Um coro vocal penetrante surge rompendo o silêncio espectral. Com um caráter gutural profundo, ele traz uma atmosfera etérea em meio a uma paisagem atmosférica de intenso esoterismo. Delicada, mas ao mesmo tempo grande na harmonia ofertada, a canção passa de uma introdução à capella e passa por um primeiro verso unicamente puxado pela camada lírica.
Nesse momento, uma voz feminina de timbre gutural se destaca, garantindo, consequentemente, um protagonismo absoluto que permite ao ouvinte uma melhor degustação das nuances vocais da cantora. O interessante é que, apenas pela sua forma de canto, a vocalista consegue trazer à canção ligeiras semelhanças estéticas em relação a sonoridades nórdicas calcadas no power metal e no metal sinfônico, aqui com grande menção ao Nightwish.
Mostrando total desenvoltura e consciência vocal, a cantora explora seu timbre através de falsetes bem pronunciados e explorações de sua extensão lírica, evidenciando sua notável consistência. Com inserções instrumentais bastante restritas, Last Mass acaba se destacando como uma bela canção majoritariamente à capella que consegue capturar a atenção do ouvinte em virtude da presença de uma voz hipnotizante que tira o ouvinte de seu estado de consciência.
Por meio dessa arquitetura estrutural, portanto, Last Mass se configura quase como um mantra. Tranquilizando e amornando os corações dos espectadores por meio de sua atmosfera etérea e através dos versos líricos que voam livremente motivados pelo compasso do vento, a faixa é, definitivamente, um produto para ser degustado em sua máxima essência.
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