KCQ: confira revelações da promessa rapper de Londres

Com dois EPs lançados e um incrível talento para a música, a cantora KCQ concedeu uma entrevista ao site MUSIC FOR ALL, revelando detalhes sobre o seu novo EP “Former Teen Model” e outros assuntos ligados a sua trajetória. Confira!

Ao observar o seu repertório, percebemos que você é uma rapper ligada às raízes do seu estilo. Como surgiu o interesse de você compor música de um jeito mais clássico?

KCQ: Então, a trap music está na moda, mas verdade seja dita, não é exatamente a minha vibe. Um pouco monótono, falta o groove… e a letra? Bem, elas são tão emocionantes quanto um domingo chuvoso. Agora, quando preparei dois EPs, queria que eles batessem em você como um ônibus de dois andares, sabe? Então, eu apertei os grooves, chutando o baixo e o bumbo como um chef misturando temperos. Acabou soando mais como o hip hop da velha escola dos anos 2000 do que com essas coisas dos anos 2020.

O EP “The Alice Experience” (2022) da banda americana The Loud Bangs, traz você como participante na canção “The Jamie Situation”. Aquele som meio psicodélico difere um pouco do seu estilo, que é mais ‘groove’. Como surgiu o convite para você interpretar a música?

KCQ: Nepotismo direto, não é? O amigo do meu pai dirige o Shoeplaze, e esse é o selo do The Loud Bangs no Reino Unido. Ele mexeu alguns pauzinhos para me colocar na faixa. Eu e TLB somos feitos do mesmo tecido, sabe? Nossas visões de mundo clicam como uma fechadura. Colaborar parecia natural. Agora, as rimas de ‘The Jamie Situation’ foram escritas por Alice Street, a cantora. Ela é uma locutora adequada. Eu gravei a faixa na minha cama em Londres, e então tudo foi mixado em Los Angeles. Eu uso essa música como uma medalha de honra, cara. E os The Loud Bangs? Eles sempre terão um lugar especial em meu coração por dizerem sim a uma garota de 17 anos como eu.

Dois anos depois você lançou o próprio trabalho, que foi o EP “Broken Stays Broken”. Nele, “Tell Me I Should Quit” se destaca pela pegada oitentista das pistas de hip-hop. Em que você se inspirou para gravar nesse estilo mais pesado?

KCQ: Não estou jogando a carta dos anos 80, juro. Eu só queria que essa faixa batesse como um baixo em uma rave ilegal – graves vibrantes e adequados, você me entende? E a estrutura? Bem, digamos que é distorcido. Agora, Darren Callahan, o mago por trás dos botões, lançou alguma ação DX7 durante o refrão. Essa é a parte que dá toda a vibração retrô.

O tempo de lançamento entre “Broken Stays Broken” e o seu novo EP “Former Teen Model”, é menor que dois meses. Por que você lançou dois EPs ao invés de um álbum completo?

KCQ: ‘Broken Stays Broken’ foi lançado há mais de um ano. Foi aquele que me valeu um acordo, e eu tenho uma queda por isso. Mas ultimamente tenho tocado com uma banda de verdade. Queria exercitar meus músculos musicais antes que algum jornalista musical esnobe tivesse uma ideia errada. Agora, imagine isto: o verão está batendo à porta e eu preciso de algo para me exibir no palco. Dez músicas, não apenas as seis habituais, e dividi-las em dois lançamentos diferentes ajudaram a explicar as produções muito diferentes. E vamos ser sinceros, o público vai gostar quando reconhecer mais do que um punhado de músicas. Quanto a toda essa questão da velocidade de lançamento do disco? Evita que eles se sintam obsoletos,certo? E, verdade seja dita, não há ninguém sentado na ponta da cadeira, todo impaciente, esperando pela minha próxima entrega. Ainda não, pelo menos.

Você foi a Los Angeles para terminar as gravações do novo EP? Aproveitando esse assunto, pode falar um pouco sobre o trabalho de Darren Callahan nessa obra?

