Mary Knoblock amplia a sua numerosa discografia transcendental com o álbum “Spiritus”

Temos aqui uma artista multifacetada que, de 2016 para cá, lançou só de álbuns completos vinte e cinco títulos, além de singles e Eps. Além de cantora, Mary Knoblock é compositora, artista plástica e dona de produtora musical. Seu estilo experimental é baseado em um mundo realista onde muitas vezes a própria vida serve como inspiração. Na data de hoje, a musa norte-americana solta o álbum “Spiritus” cuja primeira canção “Excuse Me While I Go Fall In Love”, é banhada em magia, doçura e melodia. À primeira vista, você sentirá o clima esfumaçado dos arranjos a se misturar com a voz sussurrante da cantora.

Sobre a própria obra, Knoblock destaca que “Spiritus é sobre um mundo de poesia em histórias sonoras cinematográficas que transitam por emoções complexas de amor, nostalgia, sonhos vívidos recontados, pesadelos e beleza transcendente — os toques da intuição, a ressonância da memória e o espaço sagrado entre os mundos físico e espiritual”. Não poderia haver definição melhor para abraçar músicas como “Hazy Days” que, além de tudo, existe um despertar. Já “Physics and Portals to You” possui uma atmosfera futurista que nos remete a um portal. Quanto mais deixarmos a melodia do álbum invadir nosso corpo, mais sentimos leveza na consciência.

Em outro plano – um mais pomposo e elegante – o som assume forma mais robusta ainda que a voz introspectiva de Knoblock insira certo equilíbrio. Podemos encontrar essas qualidades em músicas como “4 AM”, uma das execuções mais centradas no peso do sintetizador, embora o clima pitoresco rodeie nossos sentidos. Adiante, nos deparamos com “Crossed Our Hearts” que sugere uma sonoridade não tanto pesada, mas radiante. Em todos os sentidos, a cantora promove experiências incríveis em cada faixa, pois a versatilidade é um de seus grandes recursos. Em outras palavras, Knoblock uma surpresa atrás da outra conforme o repertório se estende.

O fato de a compositora usar sua própria história de vida para construir os temas, deixa essa obra com um toque delicado e lúcido. É o que podemos presumir ao escutar canções como “Let’s Go To The Moon”. Sobre isso a cantora declara: “É uma caminhada sonora por momentos históricos da minha vida, cartas esquecidas que ganharam vida e sonhos assustadores que contei para processar a complexa amplitude de emoções que nós, humanos, vivenciamos no amor, na vida e na tragédia.” Talvez o grande ápice da intimidade que Knoblock compartilha com os seus ouvintes, esteja na épica canção título, com sua aura angelical.

Por falar em momento angelical, observe que “The Wonderfall Haloarchy – Avante Garde Version”, como o próprio nome diz, é uma representação graciosa da melodia abstrata. Aqui temos uma música que pode embalar filmes de ficção, elos perdidos ou servir de trilha para uma profunda meditação. Isso combina perfeitamente com a condução vintage de sua sucessora “I’d Give Anything”. As nuances entre as duas canções é tão líquida, que o mínimo de desatenção fará você acreditar que se trata de apenas uma música. Esse é um dos efeitos que se extrai de obras experimentais como essa.

Em mais uma execução épica, o álbum traz a música “Hey Alien! Can You Hear Me?” que na verdade não é bem uma música e, sim, um firmamento, um pedido de socorro a seres extraterrenos. Os movimentos dessa faixa são lentos e intimistas, o que retrata bem o estilo da artista. Se “Hey Alien! Can You Hear Me?” faz um apelo, em “Amnesiac” a sensação é de que o apelo foi ouvido e que a pessoa está em transporte de abdução, tamanha é a suavidade extraída da música. Uma verdadeira viagem transcendental ou trilha de um cinema magistral.

Para algumas pessoas o trabalho de Mary Knoblock possa parecer atormentador pelo seu equilíbrio inabalável, para outros pode parecer um condutor de paz e nirvana. Nele, vemos que a essência de músicas como “Rivers Stone” ajuda a qualquer pessoa descobrir o seu eu pessoal. Uma obrar para quem tem delicadeza nos ouvidos e na alma. Quando conferimos toda a discografia da cantora e pesquisamos um pouco sobre outros aspectos da sua história, notamos que ela não é um ser humano comum, pois a capacidade de criar beleza sonora e ainda incentivar outras pessoas com trabalhos em sua gravadora, são de atitudes divinas.

Uma pessoa que vive pela arte e que elabora músicas como “Emophilia and The Dark Triad” é no mínimo peculiar. Ou seja, a arte aqui atinge níveis plasmáticos e beira o palatável. É como se você estivesse sendo levado por mariposas a um outro plano. Ao final dessa viagem, você é despertado com “Healed” onde as ondas de sintetizador são mais abruptas. É isso, se você quiser ouvir e sentir uma nova experiência em 2025, nada é mais indicado que as sensações que “Spiritus” tem a te oferecer. Aprecie sem o mínimo de moderação e vale a pena correr atrás de mais lançamentos de Mary Knoblock.

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