“Humans” um fluxo arrebatador de consciência e futuro

Uma composição ardente, envolta pelo som da chuva e uma profunda contemplação, “Humans” de GIARDINI OORT, mexe com nossa percepção da realidade e do caminho que estamos seguindo.

A atmosfera se apresenta sombria e poderosa, criando paisagens sonoras que geram inquietação, pulsando em um frenesi íntimo, disfarçado de calmaria e constância, sincronizando as vibrações do piano, violoncelo, sintetizador e outras texturas para movimentar os mecanismos eletrônicos do som.

Gerando assim, formas industriais e intensas, que nos convidam a vislumbrar cenários cinematograficamente elaborados para mexer com os sentidos, dando vazão aos pensamentos do fluxo.

O tema gira entorno das preocupações com a evolução da inteligência artificial, que induz ao homem agir mais como um vírus no ambiente do que parte integrada dele, destacando a dualidade da natureza humana e as possibilidades distópicas tão trabalhadas no cinema e na percepção global.

“Gostaria de compartilhar uma revelação que tive durante meu tempo aqui. Ela me ocorreu quando tentei classificar sua espécie. Percebi que vocês não são realmente mamíferos. Todos os mamíferos do planeta instintivamente entram em equilíbrio com o meio ambiente, mas vocês, humanos, não. Vocês se mudam para uma área e se multiplicam, e se multiplicam até que todos os recursos naturais sejam consumidos. A única maneira de sobreviver é se espalhar para outra área. Há outro organismo neste planeta que segue o mesmo padrão. Você sabe o que é? Um vírus. O ser humano é uma doença, um câncer neste planeta. Você é uma praga e nós somos a cura. ” (Agente Smith – Filme: The Matrix) – referência dada pela banda para sua inspiração nessa composição.

Não é como se houvesse uma rebelião das máquinas, programada para os próximos dias, é, sim, uma elucidação do pensamento sobre os caminhos que estamos seguindo, afinal, não há anda de errado em querer facilitar os usos e ações, o problema é quando esquecemos o lado orgânico de viver.

“Humans” uma obra profundamente consciente da interação do homem com o ambiente.