projetam mais identidade.

Distribuído pelo selo The A&R Department, o álbum “Chrysalis” também conta com elementos do indie rock e, assim, consegue atrair atenção dos fãs mais jovens. Porém, em canções como “Psychedelic Carousel” é onde se concentra maior parte da essência. Aqui, encontramos linhas empolgantes da seção rítmica mais efeitos extravagantes do sintetizador. De acordo com as partes vocais, a melodia instrumental segue o mesmo caminho, ocasionando um show encantador de harmonia. Já em “Dreamers Often Lie”, a cativação segue por um caminho ainda mais sedoso. Tal caminho é regido por uma sensação viva de brisa e cores menos vibrantes.

A esta altura do álbum, o Plasma Chasms já conseguiu te prender, pois em execuções como “Hourglass” existem efeitos terapêuticos que beiram a hipnose, de tão formosas e inteligentes que são suas melodias. No entanto, se você procura por algo que sacuda o corpo, sugiro ouvir hip-hop. Neste álbum, só encontrarás magia que te levará às núvens sem que seja à velocidade da luz. Dessa maneira, pode observar os trejeitos sonoros desta aqui mesmo, com uma beleza singular e total respeito aos seus ouvidos. Não há como se desprender disso, não há como encerrar a audição em nenhuma parte antes do final do álbum.

Quando o assunto é atender a modernidade, músicas como “Kings and Castles” se destacam pela versatilidade, pois a demostração de algum peso e sutis elementos eletrônicos, traz um pouco mais do rock de garagem. Sem perder o clima progressivo, a música consegue se equilibrar em vertentes diferentes. Mas o Plasma Chasms não está preso entre os anos setenta e dois mil. Há muita atmosfera também dos anos oitenta, como na balada “Already Waiting”, onde suas linhas se assemelham aos climas da fase pós disco. Esta música, por assim dizer, representaria uma condição menos agitada daqueles tempos.

Ao seguir os mesmos passos, “Painted Rain” também se encaixa nessa viagem a um passado não tão distante. Assim como a maior parte do álbum, essa música brilha pelo virtuosismo inserido, tanto na parte musical como na parte cantada. Os arranjos, nesse caso, entregam um clima perfeitamente suave e envolvente. Em contrapartida, “Solaris” desperta mais os sentidos com um som empolgante e mais balançado. Não chega a ser um groove, como nos ritmos funk, mas a bateria e guitarra fazem ótimo trabalho de desprendimento. Em tempo, o teclado também merece destaque por solos versáteis e abstratos. Se você aprecia música complexa, divirta-se com esta.

Na sequência, um baile de acordes de violão traz “Just for you” com a mesma serenidade que outras músicas do disco trouxeram. Uma das coisas que temos certeza, até aqui, é que Jane e Adrian são ótimos para compor melodias grudentas e, ao mesmo tempo, virtuosas. A relação música/vocal neste projeto é homogeneamente notável pela beleza, complexidade e revelação. Agora, falando de groove, estava faltando algo com uma das técnicas tão aplicadas em canções “vintage”. Bom, faltava, pois “Interstellar Baby” traz exatamente isso, uma verdadeira ode aos tempos dourados da discoteca. Mais uma vez a versatilidade é alvo certeiro.

Que bom que a arte musical contemporânea está a salva nas mãos de nomes como Plasma Chasms, pois o resgate cultural que essa dupla faz neste álbum é digno de prêmios. Hoje em dia, onde mais você se depara com construções sonoras como “Entropy”? Difícil com o oceano de futilidades musicais que tomou a cena. Na última música “Dream Wizard (The Cosmic Elevator Song)”, a dupla tanto mergulha na sonoridade setentista como arremessa energia ao ouvinte. Pensar em um disco de treze faixas, como se fosse um transporte em forma de elevador a atravessar cosmos em busca de experiências psicodélicas, é simplesmente deslumbrante.

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