MAFALDA MINNOZZI: ouça a fantástica obra-prima em formato de álbum “Natural Impression”; saiba mais

Nossa, temos aqui um presente que fica realmente difícil comensurar o impacto proporcionado, ainda mais em se tratando da avaliação de um brasileiro. Saber que esta sonoridade juntamente a um repertório que atravessa gerações, tendências e no momento vigente ainda continua impactando perante as audições, é um bálsamo de ser digerido! Mas independente de qualquer vínculo emocional ou cultural, este álbum se encontra entre os maiores lançamentos dos últimos tempos, porque é seguramente um PRIMOR de execução, e merece (estará!) em todas as relações possíveis de “Melhores de 2023”, pelo seu caráter absolutamente arrebatador.

A cantora e compositora italiana radicada em Nova Iorque, MAFALDA MINNOZZI, atesta porque é um dos grandes nomes do jazz, do peculiar chanson francês, standards da música americana e nosso samba juntamente com a bossa nova (e todas as derivações inflamadas que surgiram nesta simbiose), Primeiramente pela grandiosa voz em suas interpretações, impondo uma personalidade que exaure pelos poros e contribuindo para identidade artística ímpar em seu prognóstico.

E pelo fato de sempre se cercar de um time fabuloso construindo suas obras, onde neste trabalho temos a produção de Paul Ricci, uma banda fixa de fantásticos músicos brasileiros e participações de “cair o queixo”, como Don Byron (clarinete), Doug Beavers (trombone), Joe Locke (vibrafone), a lenda do jazz-fusion John Patitucci (baixo acústico), Michael Wolff (teclados) e nosso transgressor conterrâneo Kassin (percussão), além de um dos desbravadores da bossa nova pelo mundo, Roberto Menescal. “Natural Impression” nos comoveu tanto aqui no portal Music For All, que iremos esmiuçar cada uma das PRIMOROSAS quinze faixas para vocês. Detalhe: a maior parte na língua portuguesa com uma fluência realmente INCRÍVEL do nosso idioma desta artista FANTÁSTICA!

Começar os trabalhos com o hino “Águas de Março”, eternizado pelo dueto entre o maestro Tom Jobim e a saudosa Elis Regina, com sua letra deslumbrantemente ecológica, já nos capta sensorialmente e acalenta nosso coração em projeções emotivas ao extremo! A linha melódica deste clássico é devidamente respeitada, mas sem escapar dos vocalizes cheios de maneirismo da artista, além de uma imersão jazzística maior.

A pungente “Começar de Novo” de Ivan Lins e Vitor Martins, recebe um tratamento jazz ainda mais focado nas raízes profundas do gênero, o que acaba trazendo uma leveza singular para a verve poética carregada de dores e gratidão simultâneos pelo fim de uma relação. O resultado é MAGISTRAL, temos a grande canção totalmente revigorada e envolta por passagens de piano totalmente astuciosas!

O petardo “Mas Que Nada” traz ainda mais “malemolência” para o afro-samba memorável de Jorge Benjor, com os sopros “fazendo a festa” em passagens realmente entusiásticas. Inclusive nossa cantora parte para um duelo vocal com um desses instrumentais em total clima de jam-session! Impressionante, temos outro clássico reinventado com maestria…

“Useless Landscape” surpreende em sua riqueza instrumental inexorável e os vocais em inglês, já que trata-se de mais uma parceria entre Elis & Tom que se eternizou pela simplicidade, um dueto entre piano e voz. Totalmente repaginada, temos aqui outro momento deveras memorável neste verdadeiro compêndio de preciosidades, e olha que nem chegamos na metade do disco…

“Samba de Verão” de Marcos Valle, já mergulha em terrenos mais familiares ritmicamente, mantendo a estrutura primal de mais um acontecimento de nossa bossa nova. Os timbres suntuosos de Mafalda, novamente se prezam por ser um espetáculo a parte na interpretação! O hino do cancioneiro francês “Ne Me Quite Pass” recebe um tratamento envolto em leveza, com a sensualidade sendo aprimorada em prerrogativas mais sutis, o que cede margem para o arranjo abrilhantado pelo momento único de Don Byron frente a seu instrumento se sobressair ainda mais. LINDO!

A trilha do emblemático clássico da sétima arte “Orfeu Negro”, já recebeu a voz de lendárias cantoras, como Elizete Cardoso, Astrud Gilberto e Nara Leão, mas “Manhã de Carnaval” recebe mais uma repaginada em inglês neste grandioso trabalho, com o título de “Carnival” e a voz exalando doses preciosas de sofreguidão emocional e técnica elevadíssima de Minnozzi. A ousadia vale totalmente a pena, pois o resultado é amplamente sedutor dentro da proposta! “Coração Vagabundo” de Caetano Veloso, mantém a estrutura primordial da versão original defendida pela voz magnânima de Gal Costa, mas sem abrir mão de improvisos vocais assertivos como de praxe… As três últimas tiveram a mixagem de Kassin, que tem “uma abordagem musical única de DJ”, como atesta a autora.

Eternizada por João Gilberto, “Estate” soa suave em clima festivo irresistível, ao contrário da versão citada com dramático arranjo instrumental e voz diminuta. Outra repaginada comovente e extremamente bem sucedida! O bolero “Dois Pra Lá, Dois Pra Cá”, de interpretação inesquecível de Elis Regina, não fica atrás no ensejo jazzístico formulado neste contexto, sem perder o percalço “totalmente vulnerável com copo de uísque em mãos”. IMPRESSIONANTE o trabalho vocal exasperado da cantora nesta faixa! Nossa saudosa “pimentinha” com certeza aprovaria…

“Penso A Te” de Luccio Battisti, recebe uma imersão soul/R&B capitaneada por guitarras em protagonismo, que só enaltecem ainda mais a versão original. Particularmente esta repaginada aqui nos comoveu ainda mais! BELÍSSIMO! “Estamos Aí” soa como um tributo a voz fenomenal de Leny Andrade, que recentemente nos deixou, mas enveredando por uma estado alterado da percepção mais experimental e carregado de surpresas gradativas. IMPRESSIONANTE o que foi feito com mais uma pérola da nossa música popular brasileira!

O arrasa-quarteirão “Só Tinha De Ser Com Você”, soa desinibido e lúdico ao extremo, pois a linguagem é tão desnorteadamente visceral + natural, que imaginamos Mafalda no palco a defendendo de maneiras corporais das mais díspares. O aspecto sensorial é reverberado por seus improvisos absurdamente desconcertantes e primorosos!

A parceria com Menescal, “Bruma”, resulta em rebuscamento estilístico instrumental certeiro, e o diálogo mediante a interpretação vocal de ambos, é realmente um espetáculo de magnitude esfuziante. Docemente singelo e enriquecedor aos nossos instintos mais suscetíveis, exalando amor incondicionalmente!

E temos a grande encore com “Samba de Uma Nota Só” (Tom Jobim), que representa toda a experiência devidamente assimilada nesta obra-prima que é simplesmente SENSACIONAL e ESSENCIAL! Patamar estratosférico, alçada em primeira audição na condição de CLÁSSICO, pois é disso que tratamos aqui… Disponibilizado abaixo, “Natural Impression”:     

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(‘discovered and supported via Musosoup #sustainablecurator’)

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