Omens: debut autointitulado sai melhor que a encomenda!

O Canadá pode não ser o país que mais exportou nomes dentro do cenário do rock e seus derivados, mas sem sombras de dúvidas é uma terra fértil no gênero quando se fala em qualidade. Desde o pop rock de Alanis Morissette, passando pelo folk de Neil Young, o classic/hard rock do Triumph, o progressivo do Rush, o heavy metal do Anvil, o thrash metal do Annihilator, até mais extremos como o death metal do Kataklysm e o black metal do Blasphemy.

Como o leitor pôde perceber, nomes que são considerados pilares dentro do seu estilo, lembrando que ainda muitos outros ficaram de fora (provavelmente). Logo é um lugar que cria expectativa em qualquer ouvinte quando se sabe que algo chega daquelas terras. E o Omens, de Winnipeg, é um destes novos nomes e lança seu debut autointitulado.

O quarteto é formado por Mike Keller na guitarra, Don Jacks na bateria, Trev Tuminski no vocal e guitarra, além de Mike Onufreychuk no baixo de 5 cordas, e oferece um som onde o rock clássico se mescla ao metal da forma mais abrangente possível. Isso porque unem diversos estilos transformando tudo em sua própria identidade, o que já é um grande trunfo da banda.

Recém formado, o Omens prima por trazer um som maduro, até porque seus integrantes provavelmente possuem experiência dentro do cenário. Mas, por se tratar de uma estreia, pode criar certa tensão no ouvinte, que passa logo que o play é apertado, pois há muita qualidade no que oferecem.

E, pra melhorar tudo, com uma produção primorosa. Timbres muito bem escolhidos, captação de cada instrumento na medida, o que gera um som no geral bem cristalino e lapidado, capitando o peso e a melodia que caracterizam o som da banda. Soando moderno, mas nunca artificial, como o heavy rock (assim podemos classificar o som da banda) pede.

São doze faixas em quase uma hora de som em que a banda não deixa o nível cair em nenhum momento. E o melhor, a cada audição, “Omens” se torna mais prazeroso, e não só para os amantes da música pesada, mas de boa música em geral.

A trinca inicial, onde todas as faixas ganharam vídeo, chama atenção de cara e prova que o Omens acertou em cheio em escolher os carros-chefes. Afinal de contas são três composições poderosas que dão início a um álbum incrível.

A começar por “Divide and Conquer”, que já denuncia que estamos diante de uma disco que tem as guitarras como principal guia. Com nuances de metal tradicional, a faixa dá as boas-vindas com classe. “Make it Quick” traz um riff inicial contagiante e levada marcada da cozinha prima por oferecer momentos pra bater cabeça de uma forma não tão rápida.

A terceira faixa, “Black Magic” prova porque foi um dos principais singles do disco, onde tem um resultado final que parece simples, mas conta com belos arranjos e uma dinâmica que já conquista o ouvinte. E, por falar em conquistar, “Omens” é a primeira música que apresenta uma melodia mais intensa e tons dramáticos, que pode a colocar em um patamar mais comercial (guardadas as devidas proporções).

O início com uma bateria que convida ao ‘pogo’, coloca “Loose Ends” lá em cima e nos revela uma veia mais alternativa, inclusive flertando com o stoner metal. E as palhetadas do metal tradicional aparecem novamente em “Worlds Falls Away”, que ganha um fraseado melódico quando muda de leve o seu andamento.

Chegando à segunda metade do disco, “Unworthy” é uma música mais introspectiva, mas não chega a ser uma balada, ao menos daquelas melosas. Mas, a mais longa faixa do disco traz guitarras mais limpas, solos mais melodiosos e vocais mais limpos, lembrando que as linhas de voz aqui seguem aquele padrão de drive.

Com a introdução valorizando o baixo, “Damage Goods” chega com aquele heavy rock potente de bases simples e diretas. E em “Trapdoor” o baixo aparece de novo, protagonizando marteladas soberbas, que colaboram muito com a vibração do disco todo.

Entrando na trinca final, o flerte com o hard rock pede passagem em “Goodbye Forever (See Ya Never)”, cativando e provando a versatilidade do Omens, sem fazer com que a banda perca sua identidade. E que refrão bacana! E essa versatilidade não para por aí, porque quem não ouvir referências ao grunge em “Was I You Were You Me”, não está muito bom da cabeça. E, o melhor, a parte bem trabalhada do estilo.

E pra quem achava que a banda fecharia com algo piegas, eis que entregam a enérgica “Crowd Pleaser” para fechar o disco. Uma música agressiva e dinâmica na medida, que se fosse a primeira cairia tão bem quanto o lugar que encerra “Omens”, do qual ela já se encontra. Não tenha dúvidas que é uma estreia que acerta o alvo e que venham mais, pois o Omens não só cumpre o que promete, como vai além!

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https://soundcloud.com/omens-scmusic/black-magic

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