Lancelot Chen tira do convencional em novo álbum

A primeira coisa que podemos notar no Lancelot Chen é que não estamos diante de algo convencional. Isso não significa que a música encontrada neste seu mais novo disco seja complexa e/ou experimental. Até longe disso, mas também não é algo que segue tendências e soa comum dentro de sua proposta.

Isso porque “Gist Of The Dusk” é um disco com foco na música eletrônica, mas não com a proposta de ser dançante ou explorar as facetas do estilo. Nota-se que o atmosférico, a new age e um ar reflexivo são as principais intensões aqui e tudo soa muito bem, além de ser algo vanguardista.

O disco é conceitual. Com uma história de aceitação, fala sobre um personagem que, ao seguir em frente com o trauma do passado, alcançou seu sonho, seu verdadeiro destino, o caminho que deveria ser. A moral por trás da história é aceitar seus fracassos e erros do passado, seguir em frente, abraçar seus entes queridos antes que seja tarde demais e se libertar do passado, pois só importa como você está agora — o passado nunca define você.

Sonoramente o álbum traz dose composições que se deixam levar em quase uma hora. Apesar de não serem exatamente objetivas, a variação rítmica e a riqueza de elementos fazem com que as músicas soem cativantes e passem voando por nossa mente.

O primeiro destaque fica por conta de “Scary Hour”, segunda faixa do disco, que traz sintetizadores atmosféricos que nos levam a uma viagem intensa, bem no início do trabalho, causando um misto de mistério e apreensão, mas que logo é liberado pela faixa seguinte, “The Other Side”, uma nova veia new age / new wave, com batidas eletropop.

“Back In Time”, que foi lançada como prévia em formato de single, é mais um dos destaques e resume muito bem todo o contexto tanto musical, quanto lírico de “Gist Of The Dusk”. Com uma batida syntwave um tanto quanto descontraída e graves dignos do post-punk, “Starlight” encerra os destaques do disco, que merece uma audição completa, pois os gostos podem variar de acordo com nosso humor a cada audição.

Se procura um trabalho diferente, que sabe abordar o eletrônico e suas facetas sem cair numa zona comum, vocais com falsetes nada forçado e uma música universal, sem dúvidas o Lancelot Chen, em especial neste seu mais novo disco, é uma pedida e tanto. “Gist Of The Dusk” é o disco perfeito para tal ocasião.

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