O rock alternativo, em especial o grunge, explodiu nos anos 90. Quem tem mais de 30 anos sabe disso e quem não tem deveria saber. Porém, esse período passou voando, o estilo se fundiu com outros e perdeu espaço no ‘mainstream’ para outros gêneros, o que é um ciclo natural da música.
Mas, o rock alternativo nunca saiu de cena, assim como o rock and roll em si. Só mudou de lugar na escala e continuou produzindo coisas excelentes. Nos últimos anos ganhou certo resgate por algumas bandas independentes, que o atualizou e deu nova roupagem, vivendo o melhor momento desde seu auge.
O Najar, grupo de Isarel criado pelo músico Noam Najar, é um destes e seu mentor não esconde isso. Inclusive suas claras influências, sendo uma das principais delas o Alice In Chains. Mas, claro, ele prima por inserir suas próprias características, para que a banda não seja apenas um molde disso.
“Cycles of Light”, o primeiro álbum cheio dos caras, chega provando tudo isso e revela mais influências, em especial o Soundgarden e, naturalmente, Audioslave. Tudo com um ar contemporâneo e uma produção que condiz com a atualidade, mas que foi trabalhada nitidamente para soar o mais natural possível.
Já em “Red Slides”, as referências ficam claras, com um trabalho requintado de guitarras, com detalhes e uma seção rítmica versátil, dando todo o diferencial. As linhas vocais típicas apresentam uma voz limpa e emotiva, como o gênero pede. Parece uma mescla de Soundgarden com Pearl Jam e o solo de guitarra é magistral.
Lembra do Audioslave? Pois bem, “The Old Memory” é a que mais nos remete ao grupo, mas com um detalhe que mostra a identidade do Najar que é importantíssimo, a influência da música do oriente médio nos arranjos, afinal o músico descende de lá.
O Alice In Chains dá as caras mesmo em “Talking About The End”, em seus momentos mais soturnos e melancólicos, com um destaque para a cozinha que pulsa na medida certa. Impossível não mencionar “Mourn My Inability”, a mais diferenciada e bem trabalhada faixa do disco, onde eles destilam o melhor de sua técnica sem perder o feeling. Além disso, a música não deixa a identidade da banda pra traz e exalta ainda mais as influências da música oriental. “Cycles Of Light”, além da boa música, é daqueles discos que desperta vários sentimentos e isso já é acima da média por si só.