Um sonar tilintante recebe o ouvinte e dá a deixa para que a atmosfera adquira uma energia denotativamente embriagante, fazendo com que tudo pareça estar em um movimento manso e de visões turvas. Felizmente, a percussão que se forma, faz com que o espectador acabe, gradativamente, recobrando a consciência.
Ainda assim, é interessante notar como a canção ousa em tentar, insistentemente, hipnotizar o público através de roupagens sci-fies e ligeiramente psicodélicas. No entanto, o que se firma é que a obra acaba se maturando como um produto de sensualidade provocantemente latina graças ao seu beat amaciado e à inserção do sonar agudo e estridente do trompete, o qual confere vivacidade ao enredo melódico por meio de sua contribuição à la mariachi.
Amadurecendo seu aspecto sensual graças ao rebolante e refrescante movimento executado pelo violão, que traz consigo requintes de flamenco, Bloom surpreende por trazer em cena, ainda, a delicadeza clássica, doce e gentil do violino. Esse elemento acaba contribuindo com a inserção de classe e charme ao enredo rítmico-melódico até então apresentado.
Sensual, charmosa, hipnótica, entorpecente e fresca, Bloom mostra, com louvor, toda a bagagem e a maturidade musical de Tone Ranger. Afinal, em uma única faixa instrumental, o músico fundiu gêneros musicais não tão conexos entre si, mas que, aqui, encontraram uma sincronia harmônica que proporcionou a criação de algo autêntico e único.
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