“Other Words For Dusk”: uma jornada misteriosa

Tantas e tão diferentes são as concepções sobre a arte, não é? E Sotoyoto – multi-instrumentista, explorador sonoro, DJ e compositor de filmes/videogames – traça para o ouvinte, um desenho sonoro compatível com qualquer imaginação fértil e sonhadora. “Other Words For Dusk” é uma construção distribuída em 10 faixas ambientes, que vamos detalhar e no mesmo passo, ter a liberdade de criar uma imagem para cada um delas: perigo, ação, drama, enigmas, sombras e névoas. Há um mundo de possibilidades.

O álbum inicia nossa experiência com “Wanting to Fly”. Uma suavidade organizada por sintetizadores e que nos embarca em uma caminhada em direção a uma espécie de libertação; à abertura de novas portas, um caminho envolto em curiosidade e mistério. É como andar em direção ao desconhecido, para satisfazer o prazer da descoberta.

“Ambiton” é a primeira visão deste mundo novo. É como olhar para uma gigantesca paisagem e estar imerso em segredos que podem nos levar ao sucesso, ou mesmo, a uma escuridão terrível. Embora a melodia prime pela leveza e a imensidão da atmosfera sublime, nós não sabemos o que há a seguir. É preciso continuar.

“Mystic Redemption” é nossa trilha para a porta aberta. Há uma névoa que nos circunda e como nós não sabemos o que nos aguarda, ela mantém essa incerteza e com isso sua harmonia distorce as notas, provocando uma intensidade na atmosfera que se apresenta. Ainda assim, continuamos nossa jornada com a música ecoando em nossos sentidos.

“Ghost In The Gong” tem um botão para desligar. Um objetivo a ser cumprido. É a conexão com as faixas anteriores, que compõe um ângulo em comum, uma transição que nos oferece um vislumbre do que de fato estamos encarando. O que será? Há mais mistério e pontos altos na composição, que desenha uma linha de descoberta e ao mesmo tempo muita apreensão.

“Labotari_A” ainda provoca aquela sensação de segredos, através dos elementos sintetizados, e vai aos poucos puxando a cortina em meio a nossa jornada. Para que enfim as novidades aconteçam, aproximando novos objetivos, e com isso, notas ameaçadoras sucedem para nos manter alertas ao que está acontecendo.

“The Starmaker” surge mais emotiva, mas não menos introspectiva e atmosférica. Mas aqui há uma aparição, um destino alcançado e uma sensação de arrebatamento. Como se fosse possível perceber algumas vozes ao final, a faixa provoca esse sentido no ouvinte, de que algo finalmente foi compreendido.

E chega “Haikub”, nosso sonho mais duradouro. Imprimindo o encontro entre nossas etapas anteriores e acrescentando drama, batidas e embalo, conquistando de vez o nosso coração. Uma força que transmite otimismo, uma alegria também, porque há uma confirmação de que obtemos nosso propósito, e isso flutua no ar. Há dança e poesia, porque sabemos que deu certo. Aqui os elementos ganham mais vida e cor, como um jardim florido, onde há novas portas a serem abertas.

Em “White Flame Pyre”, nossa imagem é espacial. Soa como se estivéssemos em uma nave repleta de aparatos tecnológicos. Há aqui, uma adição sonora complementando o ambiente poético para a faixa. Uma composição que abre as janelas para uma ação mais significativa em nossa narrativa fantasiosa. O que será que nos aguarda?

“Dark Introduction” vem para nos dizer que nada será fácil, mas nossa conquista não seguirá adiante sem o tom dramático e sombrio que requer nossa evolução. Uma música que adota, sem dúvida, a linha mais imersiva possível, talvez não para dentro do ambiente, mas uma associação direta como o que enfrentamos internamente, enquanto seguimos para o final de nossa aventura. Mas será que há um final?

“Saddest Hill” é a faixa derradeira. Uma conclusão para algo que não tem fim, em nosso mundo imaginário. E o que permanece é este sentimento de apenas mais uma tarefa cumprida, mas que continua, porque afinal, há essa sensação de que algo falta e precisa ser preenchido e novos horizontes precisam ser desvendados.

É importante dizer, deixar claro ao leitor, como é fundamental obras como esta. As perspectivas que “Other Words For Dusk” nos proporcionam é gigantesca. É possível desenhar uma infinidade de enredos, claro, sob uma ótica mais sombria e desafiadora, mas ainda assim, é um prato criativo e satisfatório entregue por Sotoyoto. Uma arquitetura que busca nas percepções do real, dos elementos da existência, a moldagem de um universo próprio.

Deixamos o convite para que dividam esta experiência conosco e também sonhem com as faixas cinematográficas desenvolvidas pelo artista. Nada como uma boa dose de espírito inovador, somado as inúmeras sensações despertadas, para nos apresentar uma performance sensacional.

Aproveitem este trabalho incrível. Ouça agora.

https://sotoyoto.bandcamp.com/album/other-words-for-dusk-album

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