Occurrence: ouça a magistral obra-prima alternativa em formato de álbum “Slow Violence”; saiba mais

O trio novaiorquino vem sendo incensado mediante suas últimas empreitadas, como o impressionante EP “The Remote Past Tense”, angariando uma grande visibilidade de público e crítica especializada perante a ousadia que contesta a criatividade dos seus trabalhos. A capacidade de promover uma simbiose de referências das mais díspares de forma tão coesa que exaure personalidade estilística pelos poros, denota a poderosa identidade artística do Occurrence! E ostentando toda a inspiração que brota desta química, o bardo acaba de lançar o álbum “Slow Violence” com vinte e duas canções, mostrando que a produção é irrefutável em longa escala. O registro debruça perante o conceito de “violência lenta” de Rob Nixon, termo esse que “descreve a truculência invisível que o Ocidente perpetra contra o mundo em desenvolvimento. Premissa essa que leva anos e por vezes décadas para ser registrada”, como atestou o grupo. Frente a sensibilidade aflorada do tema, vamos as músicas que compõem esse cenário magistral!

“Blossom Forth” adentra com riff acústico em escala hipnótica, dialogando com os vocais sublimes de Cat Hollyer, sempre um destaque primordial com sua proposta sussurrada, transfigurando serenamente sofreguidão emocional e técnica ampliada nas linhas de canto. O “ataque” de intentos eletrônicos, promovendo uma série de permeios imersos em experimentalidade, abrilhanta este petardo com suas mudanças bruscas atmosféricas, afirmando uma das maiores aberturas de disco dos últimos tempos. INCRÍVEL! “Universe Moves so Fast” se embebeda de uma aura futurista no estigma eletrônico carregado de preceitos ambient. A voz de Johnny Hager não “deixam a peteca cair”, dando um outro show de como abrilhantar uma narrativa através do comando vocal. O refrão tem ares de arena, soando grudento e perfeito para ser bradado de forma entusiástica, tamanha a amplitude genial da estrofe!

“Fudge” bebe diretamente no espectro trip-hop, expandindo sensualidade em amplitude máxima! Uma experiência esfumaçada, que com suas distorções e sintetizadores em profusão, promove o nascimento natural de UM HINO nesta perspectiva. Simplesmente ARREBATADOR! “Survive, Die Faster” traz através dos beats ritmados preceitos melódicos e que remetem a inclinações étnicas, mas sem abandonar o clima de ficção-científica de outrora, uma pecha marcante para o estigma imbatível do Occurrence. Synths ensandecidos em duelo com um groove etéreo, marcam os rumos da experiência de “You’re Not a Miracle”, com Cat Hollyer evocando o brilhantismo de Annie Haslam, da lenda progressiva Renaissance. É de uma beleza sensorial que comove o ouvinte em caráter imediato!

“This Isn’t What I Imagined”, remete a incursões new-age com a transcendência de camadas transbordando prismas instrumentais dos mais diversificados perante um magnetismo espiritual. Bela ode instrumental! “Heels over Head” denota toda a resplandecência pop que o grupo “trás em sua manga”, transpondo auras nostálgicas nesta faixa irresistível em positividade. “The Future, Pt. 1” como o próprio título indica, nos “abduz” para um cenário de trilha-sonora, onde imagens futurísticas vão se construindo em proporções gradativas perante a audição! “Everything I Had Then/Slow Violence” funciona como um mantra caótico que mergulha em paradigmas garageros e lisergicos para construir um universo altamente sedutor e irrepreensível. Temos uma guinada de imersão em pianos e efeitos que impacta!

“Love is Love (Until It’s Not)” em seu andamento frenético, nos coloca em um efeito de “montanha-russa desgovernada” dos mais sedutores, com os beats soando como bombas de efeito moral em nossa audição, tamanho o poderio desprendido. “November 30, 2014” dispara por contextos imersos em mestres como Vangelis e Jean-Michel Jarre, com as teclas proporcionando um mundo de sonhos, apesar do contexto lúgubre e soturno. “All My Days (Final)” também honra seu título proporcionando uma singela e pungente balada simultaneamente, com Hager trafegando pelos ecos psicodélicos da lenda Syd Barret. COMOVENTE!

“The Remote Past Tense” devidamente conhecida por conduzir o EP anterior, como já dissemos por aqui é uma daquelas canções que já nasce com o status indubitável de hino alternativo, tamanha a força propulsora decodificada em instrumental e voz! “Messiah Longing” transpõe melodias imergidas em delicadeza, mas de grande destreza instrumental, com as agruras de Jon Anderson, a eterna voz do YES, “batendo ponto” nos vocais de Hager. IMPRESSIONANTE! “Slow Violence II” volta para a viagem ambient funcionando como uma vinheta para a entrada de “Depression Water”, com seus efeitos ampliados em frentes sinistras e épicas ao mesmo tempo, com mais um grande espetáculo proporcionado pela voz impressionante de Cat!

“Water into Ocean” mantém a unidade sinergética da faixa anterior, onde as ondulações das águas do oceano se fazem presente pela cadência hipnótica promulgada perante a linha irretocável de synths. Impressiona a perspectiva sensorial numa absoluta concordância de efeitos e ruídos surpreendentes! “Dissolve” mantém o invólucro eletrônico numa marcha intermitente, que nos conduz como um mantra em estado absoluto. Mais um resultado realmente surprendente! “Anonymous Data Call” volta as camadas atmosféricas com seus beats certeiros, precisos para conduzir o duelo entre as duas fantásticas vozes do Occurrence. “Godwound”/Slow Violenece III” remete ao cenário drum’n’bass tamanho o espasmo percussivo que repercute neste viagem de rumos inesperados e concisos. Perspectiva altamente cerebral, mas que consegue acenar para as pistas… Que venham os remixes!

“I Fucked the World to Get You to Love Me” também imerge em perímetros tribais com consciência pop das mais prolíferas, soando como uma continuidade da faixa anterior e extremamente bem sucedida em seu espectro sonoro. E a grande encore se dá com um ensejo que traduz toda a genialidade proposta até então, a fulminante “Prepare My Body for Sleep” é uma epifania ambient sem precedentes, que fecha com chave de ouro esta obra-prima contundente que é “Slow Violence”! SENSACIONAL! Mergulhe em toda a complexidade proposta e terás uma viagem sensorial sem precedentes, com ondulações das mais diversas possíveis. Disponibilizado abaixo:   

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