Peacekeeper | 9 O’Clock Nasty lança segunda música de seu próximo álbum

Seu despertar, curiosamente, já consegue exortar uma sensualidade áspera provocante e de caráter interessante e despropositadamente libidinoso. Por meio de uma guitarra ríspida e um chimbal compassado em seu tom seco, a composição comunica ao ouvinte um andamento sonoro prematuramente amaciado e fluido.

Evoluindo de maneira a exortar sua natureza crua e orgânica, a faixa rapidamente passa a ser preenchida por um enredo lírico que nasce através de uma voz masculina que entra em cena por meio de seu tom levemente metálico. Inclusive, é exatamente esse tom que dá à obra uma postura que caminha livremente entre o viés de questionamento e uma postura que beira súbitos de empoderamento.

Ainda que seja construída através de uma sonoridade melódica linear, a obra é, surpreendentemente, abraçada por uma feliz cama harmônica desenvolvida pelo sonar adocicadamente ácido do hammond que confere, ao mesmo tempo, vivacidade, torpor e um quê de misticidade. Com esse arranjo conjuntural, Peacekeeper se mostra uma obra em que o 9 O’ Clock Nasty prepara o ouvinte para a guerra iminente. Não é à toa que a obra se torna marcante pela sua natureza crua e orgânica envolta nos meandros selvagens do punk com flertes singelos na paisagem do rock alternativo.