Oliver Jordan surpreende com seu novo álbum “Death Rodeo”

Posso dizer que Oliver Jordan é um dos artistas mais excêntricos, misteriosos e indefinidos que eu já avaliei nesta vida de crítico musical. A começar pelo fato de que ninguém sabe se ele está vivo ou morto, pois há uma história de que o cantor veio a falecer em uma clínica psiquiatra. Dessa maneira, é intrigante como periodicamente saem lançamentos em seu nome. Só no Spotify, há seis álbuns com canções meio autobiográficas, o último deles é “Death Rodeo” lançado neste mês de abril. Com onze canções, a primeira é a faixa-título com uma performance dançante, porém um pouco ácida.

Uma das qualidades de Oliver Jordan é a mistura de estilos que ele promove em cada álbum. Desde temas introspectivos como em “Ten Suicidal Tunes” (1996), passando por álbuns mais puxados ao grunge como em “Songs in the Key of Crazy” (2023) ou em alguns de contexto mais progressivos como “Greetings from the Mental Hospital” (2024), há sempre uma relação singular entre a música e a originalidade. Este “Death Rodeo já possui uma expressão mais viva, como podemos conferir em “Menticide”, que faz uma música inquietante, porém melódica. Com isso, observamos que em matéria de composição Oliver também brilha, ou pelo menos se destaca.

De tudo que Jordan já lançou até agora, “Death Rodeo” talvez seja o trabalho mais bem produzido e com um astral diferenciado. Isso nos remete a outro ponto, o de que ele próprio produz o seu material, além de compor, claro. Suas influências do rock, pop e metal definiram bem a sua carreira, mas em algumas execuções como “Death Star” essas referências ganham mais versatilidade. Esta canção em especial já é velha conhecida do fã de Oliver, pois uma versão mais seca e rudimentar saiu no EP “Depression Starter Pack” (2024). Aliás, nesse EP há mais algumas músicas contidas aqui.

Mas enquanto o próximo single que fez campanha de pré-lançamento de “Death Rodeo” não se apresenta no repertório, a sequência traz “Black Butterfly”. Esta, sem dúvida, é uma das canções mais bem tocadas por Oliver, pois possui acordes leves, envolventes e uma melodia vocal encantadora. A textura dos dedilhados associada ao belo solo intimista, possuem poder simplesmente invulneráveis. Em outras palavras, eis aqui uma música completa em delicadeza, estética e encanto. Aqui podemos constatar o nível evolutivo em que Jordan alcançou e, de acordo com o seu histórico, podemos apostar que o músico evoluirá muito mais.

A música que dá sequência ao álbum se chama “Death Growl” e ela se destaca pelo poder das batidas. Com um groove cativante, a quinta canção da relação se difere das demais pela proximidade com o techno house. Outra característica é que “Death Growl” possui uma personalidade marcante e, muito provavelmente, os climas que a cercam ficarão marcados em sua mente por muito tempo. A esta altura, você que está acostumado com canções mais caóticas e depressivas vindas dessa mente cheia de mistérios, está se perguntando como o artista conseguiu se transformar para esta nova fase. Contudo, se você for um pouco mais atento, notará que as últimas gravações já apontavam a esse caminho.

Talvez “Secret 13” seja a música mais conhecida de Oliver Jordan por aqui, pois ela saiu como single em janeiro de 2024, ganhou críticas positivas e em seguida, saiu também no EP “Depression Starter Pack” em junho. Dessa vez o seu novo encontro com os fãs acontece neste novo álbum. Para relembrar um pouco a cena dark, a canção “Amanita” completa o espaço com elementos ácidos e um baixo majestoso. Como base, o violão trabalha com uma pegada limpa e simplista, porém em algumas partes o som fica mais nervoso.

Ao se aproximar do final do disco, o repertório entrega o autêntico hard rock de “So Are You”. Uma música própria de quem possui amigos e os chama para tomar uma cerveja. A música possui um ritmo animador e boas distorções de guitarra… gosto também da pegada de bateria, meio rápido, meio cadenciado. Depois disso, a atmosfera punk rocker toma corpo com “New Smile”, um som meio complexo, meio caótico, mas animador. A parte ruim dessa canção é que ela acaba com menos de um minuto, poderia correr por mais tempo para provarmos um pouco mais de distorção.

A última dobradinha do álbum “Death Rodeo” se inicia com “Correction Center” que parece ter saltado dos anos 2000 para cá. Trata-se de mais uma música eletrônica com climas robustos e futuristas. A combinação das batidas com outros elementos do sintetizador proporciona ao ouvinte bons momentos. O encerramento com “Sick Season” confirma a grandeza do autor em criar belas melodias. Este álbum é meio que uma vitrine para as novas propostas de Oliver, que se apresenta como cantor e instrumentista de superação e sucesso. Quem sabe daqui para frente teremos muitas pessoas seguindo seus paços, os paços da espontaneidade.

Ouça “Death Rodeo” pelo Spotify:

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