KCQ: Quer saber, eu nunca coloquei os pés na América. Tenho apenas 20 verões, então ainda há tempo para uma aventura transatlântica. Eu preparei os vocais e algumas batidas aqui mesmo em Londres. Então embrulhei-os e enviei-os para Darren em Los Angeles. Para o primeiro EP, ele construiu as faixas de apoio. Mas na segunda vez, sujei mais as mãos – escrevi eu mesmo mais músicas. Ainda assim, Darren trabalhou sua mágica na mistura, moldando-os. E deixe-me dizer, ele é uma joia certa para colaborar. Um verdadeiro cavalheiro também. Ele é a arma secreta do 007 quando se trata de pistas. Conhece todos os gêneros e tem seu próprio estúdio chique em Los Angeles. E entre você e eu, querido, ele é uma espécie de símbolo sexual na cena musical.

Em “Former Teen Model”, em cada música há um destaque. “Haptics”, por exemplo, há uma batida hipnotizante e ótimos arranjos de sax e teclados. As seguintes “If You Can Make It” e “Put the Knife Away” são contempladas por belas bases de baixo e “Hydra, 8 PM” é encantadora pela cadência. O que gera em você tanta versatilidade?

KCQ: Naquele primeiro EP, colocamos um saxofone atrevido. Movimento inesperado e adequado, mas deu à coisa toda uma vibração sombria e de outro mundo. Acho que uma música precisa encontrar seu próprio caminho. Você não pode forçá-la em uma caixa. Deixe-a se exibir, cometa seus próprios erros. Assim como os adolescentes – dê-lhes espaço para tropeçar, aprender com sua bagunça. E deixa eu te contar, essas minhas músicas? Elas não são anjos. Elas tropeçam, se atrapalham, mas é isso que as torna reais, sabe? Humano e muito interessante. E minha missão? Muito simples – fazer as cabeças das pessoas balançarem, as mentes flutuarem. Porque a vida é muito curta para músicas chatas, não é?

Em um mundo cada vez mais volátil para o universo artístico, onde a música é uma das principais receptoras dessa mutação, como você vê o cenário do RAP hoje?

KCQ: É chato. Precisamos de alguém para levantar do underground, certo? Endireite este navio. A música popular nunca atinge o ponto certo até que alguém especial intervenha e nos mostre como fazer isso da maneira certa e adequada.

Além do material que gerou os EPs “Broken Stays Broken” e “Former Teen Model”, houve algo que não foi aproveitado em estúdio e que, futuramente, pode servir a um próximo lançamento?

KCQ: Temos um estoque de 12 faixas, guardadas como tesouros em uma prateleira empoeirada. A maioria delas está toda polida, mixada e masterizada, pronta para se exibir. Mas sim, sou tímida com elas. Veja, eu percorri um longo caminho desde então. Tipo, eu subi de nível – os vocais não são mais a história toda. Não, agora eu sei que a magia está naqueles refrões, naqueles ganchos que te agarram pelos tímpanos e não soltam. Então, vamos mantê-las guardadas por enquanto, deixá-las marinar e invadi-las mais tarde como um pirata.

Para a música “If You Can Make It”, você liberou versões distintas em videoclipe para o Reino Unido e Estados Unidos. Pode falar um pouco sobre essa experiência?

KCQ: Sim, gravamos um vídeo aqui mesmo no Reino Unido, sabe? E o selo? Bem, eles deram uma olhada e pensaram: ‘Isso é um pouco peculiar demais, não é?’ Eles ficaram bastante surpresos. Eles têm uma queda por alguns vídeos americanos de um cara chamado Terry Thomas. Aparentemente, ele preparou um durante um fim de semana para substituí-lo. Ambos os vídeos – o nosso e o de Terry – já foram lançados, então cabe ao público julgá-los. Bem, acho que ambos os vídeos são decentes, mas, verdade seja dita, a gravadora não está investindo muito dinheiro em nenhum deles. Então, quem sabe se eles farão a diferença, né? Dedos cruzados, no entanto!

Infelizmente, chegamos ao fim de nossa entrevista. Neste último momento, você pode falar ao público da América do Sul?

KCQ: Sonho com Buenos Aires desde sempre. Mas meus bolsos estão vazios, então estou jogando fora: alguém quer me comprar uma passagem para Buenos Aires? Prometo enviar-lhe um cartão postal e um cumprimento virtual. Saúde!

Ouça o EP “Former Teen Model” pelo Spotify:

Se inscreva no YouTube da rapper:

https://www.youtube.com/@KCQ-UK

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